ANGOLA PRESS
São Tomé (Do enviado especial) – O novo presidente de São Tomé e Príncipe, Manuel Pinto da Costa, reiterou a vontade de assegurar uma cooperação institucional leal, franca, aberta e baseada no respeito mútuo, visando promover a estabilidade política e social do país.
“Estou plenamente convicto de que uma verdadeira cooperação entre os órgãos de soberania é uma condição indispensável para conquistar o futuro rumo ao desenvolvimento sustentável”, declarou.
Pinto da Costa discursava na cerimónia da sua investidura como Chefe de Estado, numa cerimónia em que o presidente angolano, José Eduardo dos Santos, se fez representar pelo vice-presidente, Fernando da Piedade Dias dos Santos.
Estiveram também os estadistas de Cabo Verde, da Nigéria e da Guiné Equatorial.
O presidente, saído da 2ª volta das eleições de 7 de Agosto último, falou também da necessidade de criação de condições favoráveis para que se alcance a almejada estabilidade política, em especial na governação do país.
“É preciso acreditar no futuro melhor para os nossos filhos, netos, vizinhos e amigos”, sublinhou o governante.
Pediu unidade para a implementação com urgência de um projecto nacional assente na ideia de um país solidário, desenvolvido e com espaço para todos e que devolva a dignidade ao povo e à nação.
Lembrou a máxima do 1º presidente angolano, Agostinho Neto, segundo a qual “o mais importante é resolver os problemas do povo”.
Afirmou que a estabilidade não deve ser uma mera figura retórica, utilizada de acordo com interesses particulares e ao sabor de conveniências, mas que deve estar sempre presente no comportamento, atitudes e decisões dos agentes políticos do país.
Promete promover, neste mandato de cinco anos, o diálogo permanente com os vários órgãos de soberania e partidos políticos, no respeito do papel de cada um, com isenção e equidistância.
Disse que terá uma magistratura aberta à sociedade civil e ao seu contributo essenciais aos desafios que se colocam ao país para encontrar o caminho do desenvolvimento sustentável e acabar com os actuais níveis de pobreza.
Aconselha ao estabelecimento de prioridades e consensos para que cada um, em cada sector de actividade, se sinta motivado para o combate à pobreza, e a não cruzar os braços a espera de miragens como a do petróleo, ou ainda de ajudas internacionais.
“É preciso contar com o que temos e criar as condições indispensáveis para alcançar o que não temos e restaurar a actividade do Estado, assegurar a ordem pública e apostar em valores como a disciplina e o trabalho”.
Apela para a mobilização geral para o combate à corrupção por degradar a coesão nacional e desvia recursos que deviam ser colocados ao dispor de todos e ao estabelecimento de uma cultura de tolerância zero a este mal.
Falou da necessidade de reformas no sector da justiça de forma a dotá-la de meios técnicos e humanos que lhe permitam cumprir a sua missão ao serviço do interesse nacional.
Afirmou ser preciso premiar o mérito, a inovação e a empreendedorismo, e planear e criar as condições para levar a cabo as reformas estruturais rumo ao desenvolvimento, e preparar o país para enfrentar as consequências da actual conjuntura internacional de complexidades e incertezas.
Valoriza ainda a criação da confiança para atrair investimentos estrangeiros sérios, responsáveis e não especulativos visando captar recursos necessários para dar saltos qualitativos no domínio económico.
Considera também importante a intensificação da cooperação bilateral ou regional, entre os estados do Golfo da Guiné, bem como com os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Assegurou a sua “total” disponibilidade para cooperar estritamente para a causa da democracia e do pluralismo.
Afirmou que, com as eleições passadas, o povo são-tomense deu um exemplo de civismo e de democracia, comprovando que em África a evolução se pode fazer num quadro pacífico, desde que os dirigentes aceitem a expressão das regras democráticas.
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