LIBERAL
Cesária vive no coração do povo
Nunca tal se tinha visto, mas há figuras que marcam de tal forma uma nação, que a sua perda despoleta um oceano de sentimentos, um caudal de emoções incontidas…
Praia, 20 de Dezembro 2011 – A mole humana não deixou de afluir ao Palácio do Povo onde, com guarda de honra, os restos mortais de Cesária Évora repousavam em câmara ardente, sob o olhar do Presidente da República, do Presidente da Assembleia Nacional e do Primeiro-ministro, entre outras personalidades nacionais e estrangeiras, como foi o caso de Francisco José Viegas, o secretário de Estado da Cultura de Portugal que, em nome do seu país, esteve presente nas exéquias.
Literalmente, a cidade do Mindelo saiu à rua num último adeus que, pelas 16 horas, tomou proporções de gigantesca manifestação popular. Nunca tal se tinha visto na ilha do Monte Cara, quer em número quer em comunhão de vontades.
Antes, porém, a tarde foi marcada por empolgante e emocionado discurso do Chefe de Estado. Jorge Carlos Fonseca salientou que o país, tendo parado para chorar Cesária, “se fortaleceu na dor”, enfatizando que a morte da artista teve “o condão de nos deixar mais vivos”.
Difícil é quantificar o número de mindelenses que saíram à rua no adeus à sua [nossa] Cize. A impressionante manifestação de pesar, homenagem e saudade é coisa que ficará gravada na memória das gentes e exemplo de unidade nacional em torno de um reconhecimento comum. A extraordinária artista que foi Cesária e a exemplar cidadã que tudo deu à Pátria querida, ficarão gravadas para sempre na memória dos cabo-verdianos como parte do seu património enquanto povo e Nação.
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