RTPO presidente da Lusa propôs hoje, na Cidade da Praia, a criação de uma agência noticiosa global de Língua Portuguesa, instrumento importante de "informação e afirmação" para um idioma que é um dos mais falados no mundo.
Afonso Camões falava à imprensa durante um fórum internacional sobre "O Papel das Agências de Notícias nas Sociedades Democráticas", promovido pela Inforpress, defendendo que essa parceria é possível, com a parceria da agências cabo-verdiana e com as dos restantes seis países de Língua Portuguesa.
"Temos uma ambição, que queremos partilhar com a Inforpress e com outras agências do espaço lusófono, que passa por criarmos, conjuntamente e em parceria, uma agência global em Língua Portuguesa, porque somos uma das maiores línguas do mundo e não temos esse instrumento global de informação", sustentou Afonso Camões.
"E oferecemos a nossa rede à Inforpress, que queremos que faça parte desta rede global de comunicação em Língua Portuguesa", acrescentou, realçando que as agências modernas já não trabalham apenas com texto e fotografia, mas sobretudo através da multimédia, trabalhando para televisão, rádio, jornais, revistas e sites na internet.
"O trabalho multimédia significa que trabalhamos áudio, vídeo, texto, infografia e fotografia e estamos muito apostados no desenvolvimento tecnológico da Inforpress", sublinhou o presidente da agência noticiosa portuguesa, adiantando que o projeto entretanto criado na Lusa pode ser "exportado" para as congéneres lusófonas.
Para Afonso Camões, a Lusa pode trazer uma série de mais valias para a Inforpress e vice-versa, uma vez que é esse o "negócio" das agências: trabalhar em rede e em parceria, razão pela qual "o paradoxo tem de mudar."
"Temos olhado para a Inforpress como uma espécie de extensão da Lusa em território cabo-verdiano e queremos que a Inforpress entenda a Lusa como uma extensão da Inforpress junto das comunidades de Cabo Verde e de Portugal no Mundo.
A Lusa tem 25 delegações espalhadas pelo mundo e queremos que o noticiário e a realidade de Cabo Verde esteja na linha da Lusa", explicou.
Por seu lado, o presidente da agência cabo-verdiana, José Mário Correia, mostrou-se "entusiasmado" com a ideia e destacou a parceria, de há muitos anos (desde 1984), que a Lusa pretende implementar na Inforpress com o projeto multimédia.
"Se depender de nós, vai ser em 2012. Não o faremos sozinhos, mas em colaboração estreita com a Agência Lusa, que já tem uma larga experiência nesta matéria. Serve-nos perfeitamente e vai ao encontro do que pretendemos", disse.
"Nenhuma agência do mundo conseguiu sobreviver sem multimédia. O tempo do papel, do texto simples, está ultrapassado. O presente e o futuro passarão por conteúdos multimédia, sobretudo num país onde há uma dispersão territorial enorme e onde a ligação das ilhas terá necessariamente de passar pela agência de notícias", acrescentou José Mário Correia à Lusa.
O custo de implementação do projeto está por definir, acrescentou, mas José Mário Correia mostrou-se convencido de que, com o apoio da Lusa, poder-se-á, em breve, apontar quanto, em teoria e à dimensão de Cabo Verde, se terá de gastar.
*Foto em Lusa
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