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O Bloco de Esquerda acusou a Junta Metropolitana do Porto de estar numa posição de "aceitação submissa e subserviente aos cortes que atingem a região".
Em conferência de imprensa, no Porto, o deputado João Semedo acusou o presidente da JMP, Rui Rio, de ter "alimentando a expectativa que o Porto, desta vez, seria mais atendido pelo poder central do que outras regiões", apresentando a reunião da Junta com o Governo como um "ato de revolta contra o esquecimento do Porto".
Para o BE, contudo, na prática, o resultado foi uma "frustração", com "o Governo e o seu orçamento a encontraram um aliado" e a "condenarem o Porto à pobreza e ao atraso".
João Semedo está convicto que "com as taxas de desemprego tão elevadas como as que existem na região do Porto, a suspensão dos investimentos públicos significa mais desemprego e a situação é dramática".
E aponta como mais significativos "dois investimentos que eram absolutamente determinantes para economia local e para o emprego: um era a expansão do Metro, outro era a modernização da linha Porto-Vigo".
"Já nem reclamamos uma decisão sobre a Alta Velocidade", explicou o dirigente do Bloco de Esquerda.
Mas é "gravíssimo que se deixe a linha Porto-Vigo no estado miserável em que se encontra, à espera que alguém tome a decisão definitiva de a encerrar".
O deputado considerou ainda que se atender "aos últimos anos, tem havido perda de valor distribuído pelo Estado à região Norte e, em particular, à zona metropolitana do Porto, e por essa razão e pelo agravamento da crise social nesta região, julgaria que seria legítimo haver alguma discriminação positiva".
Em comunicado, o BE enunciou ainda outros investimentos que considera importantes para a região, como o adiamento dos novos hospitais de Gaia e Póvoa/Vila do Conde, a renovação de centros de saúde ou o desenvolvimento da rede de cuidados continuados, considerando ainda que "a própria construção do Centro Materno Infantil é posta em causa".
Afirma o Bloco de Esquerda que "sem investimento público não há crescimento económico nem combate ao desemprego e à pobreza".
"Sem investimento do Estado, os serviços públicos ficam sem capacidade para responder às necessidades da população. Com este orçamento, a recessão económica e a crise social estão para dar e durar", concluiu.
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