terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Comunidades: Centro comunitário lusófono em Londres vai dar prioridade ao emprego



BM - LUSA

Londres, 13 dez (Lusa) - O acesso ao emprego será a principal prioridade do Centro Português de Apoio à Comunidade Lusófona, que inaugura as instalações hoje em Londres no sul da cidade.

O diretor do centro, Luís Ventura, afirmou que a primeira prioridade será realizar atividades que permitam o melhor acesso a emprego, seja ao nível da língua, seja da própria forma de procurar trabalho no Reino Unido.

Ajudar as pessoas a escrever os currículos, a apresentarem-se, a procurarem anúncios ou a usarem a Internet são algumas das propostas.

"É toda uma dinâmica que é diferente em termos de procura de emprego", sustentou, em declarações à agência Lusa.

Haverá uma atenção especial ao setor da restauração, "uma área que os portugueses usam muito em termos de emprego".

Por exemplo, diz que é possível obter certificados necessários "que muitas vezes as pessoas não tiram por, mais uma vez, o problema da língua".

Com a ajuda do centro, estas dificuldades podem ser ultrapassadas, nomeadamente indicando a possibilidade de fazer exames em língua portuguesa.

O centro comunitário foi criado após a aprovação pelo município londrino de Lambeth de um fundo no valor de 500 mil libras (572 mil euros) em outubro de 2009.

Começou a organizar atividades em abril, nomeadamente cursos de inglês, informática e português, mas só agora vai ter instalações próprias.

Além da comunidade portuguesa, estará aberto a outras comunidades de países lusófonos residentes em Lambeth, que um estudo realizado este ano concluiu ter uma elevada taxa de desemprego.

Dos inquiridos, 53 por cento admitiu não ter emprego, invocando doença, necessidade de cuidar dos filhos ou por dificuldade em encontrar trabalho.

Daqueles com ocupação, 54 por cento estão empregados no setor da hotelaria e restauração, muitos dos quais em negócios da própria comunidade.

O estudo descobriu também casos de pessoas com trabalhos ilegais e precários para poderem continuar a receber subsídios sociais.

Esta situação tem-se agravado nos últimos meses, adiantou Luís Ventura, por causa da chegada "de uma maneira precipitada" de mais pessoas.

"Quase que parece os tempos da saída a salto para França com a mala de cartão", compara, a propósito da vaga de emigração dos anos 1960.

Ventura diz ter conhecido "pessoas que se vê que se metem no avião desesperadas e a pensar que aqui facilmente arranjam um emprego e na realidade acaba por não ser assim e depois a coisa fica um bocado negra".

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