A Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA), partido histórico angolano que enfrenta uma crise de liderança há vários anos, realiza o seu congresso entre os dias 22 e 25 de novembro próximo.
O congresso para o próximo mês foi convocado por Ngola Kabango, líder da FNLA, eleito presidente do partido no congresso de 2007, realizado depois da morte de Holden Roberto, fundador desta força política, que com Lucas Ngonda, antigo secretário para a informação deste partido, disputa a liderança.
Uma nova ordem do Tribunal Constitucional (TC), este ano, reconheceu a liderança do partido a Lucas Ngonda.A decisão tem sido contestada por Ngola Kabango, que no seu discurso de abertura da reunião do Conselho Político Nacional, realizada este sábado, disse que a FNLA está disposta, além de “prosseguir a luta político-jurídica” sobre a decisão do TC, “para a reafirmação da sua identidade política e histórica”, a preparar-se para as próximas eleições de 2012.
“A reunião do Conselho Político Nacional realiza-se num momento crucial para o nosso partido, porquanto tudo tem sido feito pelas forças obscuras para impedir que nos afirmemos no cenário político angolano.Debalde!”, disse Ngola Kabano.
Ngola Kabango considerou “longo e espinhoso” o caminho percorrido pelo partido desde o congresso realizado em 2007, onde foi eleito presidente desta formação política, enfrentando desde essa altura “inúmeras conspirações político-jurídicas, todas elas com uma única finalidade: destituir a histórica e imortal FNLA”.
O Conselho Político Nacional aprovou o universo de 1500 delegados ao congresso, que deverão ser eleitos através de assembleias provinciais eletivas.
Na reunião foi igualmente aprovada a ordem de trabalhos do congresso, onde consta a análise, discussão e aprovação do relatório da Comissão Preparatória, do Relatório das Actividades do partido, das Emendas a Introduzir nos Estatutos, Regulamento Interno do partido e Regulamento de Disciplina do Militante.
Os trabalhos vão decorrer também com a análise, discussão e aprovação das Teses, Resoluções, Moções e outros documentos da vida do partido, a aprovação da Estratégia Eleitoral, a Eleição do novo Presidente do partido e do Conselho Político Nacional e como último ponto a aprovação dos textos finais.
A divisão da FNLA remonta ao ano de 1997, altura em que Lucas Ngonda convocou um congresso à margem dos estatutos do partido, rejeitado entretanto, pelo já falecido líder fundador do partido, Holden Roberto.
Em 2004, Holden Roberto decidiu convocar um congresso no qual foi reeleito presidente do partido, Lucas Ngonda primeiro vice-presidente e Ngola Kabango segundo vice-presidente, resultados, entretanto, rejeitados por Lucas Ngonda, que até hoje lidera a outra ala da FNLA e agora com o reconhecimento do Tribunal Constitucional.
Fonte: Sapo Notícias / Lusa
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