terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Activistas: MOÇAMBIQUE “INDIFERENTE” AO TRÁFICO DE SERES HUMANOS




FAIZAL IBRAMUGY, Nampula – VOA News

As autoridades moçambicanas foram acusadas de indiferença perante o fenómeno do tráfico de pessoas.

Num seminário realizado na cidade de Nampula sobre o tráfico de seres humanos a activista de luta contra o tráfico de menores nesta cidade, a Irmã Maria de Cármen, da congregação Madre Dei, disse intervindo no referido seminário ter denunciado mais de dez casos de tráfico de menores ocorridos nas cidades de Nampula e Nacala-Porto, entre os anos 2004 e 2006, mas que não tiveram nenhum tratamento judicial, embora tivessem apresentado provas das vítimas, autores e até algumas residências onde supostamente eram usados como centros de trânsito.

Segundo a Irmão Maria de Cármen, na maior parte dos casos as vítimas eram menores de idade.

A activista religiosa disse que os casos de tráfico de seres humanos envolvem regularmente raptos,extracção de órgãos genitais e submissão a trabalhos forçados .

O Pastor Victor da Igreja EVANJAFRICA em Nampula, proprietário de um orfanato, considerou o tráfico de seres humanos como uma doença moral internacional.

O pastor pediu um esclarecimento em relação ao trabalho que os órgãos da justiça estão a realizar em prol de uma sociedade livre de tráfico de seres humanos.

Não conseguimos ouvir o ministério publico sobre as acusações apresentadas naquele seminário, mas o jornal O Nacalense na sua edição de Quarta-feira, escreve que que apesar de reconhecer a gravidade da situação, a Procuradora chefe provincial de Nampula, Emília Chirinza, diz que na sua instituição não existe nenhum processo-crime relacionado com delitos de género.

Chirinza teria afirmado existerem registos de casos relacionados com migrações ilegais e outros processos de natureza administrativa, referentes a exploração de trabalho infantil.

Importa referir que a polícia em Nampula, deteve Terça-feira um individuo de 42 anos de idade por tentativa de tráfico 30 pessoas.

Fez saber o porta-voz da polícia Inácio João Dina que a neutralização do individuo foi efectuada graças a uma intervenção popular que ultimamente se encontra atento a situações iguais.

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