SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
ABEL VEIGA – TÉLA NÓN
Polémica está instalada entre a maioria parlamentar composta pelo MLSTP/PSD e o PCD, e a minoria que sustenta o governo liderada pela ADI. Tudo por causa da duplicação pelo governo das verbas para viagens em 2012. Na discussão do OGE na especialidade, a oposição exige redução da verba. O Governo não aceita.
Em 2011 o Governo inscreveu mais de 8 mil milhões de dobras, para alimentar as suas viagens ao estrangeiro. Para 2012, o executivo duplicou a verba. O OGE prevê mais de 16 mil milhões de dobras, para pagar viagens do Primeiro Ministro Patrice Trovoada e do seu elenco ao estrangeiro.
Na discussão do OGE na especialidade, a oposição que representa a maioria parlamentar, exige que a verba para viagens seja reduzida para o mesmo valor de 2011, e que neste momento de crise e de contenção financeira, a diferença seja aplicada para reforçar outros sectores mais carentes. «Não há nenhuma tentativa de bloquear o OGE. A questão é que a verba para viagens duplicou neste orçamento para 2012, em relação a 2011. O que estamos a propor é que se mantém o mesmo valor que foi de 2011. É lamentável que da parte do Governo há uma insistência em manter essa verba de aumento das viagens. Viagens que muitas vezes não trazem benefícios para o povo», declarou António Barros, deputado da bancada parlamentar do MLSTP/PSD.
O PCD também comunga a mesma posição. Através do seu líder parlamentar, Delfim Neves, defende corte na duplicação da verba para viagens em proveito dos mais desfavorecidos. «O governo está a defender o seu orçamento como é lógico. Mas o que estamos a dizer não é que o Governo não viaje. Tanto é que está viajando muito. O fruto dessas viagens ainda não veio, mas pronto temos que ter esperança que virá. Mas o que estamos a dizer é que com a mesma verba que foi definida para 2011, também pode-se viajar em 2012. E a diferença desse valor deve servir para atender os mais coitados. Não há nada para eles no OGE», afirmou Delfim Neves.
A bancada parlamentar da ADI, que suporta o Governo, considera que a oposição está a fazer política de má fé. Levy Nazaré deputado da ADI, explica a má fé da proposta apresentada pela oposição. «Estamos num país pobre com dificuldades, e é necessário que o Governo vá em busca de recursos para o país. Por isso achamos que o que está a acontecer é uma política maldosa. Porque quando a oposição diz que viabiliza, mas depois cria dificuldades ao governo para cumprir a sua política através do Orçamento, é uma política de má fé. Isto não é uma contribuição positiva que a oposição quer fazer», precisou o deputado da ADI.
Reforço de verba para viagens do governo em 2012, gera polémica no parlamento e expectativa na sociedade são-tomense.
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