sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Aviso: EUA podem suspender financiamento à UNESCO se aprovar entrada da Palestina




ANA GOMES FERREIRA - PÚBLICO

A chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Hillary Clinton, disse que a recomendação para o reconhecimento da Palestina como membro de pleno direito da UNESCO é "confusa" e "inexplicável" e ameaçou retirar o apoio de Washington à agência das Nações Unidas para a cultura e educação.

Numa conferência de imprensa na República Dominicana, onde participa numa reunião económica, Clinton defendeu que o assunto do reconhecimento regresse à mesa das negociações e não excluiu que, se isso não acontecer, os EUA podem suspender o apoio financeiro à UNESCO.

A Autoridade Palestiniana pedira o reconhecimento e uma recomendação nesse sentido foi aprovada pelo Conselho Consultivo numa votação em Paris (onde se situa a sede da agência). Apesar de os Estados Unidos da América terem votado contra, o pedido foi aprovado por foi larga maioria, 40 votos a favor em 58 possíveis.

Este pedido de reconhecimento faz parte da campanha de pressão do presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, junto dos organismos internacionais. O pedido formal foi feito por um grupod e países árabes.

No mês passado, Abbas entregou uma petição na sede das Nações Unidas em Nova Iorque pedindo para a Palestina se tornar membro de pleno direito da organização, o que constituiria o reconhecimento do Estado da Palestina. Os Estados Unidos anunciaram que, quando chegar o momento da votação do pedido no Conselho de Segurança, usarão o seu direito de veto.

"Devo dizer que me parece muito confuso e inexplicável que um orgão das Nações Unidas tome decisões sobre o estatuto de um estado enquanto essa questão está a ser discutida no Conselho de Segurança", disse Clinton. "É um processo muito pouco habitual".

A votação na UNESCO, na quarta-feira, foi considerada uma primeira vitória diplomática palestiniana na sua luta por obter o reconhecimento internacional enquanto Estado. O documento terá agora que ser submetido à aprovação da Assembleia Geral da UNESCO, que se reune no final de Novembro. Caso esta confirme a decisão do Conselho Executivo, a Palestina poderá apresentar pedidos de reconhecimento como Património da Humanidade para locais situados em territórios palestinianos ocupados por Israel. Alguns deles são igualmente reivindicados por Telavive como património seu.

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