O Governo são-tomense poderá chegar a acordo de partilha de produção com a Oranto Petroleum, empresa nigeriana a que adjudicou o bloco número três da zona económica exclusiva de São Tomé e Príncipe (ZEE), confirmou o primeiro ministro são-tomense.
Patrice Trovoada, em declarações à Rádio e Televisão publica de São Tomé, esclareceu que a segunda ronda de negociações com a Oranto iniciam "brevemente" e que apesar das dificuldades nas negociações, disse acreditar, contudo, que as duas parte vão chegar a um acordo.
"Vai haver um pouco de drama, mas tem que se chegar a um acordo, porque se uma empresa participa num leilão (de blocos de petróleo), ela tem vontade de concluir e antes de participar ela sabe quais são os termos fiscais, modelo de contrato, etc.", disse Partice Trovoada.
O primeiro bloco petrolífero da Zona Económica Exclusiva (ZEE) de São Tomé e Príncipe foi adjudicado à Oranto Petroleum, na primeira semana de maio deste ano e anunciado pelo governo são-tomense em comunicado.
O bloco em questão é o número três, com uma superfície de 4.228 quilómetros quadrados e localizado na Zona de Exploração A, e na altura o executivo considerou a empresa nigeriana como "uma companhia com operações desde 1991 e com uma presença ativa em vários Blocos no Golfo da Guiné e na África Ocidental".
Patrice Trovada disse acreditar na capacidade negocial da Agencia Nacional de Petróleo (ANP) do seu país, avançando que se vai discutir "pequenas coisas" uma vez que "o bónus já está definido".
"O que é importante é chegar-se a um contrato e as empresas começarem a trabalhar", diz Patrice Trovoada que alerta, entretanto, para "o grande risco" nos negócios envolvendo petróleo.
"O grande risco disso tudo é os especuladores. [O risco é que] venham, consigam um bloco depois vão dar a volta ao mundo para encontrar alguém que possa ceder, que possa ser sócio e nós estamos a perder tempo", refere.
Sete blocos de petróleo na ZEE são-tomense foram a leilão em novembro de 2010. Duranta a abertura das propostas, a Agencia Nacional de Petróleo considerou que apenas quatro empresas do conjunto que concorreram reuniam os requisitos, mas apenas um bloco acabou por ser adjudicado à empresa nigeriana.
"Há uma questão que temos que tomar em consideração: nós não conhecemos muito bem o potencial, então vai ser necessária fazer-se muito mais sísmica e é por isso que a nível do governo, achamos que não vale a pena também dar tudo", justificou Patrice Trovoada.
"É preciso não largarmos tudo, porque no dia em que a nível internacional acontecer que São Tomé se tornar o produtor do petróleo, o valor daquilo que temos vai subir muito mais" acrescentou.
"Colocamos alguns blocos no mercado, guardamos outros, mas forçar as empresas a trabalhar, a fazer sísmica, procurar dados e no dia em que houver uma descoberta isso vai criar maior excitação do mercado", frisou o chefe do executivo são-tomense.
Relativamente a Zona de Desenvolvimento Conjunto (ZDC), o primeiro-ministro são-tomense considera que é necessário fazer-se "pressão" a Total e Sinopec.
"Nós temos a zona de desenvolvimento conjunto que é uma zona que já foi atribuída há muitos anos, temos que ser um pouco mais persistentes em pôr pressão hoje na Total e na Sinopec, que são os dois operadores que nós temos nos blocos 1, 2, 3 e 4., concluiu.
*Foto em Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário