quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Greve geral: UGT diz que números do Governo sobre a greve são "completamente irreais"


João Proença - foto LUÍS NEVES/Global Imagens

JORNAL DE NOTÍCIAS

A UGT considera "completamente irreais" os números da adesão à greve geral no sector da Administração Pública avançados pelo Governo, que apontam para uma média de 3,6%.

"Com efeito, os mapas publicados no site da Direcção-geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), apontando para uma média de adesão de 3,6% são completamente irreais, descredibilizando completamente o Governo, que assim se empurra a si próprio para o campo do ridículo, da incompetência e da irresponsabilidade", justifica num comunicado.

A UGT dá como exemplo o caso das universidades, que "é elucidativo", uma vez que estão globalmente categorizados como tendo uma taxa de adesão nula, facto que "facilmente foi desmentido" ao se observar que nos Serviços Sociais da Universidade de Coimbra, nas 16 cantinas, 10 estiveram encerradas, representando uma adesão de cerca de 50% do total dos trabalhadores daqueles serviços.

A greve geral convocada para hoje em Portugal pela CGTP e UGT, para protestar contra as medidas de austeridade decretadas pelo governo, está a "registar forte adesão", de acordo com informações transmitidas pelas duas centrais sindicais.

Nos grandes centros urbanos como Lisboa e Porto, autocarros e metropolitanos estão praticamente paralisados, havendo também fortes constrangimentos nas ligações ferroviárias a nível do país. A TAP cancelou mais de uma centena de voos.

Durante a primeira metade do dia registaram-se alguns incidentes, designadamente com o arremesso, por desconhecidos, de "cocktails molotov" e latas com tinta contra três repartições de Finanças em Lisboa. A GNR foi também chamada a intervir junto de piquetes de greve que tentavam impedir a circulação de comboios em Anadia e Penafiel. A PSP teve de afastar piquetes de greve que bloqueavam a circulação de autocarros, nomeadamente junto à saída da estação da Carris na Musgueira, em Lisboa.

Além dos transportes, os efeitos da greve geral, a segunda conjunta convocada por CGTP e UGT, estão também a fazer-se sentir junto de escolas, hospitais e centros de saúde, tribunais, autarquias e outras repartições do Estado, afetando ainda alguns setores privados, em especial na indústria.

Segundo dados divulgados pelo Governo, a taxa de adesão à greve geral na Administração Pública era de apenas 3,6% às 11:30 horas.

De acordo com a informação disponível na página da Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), às 11:30, de um total de 355.305 trabalhadores, 12.800 estavam em greve.

À mesma hora, de um total de 864 serviços desconcentrados ou periféricos da Administração Pública, 112 estavam encerrados devido à greve geral, o que corresponde a uma percentagem de 12,96%.

Sem comentários:

Mais lidas da semana