MARTINHO JÚNIOR, Luanda
Ao longo dos primeiros anos do século XXI as potências ocidentais iniciaram, com base na ilusão das parcerias estimuladas pelo próprio Kadafi, os programas estratégicos que preparavam as profundas alterações de conveniência, de que a guerra de oito meses que findou com o assassinato de Kadafi é apenas o cenário evidente e sangrento da transição, conforme aliás à filosofia crítica que tem sido exposta com tantos e tantos exemplos por Naomi Klein em “Doutrina de choque” – http://www.naomiklein.org/shock-doctrine.
A crise financeira global e em especial nos constituintes do império da hegemonia anglo saxónica, bem como a chegada ao poder da explosiva conexão de conservadores e neo liberais na Grã Bretanha e na França, estimularam a decisão dos abutres sobre o corpo inerte da Líbia!
Se o MI-6 garantia a continuidade dos esforços de inteligência que mergulhavam pelo menos até ao passado de mais de 42 anos e à instalação da monarquia do rei Idris (os britânicos possuem um acervo de inteligência que sob o ponto de vista histórico não tem paralelo por que foram eles que formaram o maior império colonial), a inteligência francesa (outra potência colonial de maior grandeza em África), sob os auspícios dos falcões de Sarkozy, intimamente associados a norte americanos e a britânicos, depressa foi instada como nervura táctica sensível que tornava praticável o desencadear das acções operacionais, civis e militares, que se seguiriam para fazer explodir Kadafi e o seu poder por via intestina em Tripoli, enquanto se preparavam as formas convenientes da sua substituição (Bengazi e desenvolvimentos em curso)…
A batalha pelas cidades, sob o ponto de vista estratégico, foi outro embuste para Kadafi engolir: de facto, as cidades líbias, quase todas elas situadas junto à costa, são fulcrais para o país, mas numa situação de ingerência, manipulação, desestabilização e de guerra tornariam o poder progressivamente vulnerável.
Ao invés de colocar capacidades estratégicas em lugares difíceis do território nacional e de sua periferia, Kadafi aceitou o estímulo pelas cidades, que foi lançado a toda a sua articulação.
É isso que tem acontecido até agora e, à medida que o tempo dita a sua lei, é difícil prognosticar que algo saia daquele imenso deserto para alterar a situação corrente.
Como a França foi a potência que se opôs a Kadafi nas disputas do norte do Chade, como a França aglutina conhecimentos importantes e diversificados sobre todo o Sahel, a França era imprescindível para a aliança formada a partir da decisão do Conselho de Segurança da ONU, inclusive para compor o ramalhete de interessados na vingança.
Por essa razão eu coloco Sarkozy, o seu poder de decião e intelectualmente, como o principal algoz “táctico” de Kadafi, por que os indícios que despontam até ao assassinato de Kadafi, apesar das tentativas de ocultação que se têm lançado através de várias cortinas de fumo pela via dos “media de referência”, bem como as tentativas para apagar cenários e fontes, se conjugam e são sugestivos, sob os pontos de vista das técnicas de que se servem os serviços de inteligência, os reconhecimentos em profundidade e as forças especiais!
Essa manobra integrada (com recurso a componentes político-diplomáticos, aos serviços de inteligência, ao reconhecimento profundo, às forças especiais, a empresas e iniciativas empresariais e tecnológicas e à panóplia de meios adstritos a esses sectores de actividade), terá começado em 2007.
Os sinais a que me reporto referem-se à chegada à Líbia, por via do “mercado dos negócios”, da empresa “Amesys” e com ela do “Groupe Bull” a Tripoli.
Uma notícia sensível, publicada a 18 de Setembro de 2011, levantava uma pequena ponta das iniciativas comerciais da “Amesys” em Tripoli:
“França vendeu blindado para Kadhafi em 2008” (http://www.gazetadopovo.com.br/mundo/conteudo.phtml?tl=1&id=1170565&tit=Franca-vendeu-blindado-para-Kadhafi-em-2008):
“Segundo o Mediapart, o valor da venda foi de 4 milhões de euros
Uma empresa francesa forneceu em 2008 ao regime líbio, com a aprovação do governo, um veículo blindado para garantir a proteção do então líder Muamar Kadafi, afirmou neste domingo (18) o site Mediapart.
