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Copenhaga, 02 nov (Lusa) - As Nações Unidas defendem a criação "urgente" de um imposto sobre o comércio internacional de divisas que possa financiar o combate às alterações climáticas e à pobreza extrema, no relatório sobre desenvolvimento humano divulgado hoje em Copenhaga.
"Estima-se que a aplicação de um imposto de apenas 0,005 por cento ao comércio internacional de divisas poderia conseguir 40 mil milhões de dólares adicionais em cada ano. Isso melhoraria significativamente o fluxo de ajuda dirigida aos países mais pobres, que ascendeu a 130 mil milhões de dólares em 2010, num momento em que o financiamento ao desenvolvimento abranda devido à crise mundial", refere o relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Este imposto permitiria que os que "mais ganharam com a globalização ajudem os que menos benefício obtêm com ela", defende o PNUD, estimando que todos os anos sejam necessários 105 mil milhões de dólares para financiar a adaptação às alterações climáticas, especialmente na Ásia Meridional e na África subsaariana.
O relatório "Equidade e sustentabilidade: Um melhor futuro para todos", divulgado hoje em Copenhaga, alerta que os avanços conseguidos pelos países mais pobres arriscam estagnar ou mesmo retroceder até meados do século se não forem tomadas "medidas audaciosas" para abrandar as alterações climáticas.
O documento aponta ainda que a expansão dos direitos reprodutivos e o acesso a contracetivos "abrem uma nova frente" na luta contra da desigualdade de género e a pobreza.
"Os direitos reprodutivos podem contribuir para reduzir a pressão ambiental, já que abrandaria o crescimento demográfico mundial numa altura em que se espera que a população do planeta aumente de 7 mil milhões para 9.300 milhões nos próximos 40 anos", refere o texto.
O relatório do PNUD é publicado anualmente desde 1990 e inclui um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que classifica os países mediante os progressos conseguidos nas áreas da saúde, educação e Rendimento Nacional Bruto (RNB) per capita.
Noruega, Austrália e Holanda ocupam os primeiros lugares na lista de países com maiores progressos na saúde, educação e rendimento, revela o IDH de 2011, que coloca RDCongo, Níger e Burundi nas últimas posições.
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