sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Occupy Wall Street: “AS MANIFESTAÇÕES REFLETEM A FRUSTRAÇÃO DO POVO”, diz Obama




PÚBLICO

Occupy Wall Street chega a Washington

O Presidente dos Estados Unidos afirmou que as manifestações de Wall Street, que ganham cada vez mais adeptos e chegaram nesta quinta-feira a Washington, reflectem a frustração dos cidadãos contra os que provocaram a crise financeira.

“Ainda vemos que muitos dos que actuaram de forma irresponsável na altura se opõem hoje aos esforços que estamos a fazer para travar aquelas práticas abusivas”, disse Barack Obama numa conferência de imprensa na Casa Branca. "Vi as manifestações na televisão e penso que exprimem o descontentamento dos americanos."

As palavras de Obama surgem um dia depois de os “indignados de Wall Street” terem recebido o apoio dos sindicatos, que também marcharam na zona do coração financeiro de Nova Iorque.

Como um número cada vez maior de pessoas na rua, o movimento Occupy Wall Street também ganhou o apoio de estudantes em várias universidades espalhadas pelo país que abandonaram as aulas em sinal de solidariedade para com os protestos de Nova Iorque.

Os protestos alastraram nesta quinta-feira a Washington, com a concentração de centenas de manifestantes na Freedom Plaza, a poucos quarteirões da Casa Branca. Ao grupo juntaram-se pacifistas que protestam contra a guerra no Afeganistão, ecologistas, antigos combatentes de vários estados dos EUA.

“Parem a máquina. Criem um Mundo Novo”, foi o apelo feito através da Internet, no qual foi pedido aos manifestantes para aparecerem com sacos-cama no local do protesto para, “de forma não violenta”, resistir à 'máquina corporativa' ocupando a Freedom Plaza para exigir “que os recursos da América sejam investidos nas necessidades humanas e na protecção ambiental em vez da guerra e a da exploração”.

Uma das participantes neste protesto, Lisa Simeone, disse há AFP que o seu grupo estava a trabalhar há mais de um ano numa mobilização deste género, mas que a acção acabou por ser impulsionada pelo movimento Occupy Wall Street que começou há três semanas em Nova Iorque, com um acampamento na praça Zuccotty Park, mas que entretanto já alastrou a diversas cidades e juntou membros de sindicatos e várias organizações.

Os manifestantes estão autorizados a permanecer quatro dias na praça, mas muitos prometem ficar “até que chegue a mudança”. Connie Joe, que trabalha na secretaria de uma escola em Wisconsi, no Norte do país disse que os manifestantes “estão decepcionados com Obama e explicou que tirou uma semana e meia de férias para participar nos protestos. “Há 30 anos que estou à espera de um movimento como este.”

Na quarta-feira a manifestação em Nova Iorque juntou mais de 5000 activistas, incluindo membros dos sindicatos e outras organizações, houve também protestos em Boston, Chicago, Los Angeles e São Francisco, e para esta quinta-feira foram também agendadas manifestações em Austin e Houston, no Texas, em Filadélfia e em Tampa, na Florida, para além do protesto em Washington.

Em Boston, cerca de 200 alunos da Northeastern University protestaram contra o que designam de controlo do Governo por parte das empresas e em San Francisco foram também algumas centenas os que desfilaram com cartazes onde se lia, em referência aos bancos, “eles foram resgatados, nós fomos vendidos”.

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