domingo, 11 de dezembro de 2011

COP 17: GREENPEACE CONSIDERA CONFERÊNCIA DE DURBAN UM “FRACASSO”


Activistas da Greenpeace também marcaram presença em Durban - foto ROGAN WARD/ Reuters
JORNAL DE NOTÍCIAS

A organização ambientalista Greenpeace criticou a conferência da ONU sobre alterações climáticas, terminada este domingo, em Durban, que considera um fracasso, defendendo que os governos participantes deviam "sentir-se envergonhados".

Em comunicado, a Greenpeace garante que "as negociações de Durban acabaram da mesma forma que começaram: em fracasso", e que os "governos elegeram escutar os poluidores" em vez das pessoas.

"Fracassou o reforço de medidas anteriores de protecção do clima e manteve-se a distância de novas normas globais para lutar contra as alterações climáticas", explica a organização internacional.

Os governos "deviam sentir-se envergonhados. Perguntamo-nos como poderão continuar a olhar nos olhos os seus filhos e netos quando voltarem para casa", salientou.

A Greenpeace recordou que na mesma conferência, realizada em Copenhaga, os políticos prometeram um fundo de 100 mil milhões de dólares (cerca de 74,7 mil milhões de euros) para ajudar os países mais pobres na adaptação e mitigação das alterações climáticas.

"Vieram a Durban dois anos depois para planear e definir um modo de recolher e distribuir o dinheiro. E nem isso conseguiram fazer", criticou a organização de defesa do ambiente.

Depois de duas semanas de negociações em Durban, na África do Sul, os mais de 190 países participantes na conferência, anunciaram esta madrugada ter obtido um acordo para prolongar o Protocolo de Quioto, em vigor até final de 2012, com o objectivo de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, na origem das alterações climáticas.

No entanto, a Greenpeace garante que o progresso foi escasso. "Os países responsáveis pelo bloqueio, liderados pelos EUA, conseguiram integrar no acordo uma cláusula que facilmente poderá levar a que o próximo importante acordo sobre alterações climáticas não seja legalmente vinculativo", realçou a organização.

"Estamos muito longe de onde deveríamos estar para evitar uma alteração climática catastrófica", denuncia a Greenpeace, acrescentando que os poluidores "ganharam esta ronda de conversações".

A organização, que acusa os EUA de ser um dos principais obstáculos na obtenção de um novo acordo, critica também "outros governos e blocos poderosos, como a União Europeia, China e Índia, que se poderiam ter juntado a outros países mais vulneráveis para alcançar um progresso real".

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