quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Guiné-Bissau: CEMGFA ANTÓNIO INDJAI AMEAÇA DEMITIR-SE



MB - LUSA

Bissau, 01 dez (Lusa) - O Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, António Indjai afirmou hoje que vai abandonar a chefia do exército guineense no dia em que entrar no país qualquer força militar da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da Africa Ocidental).

A possibilidade da vinda de uma força da CEDEAO (ECOMOG) foi analisada hoje numa reunião alargada entre as chefias militares, Governo e presidência da Republica, subordinada ao tema situação geral da Defesa Nacional.

"Eu não quero isso. Vou repetir isso. Não estou de acordo com essa ideia. E digo mais, no dia em que chegar aqui a força da CEDEAO é nesse dia que vou despir a minha farda. Vou para a minha casa, porque não estou sujeito a falta de respeito", disse o general Indjai, exaltado.

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas guineenses questionou os presentes na reunião, na presidência da Republica, sobre os motivos porque a CEDEAO quererá enviar uma força militar para a Guiné-Bissau.

"O que é que a CEDEAO vem cá fazer. Estamos em guerra? Vem cá manter a paz? O que vem cá fazer então?", perguntou o general António Indjai, tendo sido respondido pelos presentes na reunião com um rotundo não.

O chefe do Estado-Maior guineense diz ser um falso argumento dizer-se que a força militar da CEDEAO virá a Guiné-Bissau para obrigar as pessoas suspeitas de crimes a irem responder à justiça.

"Se por acaso alguém for chamado a tribunal porque é que não há-de ir responder? Quem tiver praticado qualquer crime tem que ir responder a justiça. Para isso não é preciso a presença da CEDEAO", observou António Indjai, sublinhando que os guineenses são capazes de resolver os seus problemas sem ajuda de ninguém.

"Paremos com coisas que só servem para dar uma má imagem do nosso país. Mas isso são coisas que são feitas por nós mesmos, nós guineenses", disse.

"Isso é uma falta do respeito. O que é que a CEDEAO vem cá fazer. Será que precisamos de alguém que nos diga o que temos que fazer no nosso país?", destacou António Indjai, lembrando que há problemas "muito mais graves" nos outros países.

"Nos outros países há assassinatos de pessoas todos os dias. Recentemente no Senegal, os rebeldes mataram 12 pessoas, porque é que a CEDEAO não foi lá resolver esse problema. A fronteira está cheia dos rebeldes, ninguém consegue andar sossegado", notou António Indjai.

E acrescentou: "Na Guiné-Bissau não acontecem coisas que acontecem nos outros países. Mas é aqui que querem mandar a força da CEDEAO".

*Foto em Lusa

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