O veículo utilitário, fabricado pela francesa Amesys, filial da Bull, foi fornecido a Trípoli por intermédio do franco-libanês Ziad Takkieddine, acusado em um caso relacionado aos atentados de Karachi, no Paquistão, informou o site.
A venda teve, desde 2007, o apoio do então ministro do Interior e atual presidente, Nicolas Sarkozy, e de seu então chefe de gabinete, Claude Guéant, atual ministro do Interior.
O carro foi entregue em 2008, dessa vez com a aprovação do Palácio do Eliseu, detalhou o site.
A presidência francesa não quis comentar o caso.
Segundo o Mediapart, o valor da venda foi de 4 milhões de euros.
Ela fazia parte de um contrato para aumentar a segurança do regime líbio - que compreendia ainda equipamentos para codificar comunicações e vigiar a Internet - assinado em 2007 com a Bull-Amesys, no valor de 26,5 milhões de euros.
A ONG Sherpa entrou na semana passada com um processo contra a Amesys, por suspeitas de que a mesma vendeu à Líbia em 2007 um sistema de vigilância à distância destinado a perseguir as forças rebeldes".
A pressão de activistas ligados aos Direitos Humanos e à ONG Sherpa, quanto a mim fazem parte da cortina de fumo que deliberadamente os serviços de inteligência franceses desencadearam sobre esse assunto, até por que a “Amesys” afinal não vendeu só o tal blindado, vendeu e instalou todo um sensível sistema de escuta electrónica e comunicações respondendo à motivação “activa” de Kadafi lutar contra os dissidentes internos e, especialmente, “contra o terrorismo islâmico”… e dando oportunidade “passiva” à filtragem por parte das inteligências francesa e dos seus aliados na NATO…
A Wikipedia (http://fr.wikipedia.org/wiki/Amesys), ajuda-nos a perceber esse “affaire” de duplo significado em termos de espionagem:
“La société est compromise dans une affaire d'espionnage liée au régime libyen du colonel Kadhafi, mise en lumière par le site d'information Owni.fr [1] depuis le mois de juin 2011 et étayée dans un reportage du Wall Street Journal le 30 août de la même année[2].
Elle aurait en effet vendu des technologies de surveillance permettant au régime du colonel Kadhafi de surveiller ses opposants et organisé en particulier la surveillance de l'ensemble du réseau Internet en Libye[3],[4].
La Fédération internationale des ligues des droits de l'homme et la Ligue des droits de l'homme mettent en cause Amesys et portent plainte contre X à Paris le 19 octobre 2011[5] » []
Com efeito, conforme a própria legenda de Moussa Koussa, era fácil criar a legenda que a « Amesys » estava ao serviço de Kadafi, quando essa era a via para ela estar ao serviço sobretudo dos expedientes correntes da inteligência francesa, inclusive da inteligência militar.
Era impossível por exemplo a Moussa Koussa, desconhecer essa iniciativa e a escolha duma empresa francesa ao nível da “Amesys” era sem dúvida a estratégia mais adequada e a que foi preferencialmente escolhida pelo império para integrar os interesses ligados a Sarkozy no plano operacional estratégico e táctico que explorava o êxito da inteligência histórica do MI-6.
É nesse enquadramento provável que o dinheiro à disposição de Kadafi tenha também sido aplicado na “Amesys” e no “Groupe Bull”, particularmente quando havendo a fusão, foi da empresa menor que saiu o presídio da decisão para o segundo consírcio!...
