ANTÓNIO VERÍSSIMO
Cavaco vai usar 5 de Outubro para apelar à paz social
O Diário de Notícias refere Cavaco Silva e as comemorações e discursos do 5 de Outubro, na sua edição e-paper, com uma fotografia azeda, seráfica, do seráfico sujeito. Diz: “Presidente quer deixar mensagem de união aos portugueses perante a austeridade pedindo compreensão para os sacrifícios”, o título é o que vêem em cima. Nem podia faltar, o agente da finança pedir tudo e mais alguma coisa para os nossos sacríficios. Pedir o que seja para os sacrifícios deles não teria cabimento porque não os fazem, nem precisam, são praticamente intocáveis e até enriquecem com as “crises”. Este sujeito é presidente de quê? De alguma empresa de vendedores, de agiotas? Portugal já foi vendido na totalidade? Parece. Até parece que sim. E os portugueses também?
Falam “eles” de tumultos, de ingovernabilidades por via de revoltas sociais. “Eles” estão com medo de quê? O que os move para andarem há semanas a falar disso? Se bem repararmos é tique de regimes de extremos, que sabem que fazem errado, que fazem injusto, que “pulam” as constituições dos países, que submetem, reprimem e escravizam os seus povos e depois vêm com aquele tipo de discursos para justificarem mais pedidos de sacrifícios, mais repressão, mais estado policial, mais exploração, mais rédea solta ao agiotismo governativo e, neste caso, do FMI, dos bancos... São os portugueses que estão a sustentar este tipo de “mamíferos” agiotas onde percebemos que Cavaco se aninha às mil maravilhas.
Comemora-se hoje os 101 anos da implantação da República Portuguesa. Devia ser uma República de Facto, justa, igualitária nos direitos e nos deveres, nas liberdades e garantias, na democracia. Terá Cavaco consciência de que nada disso é o que está a acontecer em Portugal e que tudo se tem agravado no seu consulado? Repare-se na pressa e seu comportamento relativamente a discursar na AR e criticar o governo Sócrates, apressando a sua queda. Não se diz aqui que o PS não o merecia. Merecia-o. Mas acaso teve a mesma postura relativamente à desgovernação do seu consorte partidário da Madeira, Alberto João Jardim? E como dizem até sabia antes de todos nós o que se estava a passar. Mas não, teve comportamento muito diferente. Logo, sem surpresas, sabemos que temos em Belém um sujeito politicamente mesquinho, que age segundo interesses partidários incompatíveis com o cargo que ocupa, apesar de não representar a maioria dos portugueses de facto. Acaso repara este sujeito na violência que ele e os seus comparsas no governo exercem sobre os portugueses de pobreza extrema, pobres, classe média… e mais aqueles que servirem para escravizar? E pede o quê? Paz social? Mas onde é a guerra? "Eles" lá sabem que a declararam e que renovam os ataques todos os dia. Sacrifícios? Mais? Como? Querem vender os nossos cadáveres? Aproveitar os cabelos, fazer da nossa réstea de gordura sabão e o que mais der, à laia de Hitler?
Comemoramos a República. Que República? Que democracia e que justiça? Ele que se coíba ao menos de gastar um cêntimo que seja nas cerimónias, nos beberetes e comeretes e nas costumeiras alarvidades. É que existem imensos portugueses com fome. Cavaco que pergunte à Caritas, por exemplo, que vem dizendo que já não tem estrutura para apoiar tantos carenciados. República, não é? Senhor rei dos Algarves...
Abaixo a tirania! Viva a República!
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