As autoridades tailandesas alertaram hoje a população para a possibilidade de na próxima semana poderem ocorrer as piores inundações das últimas décadas na região central e na capital devido à chuva caída no norte do país.
O Centro Nacional de Alerta e Desastre avisou hoje os habitantes das quatro províncias mais orientais que os desabamentos de terra deverão começar na segunda-feira.
Os residentes nas zonas montanhosas e junto ao leito dos rios terão que adotar especiais cuidados.
Desde que começaram as inundações, em finais de julho, 252 pessoas morreram, três milhões foram afetadas pelas cheias e 59 das 76 províncias do país sofreram danos.
Os maiores estragos concentram-se em 30 províncias do norte e centro da Tailândia, onde muitas áreas foram declaradas zonas de catástrofe, como Ayutthaya, a antiga capital do país e cujo centro histórico é património da humanidade, a norte de Banguecoque.
"O problema das inundações está a alcançar a categoria de `crise`, a pior em décadas", afirmou a primeira-ministra tailandesa, Yingluck Shinawatra, numa mensagem à nação citada pela edição digital do diário "Bangkok Post".
A governante indicou que, apesar dos esforços coordenados do Governo, existe a possibilidade de não se conseguir conter os desabamentos que se avizinham, porque o volume de água acumulada excede as estimativas iniciais e a capacidade das barragens e dos canais está ao nível máximo.
Diversas barragens tiveram mesmo que começar a libertar caudal para reduzir o perigo de roturas devido à pressão da água, como é o caso da infraestrutura de Ubolrat, na província de Khon Kaen (nordeste), cujo caudal já ultrapassou o nível máximo.
O objetivo das autoridades por estes dias é acelerar o desaguar de água no mar com desvios dos 7.000 milhões de metros cúbicos que se calcula estarem a descer em direção à região central antes que cheguem ao destino e entrem em Banguecoque.
"Se não podermos fazê-lo, causará grandes danos às províncias por onde vai passar", alertou Yingluck.
A Universidade da Câmara de Comércio da Tailândia estima que a fatura dos danos vai ultrapassar os 4.183 milhões de dólares (3.134 milhões de euros).
Cerca de 500 fábricas de 19 províncias foram obrigadas a parar a produção, segundo a Federação Tailandesa da Indústria, que já pediu ajuda ao Governo para cobrir as perdas.
Um estudo realizado por este organismo estima que o desastre natural vai baixar entre um a 1,3 pontos percentuais o crescimento do Produto Interno Bruto da Tailândia, que deverá ficar-se pelos 3,6 por cento.
*Foto em Lusa
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