sexta-feira, 21 de outubro de 2011

RAPIDINHAS DO MARTINHO – 51




MARTINHO JÚNIOR – Luanda

“DILATAR A FÉ E O IMPÉRIO”

Opinião, revista e ampliada no artigo “Timor-Leste: GOVERNO PORTUGUÊS DISPONÍVEL PARA QUE GNRCONTINUE

1) Desgraçadamente é esta a única missão militar-policial de envergadura de Portugal a nível internacional, em relação à qual existe um mínimo de dignidade, de coerência histórica e de bom senso humanitário.

2) Em todas as outras "missões" Portugal veste a roupagem dum desprezível mercenário à disposição dos grandes falcões, nos Balcãs, no Iraque, ao largo da Somália e no Afeganistão sobretudo.

3) É evidente que a relativamente satisfatória missão em Timor é insuficiente para "apagar" a mancha mercenária portuguesa a coberto da NATO.

4) Essa mancha é tanto mais condenável quando, ao mesmo tempo que jovens portugueses são mobilizados para “dilatar a fé e o império” anglo-saxónico à boa maneira de George Bush, Tony Blair Obama e seus sequazes, a sociedade portuguesa sofre os traumas impostos por esse mesmo império e suas tão mal paradas e digeridas finanças.

5) Portugal está-se a reduzir (e a reduzir os seus instrumentos de poder de estado), cada vez mais à condição dum instrumento mercenário, quando o seu próprio povo é castigado pelos interesses omnipresentes da aristocracia financeira mundial, aliada às elites políticas e económicas nacionais.

6) As “missões” militares portuguesas em países do CPLP, deveriam ser alvo não só de inquérito, como também de rigorosa fiscalização: elas estão em funções correspondendo a um modelo estritamente bilateral, ou assumem-se como observatório e filtro ao serviço da NATO?

7) Essa questão é tanto mais pertinente quanto os falcões que tornaram a NATO um instrumento de ingerência e manipulação fora do espaço físico geográfico original, estão apostados em aproveitar as “receitas” da Líbia, do Iraque e do Afeganistão para as aplicarem em outras regiões do Médio Oriente, da América Latina e de África, aproveitando o “mercado” energético, onde procuram completo domínio.

8) Por conseguinte, é legítimo e torna-se necessário a países como Angola, preservarem a cultura que explora as vias de paz e diálogo permanente, de forma a darem oportunidade à continuação dos resgates históricos em benefício dos seus povos, não se deixando enredar nas teias do “mercado” cujas ideologias conduzem, entre outras coisas, à omnipresença da NATO.

9) Compreende-se agora melhor que nunca a razão da ditadura de Salazar ter sido o único fascismo aceite na fundação da NATO: 60 anos depois, uma tenebrosa ditadura financeira, aquela que move o império tisnado de cultura anglo saxónica, impõe o fim da soberania das "velhas" nações europeias e Portugal constituir um dos primeiros sinais dessa decadência e desse colapso, mais ainda que no tempo do “ultimatum” britânico ao “mapa cor de rosa”!

10) Nesse aspecto a super estrutura ideológica do estado fascista de Salazar foi um precursor da ideologia fomentada na origem pelo par George Bush e Tony Blair, para promoverem sucessivamente as ingerências nos Balcãs, no Iraque, no Afeganistão e na Líbia, em nome duma “civilização ocidental” que não passa duma manipulação da poderosa aristocracia financeira mundial, evidenciando uma espécie de feudalismo adaptado ao século XXI, tão do agrado de algumas das correntes católicas inerentes ao próprio Vaticano, como à arcaica sociedade portuguesa, cuja mentalidade-padrão remonta aos tempos da Inquisição e dos Cristão Novos!

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