segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Angola: SAFRAS AGRÍCOLAS SÃO ANIMADORAS


Duas meninas ajudam a mãe no processo de selecção da batata para serem vendidas nos principais mercados - Fotografia: Carlos Liandamo - Matala

ESTANISLAU COSTA – JORNAL DE ANGOLA

Cassinda Vilale e Maria Cambandja são duas irmãs que ajudam a mãe e a tia a separar as batatas grandes das pequenas ou as que estão em melhor estado. O trabalho vai até às 11h40, altura em que as duas meninas vão para a escola. Na pasta escolar de cada uma, o lanche é quase sempre o mesmo: batata assada.

Dona Calombo e a irmã são contratadas pelos agricultores para a colheita da batata. Recebem, em troca, batatas, tomates e outros alimentos, que vendem nos mercados da cidade do Lubango. Uma parte fica para alimentar a família.

Como estas mulheres, na Matala há centenas que trabalham na colheita da batata, que está a ser produzida em grande escala na região. “Colhemos e separamos batata, tomate e repolho. A carrinha que transporta para a câmara de frio e depois para venda no Lubango, faz várias viagens”, disse Dona Calombo à reportagem do Jornal de Angola.

Em vários mercados paralelos do Lubango, o balde de cinco quilos de batata está cotado nestes dias a preços que variam os 200 e os 350 kwanzas, enquanto o balde de tomate fica entre 150 e 200.

As duas irmãs facturam semanalmente entre cinco a oito mil kwanzas, que investem noutros negócios, como a compra de cabritos, porcos, galinhas e ovos, para vendê-los no mercado. “Assim é a nossa vida. Não sentimos falta de dinheiro, alimentos ou recheio da casa”.Cassinda Vilale e Maria Cambandja são duas irmãs que ajudam a mãe e a tia a separar as batatas grandes das pequenas ou as que estão em melhor estado. O trabalho vai até às 11h40, altura em que as duas meninas vão para a escola. Na pasta escolar de cada uma, o lanche é quase sempre o mesmo: batata assada.

Dona Calombo e a irmã são contratadas pelos agricultores para a colheita da batata. Recebem, em troca, batatas, tomates e outros alimentos, que vendem nos mercados da cidade do Lubango. Uma parte fica para alimentar a família.

Como estas mulheres, na Matala há centenas que trabalham na colheita da batata, que está a ser produzida em grande escala na região. “Colhemos e separamos batata, tomate e repolho. A carrinha que transporta para a câmara de frio e depois para venda no Lubango, faz várias viagens”, disse Dona Calombo à reportagem do Jornal de Angola.

Em vários mercados paralelos do Lubango, o balde de cinco quilos de batata está cotado nestes dias a preços que variam os 200 e os 350 kwanzas, enquanto o balde de tomate fica entre 150 e 200.

As duas irmãs facturam semanalmente entre cinco a oito mil kwanzas, que investem noutros negócios, como a compra de cabritos, porcos, galinhas e ovos, para vendê-los no mercado. “Assim é a nossa vida. Não sentimos falta de dinheiro, alimentos ou recheio da casa”.

Produção aumenta

Os agricultores associados em sete cooperativas agrícolas que exploram as terras adjacentes ao perímetro irrigado, sob gestão da Sociedade de Desenvolvimento da Matala (SODEMAT), estão, desde Outubro passado, a colher quantidades consideráveis de batata e hortaliças diversas.

O presidente da cooperativa 1º de Maio, Victor Fernandes, disse à reportagem do Jornal de Angola que a colheita decorre a bom ritmo, devido à mobilização de mais camponeses. As associações produtoras esperam colher sete mil toneladas de batata. Para conservar parte dos produtos, a Sociedade de Desenvolvimento da Matala pôs à disposição dos agricultores duas câmaras frigoríficas, localizadas na comuna de Capelongo, a 65 quilómetros da vila da Matala. O sistema de frio, que conta com energia alternativa, tem capacidade para conservar 1.800 toneladas.

