Catarina Gomes - Público
Condições de habitabilidade melhoraram substancialmente na última década, mas ainda há quase dois por cento de alojamentos sem instalação de banho ou duche.
Entre 2001 e 2011 quase duplicou o número de pessoas que passou a ter curso superior – são agora cerca de 1,2 milhões. Esta tendência também se verifica no ensino secundário. Mas, contas feitas, apenas 12% da população possui o ensino superior completo, 13% o secundário, o que contrasta com os 19% da população sem qualquer nível de ensino. São dados provisórios do Censos 2011 ontem divulgados no Instituto Nacional de Estatística (INE), em Lisboa.
O coordenador do Gabinete de Censos do Instituto Nacional de Estatística (INE), Fernando Casimiro, destacou ontem a passagem de 284 mil licenciados em 1991, 674 mil em 2001 e 1,262 milhões de pessoas este ano. São as mulheres quem possui qualificações mais elevadas, sendo 61% dos licenciados do sexo feminino, mas são também as mulheres que predominam no grupo de pessoas sem qualquer escolaridade. Apesar das boas notícias, 19% das pessoas não têm qualquer nível de ensino. O ensino básico do 1.º ciclo corresponde ao nível mais elevado da população – 25%.
Em 30 anos Portugal perdeu um milhão de crianças (até aos 14 anos) e ganhou 900 mil idosos (mais de 65 anos). "A população idosa quase dobrou a sua representação no país", disse Fernando Casimiro, nesta segunda fase da apresentação dos dados do recenseamento geral da população de 2011. Hoje, 19% dos portugueses têm 65 ou mais anos de idade. Mas há excepções, "as regiões autónomas são uma espécie de reserva demográfica", sublinhou. Na Madeira a população aumentou 9,3% e nos Açores 2,06%. As ilhas superam as restantes regiões na população jovem e nas menores percentagens de população idosa.
No grupo etário mais jovem, até aos 14 anos de idade, inclui-se 15% da população residente em Portugal. De acordo com o INE, há "um duplo envelhecimento dos portugueses", por um lado pelo aumento da população idosa, e por outro pela redução da população jovem, especialmente nas regiões do Alentejo e Centro. Na última década houve um agravamento do índice de dependência total, que passou de 48 para 52, o que significa que por cada 100 pessoas em idade activa existem 52 dependentes.
As chamadas famílias unipessoais foram as que mais cresceram, 37,3% em dez anos, o que resultará sobretudo do envelhecimento da população, um valor muito acima das chamadas "famílias clássicas", cujo aumento se ficou pelos 10,8% no mesmo período de tempo.
No Portugal de 2011 são 21,4% os que vivem sozinhos, uma realidade mais vincada no interior do país, na região Centro e Sul do país, mas que também atinge valores muito elevados nos munícipios de Lisboa e Porto. A dimensão média das famílias é, em 2011, de 2,6 pessoas, enquanto que em 2001 era de 2,8. Há uma "estabilização das famílias com três pessoas", revelam também os dados do Censos 2011.
A redução do núcleo familiar é também visível na diminuição das famílias com quatro e com cinco ou mais pessoas: passaram de 15,4% em 1991 para 6,5% este ano.
Tal como já acontecia há dez anos, continua a haver mais mulheres do que homens no país, mas a tendência acentuou-se: há 91,5 homens para 100 mulheres, face a 93,4 por 100 mulheres há uma década. As maiores taxas de mortalidade no masculino e a sua menor esperança de vida ajudam a explicar este fenómeno, que não se verifica em todas as faixas etárias. Por exemplo, até aos 24 anos predominam eles em relação a elas (13,1% face a 12,6% do total da população).
Casados são 47%
O coordenador do Gabinete de Censos do Instituto Nacional de Estatística (INE), Fernando Casimiro, destacou ontem a passagem de 284 mil licenciados em 1991, 674 mil em 2001 e 1,262 milhões de pessoas este ano. São as mulheres quem possui qualificações mais elevadas, sendo 61% dos licenciados do sexo feminino, mas são também as mulheres que predominam no grupo de pessoas sem qualquer escolaridade. Apesar das boas notícias, 19% das pessoas não têm qualquer nível de ensino. O ensino básico do 1.º ciclo corresponde ao nível mais elevado da população – 25%.
Em 30 anos Portugal perdeu um milhão de crianças (até aos 14 anos) e ganhou 900 mil idosos (mais de 65 anos). "A população idosa quase dobrou a sua representação no país", disse Fernando Casimiro, nesta segunda fase da apresentação dos dados do recenseamento geral da população de 2011. Hoje, 19% dos portugueses têm 65 ou mais anos de idade. Mas há excepções, "as regiões autónomas são uma espécie de reserva demográfica", sublinhou. Na Madeira a população aumentou 9,3% e nos Açores 2,06%. As ilhas superam as restantes regiões na população jovem e nas menores percentagens de população idosa.
No grupo etário mais jovem, até aos 14 anos de idade, inclui-se 15% da população residente em Portugal. De acordo com o INE, há "um duplo envelhecimento dos portugueses", por um lado pelo aumento da população idosa, e por outro pela redução da população jovem, especialmente nas regiões do Alentejo e Centro. Na última década houve um agravamento do índice de dependência total, que passou de 48 para 52, o que significa que por cada 100 pessoas em idade activa existem 52 dependentes.
As chamadas famílias unipessoais foram as que mais cresceram, 37,3% em dez anos, o que resultará sobretudo do envelhecimento da população, um valor muito acima das chamadas "famílias clássicas", cujo aumento se ficou pelos 10,8% no mesmo período de tempo.
No Portugal de 2011 são 21,4% os que vivem sozinhos, uma realidade mais vincada no interior do país, na região Centro e Sul do país, mas que também atinge valores muito elevados nos munícipios de Lisboa e Porto. A dimensão média das famílias é, em 2011, de 2,6 pessoas, enquanto que em 2001 era de 2,8. Há uma "estabilização das famílias com três pessoas", revelam também os dados do Censos 2011.
A redução do núcleo familiar é também visível na diminuição das famílias com quatro e com cinco ou mais pessoas: passaram de 15,4% em 1991 para 6,5% este ano.
Tal como já acontecia há dez anos, continua a haver mais mulheres do que homens no país, mas a tendência acentuou-se: há 91,5 homens para 100 mulheres, face a 93,4 por 100 mulheres há uma década. As maiores taxas de mortalidade no masculino e a sua menor esperança de vida ajudam a explicar este fenómeno, que não se verifica em todas as faixas etárias. Por exemplo, até aos 24 anos predominam eles em relação a elas (13,1% face a 12,6% do total da população).
Casados são 47%
O grupo dos indivíduos casados é o que tem maior peso, em ambos os sexos, englobando 47% dos portugueses. A população divorciada, com uma representatividade de 6% do total da população, tem mais peso no Sul e nos municípios do litoral.
Depois de ter dado conta, em Julho, do aumento em 12,1% dos edifícios e de mais 16,3% de alojamentos destinados à habitação, o INE dá agora nota "de um ganho significativo das condições" das residências em Portugal. Subiram 70% as habitações que passaram a ter esgotos, sendo o Algarve e o Alentejo os que mais se afastam da média nacional pela negativa, reduziram-se substancialmente as casas sem casa de banho ou duche e sem água canalizada.Em termos nacionais, continuam a não dispor de água canalizada 0,59% (23.579) dos alojamentos, não têm esgotos 0,45% dos alojamentos (17.966) e a falta de casa de banho com instalações de banho ou duche ocorre em 1,92% das casas (76.924).
Os números divulgados confirmam os resultados preliminares já apresentados este ano e revelam que a população residente aumentou cerca de dois por cento nos últimos dez anos, sendo que no passado dia 21 de Março (momento censitário) viviam no país 10.561.614 pessoas. O crescimento registado deve-se principalmente ao saldo migratório (91%) e em 9% ao saldo natural. Só no terceiro trimestre do próximo ano vão ser divulgados os dados definitivos do Censos.
Os números divulgados confirmam os resultados preliminares já apresentados este ano e revelam que a população residente aumentou cerca de dois por cento nos últimos dez anos, sendo que no passado dia 21 de Março (momento censitário) viviam no país 10.561.614 pessoas. O crescimento registado deve-se principalmente ao saldo migratório (91%) e em 9% ao saldo natural. Só no terceiro trimestre do próximo ano vão ser divulgados os dados definitivos do Censos.
Os Censos 2011 em cinco indicadores-chave
Lisboa mais instruída
A população da região de Lisboa apresenta, em comparação com as restantes, níveis de ensino mais elevados. Têm um curso superior 16,7% da população. O Centro, Algarve e Norte estão quase ao mesmo nível, com 10% de licenciados. No extremo oposto estão os Açores, com apenas 8,4% da população com licenciatura.
Resistentes no interior
O número de municípios que perderam população aumentou: de 171 em 2001 passaram para 198 em 2011. Mas há cidades do interior que resistem à desertificação: Bragança, Viseu, Castelo Branco, Évora e Beja. Continua a concentração na costa, sendo maior na faixa litoral a norte de Setúbal, Algarve e áreas metropolitanas.
Construções algarvias
O crescimento do número de habitações construídas é comum a todas as regiões do país, mas o Algarve tem, na última década, o maior crescimento em termos de edifícios (mais 23,9%). A região autónoma da Madeira surge como a segunda região com maior crescimento do parque habitacional da última década.
Metade casados
Apesar do aumento dos divórcios, os casados continuam a representar grande parte da população: são 47%, face a 40% de solteiros, 7% de viúvos e 6% de divorciados. Os solteiros são mais homens (51,6%), os divorciados mais mulheres (58,6%).
Casa própria
Cerca de 73% dos alojamentos de residência habitual são ocupados pelo proprietário, já os arrendados representam 19,7% das residências e as restantes situações, tais como empréstimos ou outras, constituem 6,8%. Lisboa é a região do país com maior percentagem de arrendamento (27%).
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