quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Guiné-Bissau: PAÍS LONGE NA EFICÁCIA NO COMBATE À DROGA - ministro da Justiça




FP - LUSA

Bissau, 27 out (Lusa) - O ministro da Justiça da Guiné-Bissau garantiu hoje que o país "está longe de pode fazer face com eficácia ao tráfico de drogas, com os meios que possui", ainda que o território seja hoje menos utilizado no tráfico transatlântico.

Adelino Mano Queta falava na cerimónia que marcou o início, em Bissau, de uma reunião do WACI - Iniciativa para a Costa Oeste Africana (West African Coast Initiative, no original), que junta os esforços de quatro países na luta contra o tráfico de droga e o crime organizado.

A reunião do Comité Consultivo (a primeira) é presidida pelo diretor executivo do Escritório das Nações Unidas contra as Drogas e Crime (UNODC), Yury Fedotov, que hoje está em Bissau onde tem também encontros com as autoridades.

Pretexto para Yury Fedotov dizer do seu empenho no WACI. "Os resultados obtidos no terreno pelo WACI desde o início das operações, em 2010, são encorajadores", disse o responsável, que felicitou particularmente as autoridades da Serra Leoa, "pelos resultados impressionantes obtidos até agora".

Yury Fedotov felicitou também os progressos na Guiné-Bissau e na Libéria, encorajando os dois países a prosseguirem a luta contra o narcotráfico e o crime organizado. "Ficamos felizes por poder prosseguir os esforços comuns na Costa do Marfim e na Guiné-Conacri. Obter resultados concretos, repito, é missão de todos. A UNODC está particularmente empenhada nisso", disse.

O responsável da UNODC agradeceu ainda o apoio da União Europeia à luta contra a droga no oeste africano, especialmente à Alemanha, França, Itália, Holanda e Reino Unido, bem como ao Brasil, Canadá e Estados Unidos, mas frisou que "para progredir rapidamente" são necessários "esforços adicionais", pelo que já em novembro haverá uma "mesa redonda" para debater esse tema.

A última reunião da WACI, disse, serviu para fixar as grandes orientações. A de hoje em Bissau serve para determinar os detalhes. Em discussão está a mobilização de recursos e a possível extensão da WACI a outros países.

É que, como disse Adelino Mano Queta, "está mais do que provado de que nenhum país isoladamente consegue sucesso na luta contra o tráfico de drogas".

João Biague, diretor da Polícia Judiciária, deu um exemplo: falar da Guiné-Conacri é falar da Guiné-Bissau, pelas "fragilidades" do controlo fronteiriço. Por isso, salientou, o assunto do tráfico de droga "é demasiado sério", pelo que é preciso rentabilizar os meios mas também pedir mais, "porque não há meios que se revelem suficientes".

A WACI foi criada no ano passado pelo UNODC e outros organismos das Nações Unidas e a INTERPOL para fazer um combate regional ao tráfico de droga e ao crime organizado.

Aproveitando a presença de missões de paz das Nações Unidas, a WACI foi implementada em quatro países piloto: Serra Leoa (UNIPSIL), Guiné-Bissau (UNIOGBIS), Libéria (UNMIL) e Costa do Marfim (ONUCI).

O primeiro comité político da WACI realizou-se no passado 20 de junho, em Dacar (Senegal) e hoje em Bissau reúne-se o comité programático (Comité Consultivo), destinado a reforçar a coordenação.

*Foto em Lusa

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