FV - LUSA
Sidney, Austrália, 05 out (Lusa) - A Nova Zelândia condenou hoje a decisão do governo japonês de reabrir a caça às baleias nas águas antárticas e advertiu que esta medida dificulta "a continuidade do processo diplomático" entre ambos os países.
"A decisão do Japão destoa da opinião internacional. É uma falta de respeito em relação às preocupações expressas pelos povos da Austrália e Nova Zelândia que estão adjacentes ao Oceano Antártico", indicou o ministro neozelandês dos Negócios Estrangeiros, Murray McCully, em comunicado.
O Japão anunciou na terça-feira que reabrirá a "caça científica" de baleias no Antártico no verão austral e que enviará um navio do governo para proteger os seus navios dos protestos ecologistas.
Após o anúncio, a Austrália, país que interpôs uma ação contra o Japão no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) pela caça às baleias, também expressou a sua "deceção" pelo reinício desta atividade nas águas da Antártida.
Alguns ativistas já anunciaram estar dispostos a dar a vida para defender os cetáceos na próxima campanha anual nas águas antárticas, a partir de dezembro.
Estima-se que o Japão reforce o investimento na segurança da frota baleeira em mais 27 milhões de dólares (20 milhões de euros) este ano.
Para o diretor da ONG Sea Shepherd, Jeff Hansen, o investimento elevado é um sinal de que "se tratará de um ano muito polémico" nas águas antárticas.
Perante uma possível escalada de violência, o ministro neozelandês pediu a todas as partes que "actuem responsavelmente" durante a temporada da caça às baleias e que evitem qualquer ação que ponha em perigo as suas vidas e a dos outros.
O Japão defende a caça de baleias como uma tradição milenar.
Em fevereiro, o país nipónico tinha suspendido a caça anual nas águas da Antártida devido aos conflitos com as organizações ecologistas.
Sem comentários:
Enviar um comentário