AYAC - LUSA
Chimoio, 11 nov (Lusa) - Ex-combatentes moçambicanos ao serviço de Portugal na guerra colonial foram de novo recenseados, depois do censo de 2002 ter sido invalidado por omitir dados, e levantaram a ameaça de greve no consulado Português, disse a Lusa um ex-militar.
Em declarações a Lusa, Francisco Malenda, disse que o novo censo abrange, além de ex-militares, viúvas e órfãos de combatentes.
"Enviámos uma carta ao primeiro-ministro português (José Sócrates), aquando da sua visita a Moçambique, e em resposta recebemos novas fichas de inscrição, porque o recenseamento de 2002 tinha dados omissos. As fichas foram enviadas diretamente de Portugal", disse Malenda.
Para o líder do grupo dos ex-militares, o novo censo volta a reanimar as suas esperanças de receberem o pagamento das pensões desde 2004.
"Falta saber agora o que vai acontecer, pois estamos esperançados que a situação [da pensão] seja resolvida pacificamente. Uma comissão continua a mediar o diálogo, e aguardamos que muitos [ex-militares] saiam da sobrevivência ridícula em que se encontram", frisou Malenda.
Cerca de 200 ex-combatentes moçambicanos ameaçaram fazer uma greve em maio passado, junto ao português na Beira, para exigir o pagamento de suas pensões de reforma. Uma comissão foi criada para gerir o diálogo.
Segundo o grupo, à luz da lei 9/2002 de 11 de fevereiro, os ex-combatentes tinham direito a pensões de sangue e invalidez, que dizem terem sido assumidas pelo governo português para reintegrar os ex-combatentes na vida civil após a independência de Moçambique em 1975.
"Mas nada nestes 36 anos foi concretizado", queixou-se Malenda.
Após o recenseamento de 2002, os processos e os respetivos títulos foram enviados à Caixa Geral de Aposentação (CGA) que em coordenação com o Arquivo Geral do Exército, onde esta centralizada a gestão dos ex-combatentes, iniciaria o pagamento das pensões em janeiro de 2004, o que até agora não ocorreu.
Sem comentários:
Enviar um comentário