O administrador comercial da Sociedade de Desenvolvimento da Matala, João Agostinho Caveto, informou que as câmaras frigoríficas foram instaladas recentemente e custaram 400 milhões de kwanzas, num financiamento do Banco de Desenvolvimento Agrário (BDA). “A criação do sistema de frio reforçou a capacidade de conservação de 500 para 2.300 toneladas”, explicou.

João Agostinho Caveto esclareceu que a antiga câmara frigorífica, projectada para 500 toneladas, encontra-se em manutenção e, brevemente, começa a funcionar.

A intervenção da empresa gestora do perímetro abrange uma área piloto de 400 hectares de rega e 800 hectares de área bruta, utilizada normalmente pelos produtores.

“Apoiamos os agricultores para que as colheitas sejam feitas na altura certa e de acordo com o ciclo de cada cultura. Fizemos também o acondicionamento para permitir que os produtos, sobretudo a batata, cheguem ao mercado com qualidade de consumo e comercial”, disse.

No processo de conservação da batata, explicou o administrador, os produtores pagam mensalmente nove kwanzas por quilo, com a vantagem do agricultor deixar de suportar os custos de transporte e outros encargos. “Esta forma de prestação de serviços faz com que não haja neste momento batata a deteriorar-se por falta de escoamento”, garantiu.

A empresa, que captou recursos do BDA para financiar os agricultores da região, preparou vastos terrenos onde produziu batata e tomate, que neste momento estão a ser colhidos.

João Caveto referiu que, após as colheitas, a Sociedade de Desenvolvimento da Matala tem a responsabilidade de dar o tratamento comercial aos produtos, que começa com a selecção, embalagem, transporte e comercialização, para, depois, regularizar com o financiador o reembolso.

“Os produtores não são obrigados a vender a batata à empresa gestora do perímetro irrigado, mas os que forem incapazes de comercializar podem recorrer aos préstimos da empresa para ajudar a solucionar a questão do escoamento”, esclareceu João Caveto.

Reembolso do crédito

O reembolso do crédito agrícola de campanha, disponibilizado aos agricultores das sete cooperativas que trabalham em dezenas de hectares do perímetro irrigado da Matala, está a ser feito de acordo com o programa, que prevê a entrega de batata e de tomate.

O administrador, que elogiou o empenho dos produtores, pelos resultados alcançados, considerou “positivo” o processo de reembolso, através de produtos cultivados, tendo em conta as quantidades até agora entregues.

“Isso dá garantias de retorno do investimento efectuado na campanha passada”, sublinhou.

As sete cooperativas em actividade nos campos do perímetro irrigado da Matala apoiam 500 agricultores, contemplados no presente ano com crédito de campanha efectuado pelos bancos Sol, BPC e Comércio e Indústria, cujo valor rondou um milhão e 500 mil dólares. A reanimação e o novo impulso dado pelo programa concebido pelo Executivo à actividade agro-pecuária da Matala são reconhecidos pelo administrador municipal, Manuel Vicente, que realça a produção, em grande escala, de alimentos.

“As autoridades do município e os camponeses estão satisfeitas por constatarem que a Matala é agora destaque na lavoura de batata, tomate e outras hortaliças, para cobrir parte das necessidade da província da Huíla ou mesmo do país”, disse o administrador.

Os novos agricultores são sensibilizados para os aspectos relevantes do ciclo produtivo: “ensinamos aos camponeses, com o apoio da gestora do perímetro, que o ciclo produtivo só termina quando os alimentos colhidos são escoados”.

A intervenção da Sociedade de Desenvolvimento da Matala fez com que acabassem os riscos de deterioração de produtos.

As novas câmaras de frio, o reembolso do crédito, por via de produtos de cada beneficiário, a compra de batata e tomate pela empresa gestora são indicadores de que estão criadas as condições para o devido escoamento, disse Manuel Vicente.

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