A “Amesys” (http://www.amesys.fr/index.php/fr/secteurs-dactivites) tem soluções no âmbito da Aeronáutica, da Defesa, da Marinha, das Telecomunicações e Redes, dos Transportes Públicos, da Energia e Indústria e dos Sectores Críticos de Segurança, bem como de Segurança de Territórios e Segurança da Informação, recorrendo às electrónicas e métodos de inteligência mais modernos.
Entre essas soluções destaco o que em síntese a própria publicidade da empresa expressa:
“EW - Guerre électronique
Amesys est spécialisé dans les solutions au cœur du renseignement d'origine électromagnétique (ROEM). La société maîtrise les enjeux et propose un ensemble de solutions pour le domaine du COMINT, ELINT et SIGINT.
Systèmes critiques
Amesys est un spécialiste dans la fourniture d’équipements durcis pour la défense, l’aéronautique et marine. Ces équipements répondent aux exigences d’environnements sévères et sont utilisés en opérationnel ou comme système de validation embarqué (Equipements avioniques, Simulation, Instrumentation et bancs de tests)”…
Todas essas referências que escolhi sobre a “Amesys”, são complementadas por Olivier Tesquet a 10 de Junho de 2011, em “La Libye sur écoute française” (http://owni.fr/2011/10/21/libye-cnt-secopex-martinet-benghazi/):
“Selon les confidences d’acteurs de la sécurité informatique, une entreprise française, Amesys, aurait vendu et déployé dès 2007 des technologies d’interception à la Libye du colonel Kadhafi. Dans le jargon, ces outils de surveillance très sophistiqués ont un nom: le DPI, pour Deep Packet Inspection, soit une technologie permettant à un opérateur télécom d’analyser son réseau en profondeur. A tel point que ces solutions peuvent même aller fouiner dans votre courrier électronique ou dans vos messageries instantanées.
A travers son interface Eagle, présenté comme un système d’interception électronique permettant à un gouvernement de contrôler toutes les communications qu’elles entrent ou sortent du pays, Amesys aurait équipé Mouammar Kadhafi. Voilà pour l’argument commercial. Fondée en 1979, cette structure a été rachetée en 2009 par Bull, pionnier tricolore de l’informatique. Signe d’une évolution assez nette en termes de stratégie, c’est le président d’Amesys (260 employés), Philippe Vannier, qui a pris la tête de Bull (8 600 salariés) en mai 2010. A la fin du mois d’avril, ce dernier commentait le bilan de sa société pour le premier trimestre 2011, et apportait cette précision intéressante:
L’accueil de nos nouvelles offres en sécurité nous ouvre également des perspectives prometteuses même si le contexte politique dans certains pays ralentit les prises de décision. Les événements survenus au Proche et Moyen-Orient ont impacté l’activité commerciale de la division Security Solutions”…
Alargando a investigação a personalidades tão diversas como o intermediário franco-libanês para os negócios de armamento francês que dá pelo nome de Ziad Takkieddine, um próximo do círculo “in” do próprio Sarkozy, já referenciado em França como tal em escândalos tornados públicos, é oportuno complementar os dados sobre quem são, sob os pontos de vista de trajectória e político, as personalidades do Ministro do Interior, do Ultramar, das Colectividades Territoriais e da Imigração, Claude Guéan (http://fr.wikipedia.org/wiki/Claude_Gu%C3%A9ant) e do Ministro da Defesa, Gérard Longuet (http://fr.wikipedia.org/wiki/G%C3%A9rard_Longuet)...
Por outro lado, é revelador quão Sarkozy está pessoalmente interessado em tanta coisa que não aparece aos olhos do grande público, como aconteceu com a venda de submarinos ao Paquistão e de fragatas à Arábia Saudita, conforme o artigo de Fati Mansour intitulado “Les pièces genevoises du puzzle Karachi” (http://www.ladepeche.fr/article/2011/09/21/1172549-affaire-karachi-deux-proches-de-nicolas-sarkozy-devant-les-juges.html):
…«Je suis convaincu que les informations que je détiens, et que je ne suis pas seul à détenir, ne doivent pas être portées sur la place publique.
