quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Cabo Verde: Tribunal decreta prisão preventiva para presidente da Bolsa de Valores



RTP

O presidente da Bolsa de Valores de Cabo Verde e outros quatro suspeitos, detidos na terça-feira no âmbito de uma operação da Polícia Judiciária, vão ficar em prisão preventiva, disse hoje à Lusa fonte judicial.

Veríssimo Pinto, duas mulheres e dois empresários tomaram conhecimento hoje à tarde das suas medidas de coação, aplicadas pelo Tribunal da Comarca da Praia, e ficarão todos em prisão preventiva, informou a mesma fonte.

Um terceiro empresário, identificado como Djoy Gonçalves, e um mestre de pesca, também detidos na terça-feira no âmbito da operação "Lancha Voadora", que há dois meses fez uma apreensão recorde de cocaína no arquipélago, ficarão proibidos de se ausentarem do país e estarão obrigados a apresentação periódica às autoridades.

A audição aos detidos, que na quarta-feira durou mais de seis horas, terminou já depois das 23:00 locais. Os detidos passaram depois a noite na prisão e só hoje à tarde conheceram as medidas de coação.

O presidente da bolsa de valores, Veríssimo Pinto, foi detido na terça-feira no âmbito da operação "Lancha Voadora", que resultou também na detenção de dois empresários da construção civil, do também empresário Djoy Gonçalves, de um mestre de pesca e de duas mulheres, a mãe e a irmã de Paulo Pereira e Carlos Gil Gomes Silva, ambos presos desde outubro no âmbito das mesmas investigações (o terceiro é Quirino Manuel dos Santos).

As detenções ocorreram na sequência de buscas da Polícia Judiciária a empresas e residências, onde foram encontrados "documentos comprometedores", que estabelecem ligações dos suspeitos à rede de tráfico de drogas e branqueamento de capitais.

A operação "Lancha Voadora" começou a 08 de outubro, quando a Polícia Judiciária fez a maior apreensão de droga de sempre no arquipélago de Cabo Verde: 1,5 toneladas de cocaína em elevado estado de pureza, com um valor estimado em milhão e meio de contos cabo-verdianos (13,5 mil euros).

A droga estava armazenada num prédio da Achada de Santo António, paredes-meias com a Televisão de Cabo Verde.

Na operação, foram apreendidos milhares de euros e de outras moedas sul-americanas e milhões de escudos cabo-verdianos em notas e confiscadas cinco viaturas topo de gama, três jipes, duas cabines duplas, uma moto de mar e um quadriciclo, para além de algumas armas.

*Foto em Lusa

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