quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Brasil: Ministro do Trabalho acumula ilegalmente cargos públicos em cidades diferentes



GL - LUSA

São Paulo, Brasil, 01 dez (Lusa) - O jornal brasileiro Folha de São Paulo noticiou hoje que o ministro do Trabalho do Brasil, Carlos Lupi, acumulou ilegalmente dois cargos públicos, um em Brasília e outro no Rio de Janeiro.

A nova acusação aumenta a pressão sobre o ministro, que desde o início de novembro enfrenta denúncias de irregularidades no Ministério.

De acordo com a reportagem, entre 2000 e 2005, Lupi ocupou o cargo de assessor da liderança do Partido Democrático Trabalhista (PDT) na Câmara dos Deputados. Ao mesmo tempo, era assessor de um vereador do seu partido na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, a quase 1.200 quilómetros de Brasília.

No último sábado, o mesmo jornal já tinha denunciado que Lupi, quando trabalhava para a Câmara dos Deputados, era um "assessor-fantasma" - recebia o salário, mas não comparecia no trabalho.

A legislação brasileira proíbe a acumulação remunerada de cargos públicos. Procurado pela reportagem, o ministro informou que, "caso seja comprovada alguma irregularidade, serão devolvidos os valores recebidos que não estejam dentro da legislação".

A crise no Ministério do Trabalho começou com a publicação de uma reportagem da revista Veja, que acusou assessores da pasta de receberem "luvas" de organizações não governamentais (ONG) sob suspeita. Essas ONG eram investigadas sob a acusação de estarem a desviar dinheiro de acordos com o ministério.

Dias depois, a mesma publicação acusou Lupi de ter feito uma viagem num avião pago pelo dono de uma dessas ONG.

Na quarta-feira, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu recomendar à presidente Dilma Rousseff que exonere Lupi do cargo, por considerar que as respostas do ministro aos escândalos não foram satisfatórias.

Segundo a imprensa brasileira, a presidente queria manter Lupi no cargo até janeiro, quando deverá ocorrer uma reforma ministerial. Após a recomendação da Comissão de Ética, a líder brasileira terá voltado a estudar a substituição de Lupi.

Desde o início do governo de Rousseff, em janeiro, seis ministros já deixaram os cargos, cinco deles na sequência de escândalos políticos.

*Foto em Lusa

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