quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Deputados querem amnistiar crimes de "colarinho branco" em São Tomé e Príncipe



ÁFRICA 21, com agência

Reagindo a esta mobilização dos deputados, o procurador-geral da República de São Tomé e Príncipe, Roberto Raposo, mostrou-se preocupado com o futuro da justiça no país.

São Tomé - Um grupo de deputados são-tomenses solicitou a Assembleia Nacional para colocar em liberdade e inocentar, através da amnistia, todos os indivíduos implicados em crimes de colarinho branco, burlas e furtos qualificados, soube a PANA, terceira-feira, de fonte parlamentar.

O pedido deu entrada na Secretaria Assembleia Nacional a 22 de dezembro corrente, devendo os deputados reunir-se, antes do final do ano, para aprovar esta amnistia.

Cerca de 50 reclusos em prisão preventiva na cadeia de São Tomé e Príncipe serão abrangidos por esta medida caso ela venha a ser tomada.

Para estes deputados, não existe condições na cadeia central para acolher os presos, o que atenta contra os princípios da defesa dos direitos fundamentais do homem.

De acordo com a mesma fonte, são amnistiados os crimes passíveis de penas correcionais e de penas de prisão de dois a oito anos de prisão cujos processos se encontram em fase de instrução ou os culpados são condenados a cumprir uma pena prisional suspensa.

Reagindo a esta mobilização dos deputados, o procurador-geral da República de São Tomé e Príncipe, Roberto Raposo, mostrou-se preocupado com o futuro da justiça no país.

“Não deixa de ser no mínimo questionável numa altura em que se fala da reforma da justiça são-tomense; mas respeito a ordem constitucional e espero que este debate seja feito com ponderação para não cairmos na impunidade”, defendeu Roberto Raposo.

Por sua vez, o ministro da Justiça e Reforma do Estado, Elísio Teixeira, disse que esta medida caso venha a ser aplicada, enfraquecerá a competência dos tribunais.

“Nós temos casos que ainda estão em fase de instrução e de investigação, se se amnistiar essas situações esvazia-se e enfraquece-se em certa medida o papel dos tribunais, porque não é admissível que se pretenda amnistiar um processo em fase de instrução”, rematou o governante.

O ministro da Justiça recordou a existência, neste momento, nos estabelecimentos prisionais de São Tomé e Príncipe de cerca de 162 reclusos, dos quais, caso seja aplicada a amnistia, cerca de 50 reclusos em prisão preventiva estarão em liberdade.

Elísio Teixeira argumenta que se trata de uma medida desajustada tendo em conta o combate à corrupção empreendido pelo Governo e o aumento considerável da taxa de criminalidade, nestes últimos anos, em São Tomé e Príncipe. As informações são da Panapress.

Sem comentários:

Mais lidas da semana