terça-feira, 27 de dezembro de 2011

General Nunda promete, custe o que custar, pôr de joelhos o Povo da colónia de Cabinda




ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA*

O chefe do Estado-Maior General das FAA, general Geraldo Sachipengo Nunda, anunciou, em Luanda que um dos objectivos determinados pelo Comandante-em-Chefe, José Eduardo dos Santos, para 2012 é a pacificação da colónia angolana de Cabinda.

Afinal, pela própria voz do general que foi comandante da UNITA e que ajudou a assassinar Jonas Savimbi ficou a saber-se, de forma oficial, que Cabinda não está pacificada.

E pacificar é, na linguagem do regime colonial angolano, calar de uma vez por todas todos aqueles que pensam de maneira diferente. É, aliás, uma regra de ouro que o MPLA já impôs com êxito em Angola.

De facto, mesmo que esquecida pelo resto do mundo, Cabinda não se rende. E como nunca deixará de lutar, nunca será derrotada. O Governo de Angola continua sem conseguir calar a força da razão que floresce na sua colónia. Prende civis, mata supostos guerrilheiros, atemoriza meio mundo mas, na verdade, continua com a espinha na garganta.

Do ponto de vista militar, o regime angolano vai tentando todas as soluções bélicas para ver se pela razão da força consegue domesticar os cabindas. Sem resultado.

Um das opções, recorde-se, foi entregar o comando da região ao General Jack Raul, um oficial de quem o regime esperava que fosse capaz de partir a coluna a todos quantos, sobretudo na colónia de Cabinda, teimam em ser livres.

Chegado da Rússia onde recebera formação específica para tentar derrotar as forças que em Cabinda lutam por um dos seus mais elementares direitos: a independência, Jack Raul aparecia como o militar que iria pôr de joelhos os cabindas.

Não resultou. De joelhos os cabindas põem-se perante Deus. Perante os homens, mesmo que armados até aos dentes, estão sempre de pé.

Seja como for, basta ver agora as palavras do general Nunda, as Forças Armadas de Angola vão tentar, mais uma vez, arrasar a resistência (civil e militar) em Cabinda, seja através do General Lúcio Gonçalves do Amaral ou de outro qualquer especialista.

Será mais um fracasso. Não que os generais angolanos sejam maus militares, mas porque o regime angolano se esquece que só é derrotado quem deixa de lutar.

E, na verdade, deixar de lutar é coisa que não passa, e ainda bem, pela cabeça dos cabindas.

* Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

Título anterior do autor, compilado em Página Global: BISSAU, BRUXELAS, LISBOA E LUANDA

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