Ziad Takkieddine, l’intermédiaire franco-libanais au cœur de l’affaire dite Karachi, ne croyait pas si bien dire en écrivant ces lignes.
L’enquête sur les possibles rétro-commissions liées aux ventes d’armes vers le Pakistan et désormais surtout l’Arabie saoudite (avec Sawari II) sous le gouvernement Balladur s’est transformée en feuilleton à scandale pour la droite et pour Nicolas Sarkozy.
L’entrée en scène de deux épouses en conflit n’a pas arrangé les choses.
Et Genève, ses banques, ses avocats, ses notaires et ses arbitrages, occupe à nouveau une place de choix lorsqu’est évoquée la corruption des élites.
Le rythme des révélations s’est brusquement accéléré au mois de septembre avec la mise en examen de plusieurs acteurs clés de cette affaire: Ziad Takkieddine, Thierry Gaubert et Nicolas Bazire, tous deux proches de l’actuel président de la République.
Les investigations menées par les juges Renaud Van Ruymbeke et Roger Le Loire visent à établir si une partie des commissions versées pour la vente de sous-marins à Karachi et de frégates à Riyad sont revenues en France pour financer la campagne présidentielle d’Edouard Balladur en 1995 et pour enrichir une partie de la classe politique.
La déclaration qui fait grand bruit est celle de l’épouse de Thierry Gaubert, Hélène de Yougoslavie, qui a affirmé que son mari voyageait souvent à Genève, parfois avec Takkieddine, et qu’il revenait avec des sacoches remplies de billets remises par la suite à Nicolas Bazire”…
O que não terá acontecido com “Amesys” e o “Groupe Bull”, quando estava em jogo, para além das estratégias sobre o petróleo líbio, a caça às dispersas fortunas de Kadafi, colocadas em tantos bancos dos Estados Unidos e Europa?
Sob o plano operacional entretanto, uma notícia foi divulgada debaixo das emoções do assassinato de Kadafi, que terá passado inadvertidamente e, como tal não mereceu mais divulgação para além da Al Jazeera.
No artigo “Accounts emerge of Gaddafi's final moments” (http://english.aljazeera.net/news/africa/2011/10/20111020171225339666.html), revelava-se:
“While reports surrounding the circumstances of Muammar Gaddafi's death remain murky, amateur footage combined with eyewitness accounts tell a dramatic story of the toppled leader's last stand.
Shortly before dawn prayers on Thursday, Gaddafi surrounded by a few dozen loyal bodyguards and accompanied by Abu Bakr Younis Jabr, the head of his now defeated army, broke out of Sirte where his loyalists had been embroiled in fierce gun battles with NTC fighters for two months.
Gaddafi headed west in an armed convoy of 15 trucks, but did not get far. NATO said that one of its aircraft struck the convoy near Sirte at about 8:30 am on Thursday.
Gerard Longuet, French defence minister, later confirmed that the attack - which destroyed all 15 trucks and killed 50 of Gaddafi’s men - was executed by the French air force.
However, Gaddafi himself and a handful of his men escaped death and appear to have run through a strand of trees towards the main road and hid in two drainage pipes”…
Tal como no blindado de Kadafi fornecido por uma empresa perita em guerra electrónica como “Amesys”, surge num momento crucial da caça a Kadafi um avião francês, necessariamente também equipado com os mais sofisticados meios electrónicos.
Haverá alguma conexão táctica, operacional, ou tecnológica, entre o blindado fornecido pela França a Kadafi e o avião que bombardeou a coluna em que seguia em Sirtre?
É provável que sim, pois tudo é tecnicamente, por via também da publicidade, bastante sugestivo e o simples facto de todos que estavam juntos a Kadafi terem sido mortos, levanta a última suspeição: o grupo que em cima do bombardeamento atacou a coluna de Kadafi, não pertencerá às forças especiais francesas, ou não teria sido orientado por elas?
