quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Bastonário dos Advogados compara JSD a "tropa de choque de governantes cobardes"




VCP – FC - LUSA

Esposende, 28 nov (Lusa) - O bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, acusou hoje a JSD de se estar a transformar em "claque de futebol" e "tropa de choque" de dirigentes e governantes "cobardes", nomeadamente da ministra da Justiça.

"Recordo a JSD liderada por Pedro Passos Coelho, Pedro Pinto, Jorge Moreira da Silva, António Lacerda, Carlos Coelho, Pedro Duarte, que era uma JSD que não se prestava a estes papeis de tropa de choque de dirigentes e governantes cobardes que não têm coragem de dizerem eles próprios e então mandam os jovens, a JSD, fazer esse papel", disse, à Lusa, Marinho Pinto.

O bastonário reagia ao comunicado hoje emitido pela JSD que o acusava de atuar em "total desrespeito pelas magistraturas e pela tutela (Ministério da Justiça)" e de dificultar e encarecer o acesso à profissão dos jovens licenciados em Direito.

"Lamento esse comunicado. De facto, conheci sempre a JSD como um organização juvenil respeitada por todos e não equiparada às claques de futebol para certas tarefas que certos dirigentes e certos governantes, por medo e cobardia, não querem fazer", acrescentou Marinho Pinto.

Em relação à acusação de dificultar o acesso dos jovens licenciados à profissão, Marinho Pinto disse que "é falso", mas sublinhou que "a Ordem não existe para garantir o acesso à profissão de ninguém, mas para garantir que aqueles que exercem o patrocínio forense, aqueles em quem as pessoas confiam a sua liberdade e o seu património sejam competentes e confiáveis".

"A Ordem tem de ser rigorosa. Não podem entrar essas multidões de pessoas que compram um diploma ao desbarato nas universidades portuguesas, hoje. A Ordem tem de se certificar que estão bem preparados. Já temos demasiadas maçãs podres nesta profissão. Queremos que saiam alguns e não que entrem outras maçãs podres", disse ainda.

Reiterou que a OA "não existe para manter emprego ou saídas profissionais".

"Que se vão queixar ao provedor de Justiça, aos tribunais, à Assembleia da República, que façam o que quiserem. Enquanto eu for bastonário, têm de estar bem preparados", firmou.

A JSD acusou ainda o bastonário de cultivar um "constante clima de guerrilha" na área da Justiça, sendo o responsável pelo triste espetáculo público" a que os portugueses vêm assistindo.

Acusou-o também de "inventar histórias à volta do Ministério da Justiça, ao invés de contribuir com ideias para as reformas que se impõe".

"A JSD está a transformar-se numa claque de apoio à ministra da Justiça. Que cumpra bem esse papel, eu não entro nesse jogo", rematou o bastonário.

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