Quanto tempo mediou entre o bombardeamento aéreo da coluna e o ataque terrestre ao grupo de Kadafi?
Se assim não fosse, haveria alguma outra razão especial para matar todos, a fim de não permitir qualquer tipo de risco “a posteriori”?
Também aqui me parece haver uma razão estratégica para a pirataria e o saque:
Eu desde as primeiras análises que afirmei que as acções a coberto da Resolução 1973 contra Kadafi implicariam o seu desaparecimento físico e dos membros da sua família, senão como se garantiria o melhor dos sucessos em relação ao acesso aos biliões depositados em tantos bancos, nos mais diversos países e fora das fronteiras da Líbia?
Tradição não falta às forças especiais francesas: é legítimo levantar tal suspeição, conhecendo minimamente as características delas e um dos seus últimos “êxitos”: o ataque à residência de Laurent Gbagbo em Abidjan e a sua prisão, que alterou profundamente a situação relativa à Costa do Marfim, sobretudo em benefício dos interesses e conveniências neo coloniais da França e, logicamente, dos seus aliados que são também aliados de fortuna!...
Resta definir uma última questão: sendo Kadafi afinal tão vulnerável, por que razão não terá sido ele abatido há mais tempo, logo em Fevereiro, quando tudo começou?
A guerra de oito meses até ao assassinato de Kadafi, serviu para mobilizar para a causa rebelde, cidade após cidade, tanto quanto o possível a população líbia!
Nesse aspecto e por fim é preciso lembrar aquele artigo de Thierry Meyssan, “Opération Sarkozy : comment la CIA a placé un de ses agents à la présidence de la République française” (http://www.voltairenet.org/article157210.html):
“Les Français, lassés des trop longues présidences de François Mitterrand et de Jacques Chirac, ont élu Nicolas Sarkozy en comptant sur son énergie pour revitaliser leur pays.
Ils espéraient une rupture avec des années d’immobilisme et des idéologies surannées.
Ils ont eu une rupture avec les principes qui fondent la nation française.
Ils ont été stupéfaits par cet hyper-président, se saisissant chaque jour d’un nouveau dossier, aspirant à lui la droite et la gauche, bousculant tous les repères jusqu’à créer une complète confusion.
Comme des enfants qui viennent de faire une grosse bêtise, les Français sont trop occupés à se trouver des excuses pour admettre l’ampleur des dégâts et leur naïveté.
Ils refusent d’autant plus de voir qui est vraiment Nicolas Sarkozy, qu’ils auraient dû s’en rendre compte depuis longtemps.
C’est que l’homme est habile. Comme un illusionniste, il a détourné leur attention en offrant sa vie privée en spectacle et en posant dans les magazines people, jusqu’à leur faire oublier son parcours politique.
Que l’on comprenne bien le sens de cet article : il ne s’agit pas de reprocher à M. Sarkozy ses liens familiaux, amicaux et professionnels, mais de lui reprocher d’avoir caché ses attaches aux Français qui ont cru, à tort, élire un homme libre.
Pour comprendre comment un homme en qui tous s’accordent aujourd’hui à voir l’agent des États-Unis et d’Israël a pu devenir le chef du parti gaulliste, puis le président de la République française, il nous faut revenir en arrière.
Très en arrière.
Il nous faut emprunter une longue digression au cours de laquelle nous présenterons les protagonistes qui trouvent aujourd’hui leur revanche”…
Foto: O autor intelectual e “táctico” do crime e a sua vítima mais dilecta.
Ler também:
KADAFI – OS ERROS DE APRECIAÇÃO ESTRATÉGICA PAGAM-SE CARO – I
1 comentário:
Le Killer de Las Vegas venu de Sicile . Qui a vraiment tué Kadhafi ? par Manlio Denucci
http://lavoixdelalibye.com/?p=2191
Vídeos da captura e assassinato de Mutassim Kadafi:
http://libyasos.blogspot.com/2011/10/unexplained-circumstances-of-moatassem.html
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