FPA (MB/NME) - LUSA
Luanda, 23 dez (Lusa) - A Guiné-Bissau precisa de 43 milhões de dólares (33 milhões de euros) para o processo de desmobilização militar, revelou o ministro angolano das relações exteriores, Georges Chikoti, no final de uma visita a Angola do primeiro-ministro guineense.
"Fomos informados pelo primeiro-ministro Carlos Júnior, que a Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDAO), um dos principais parceiros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), vai disponibilizar um montante de 23 milhões de dólares para o fundo de pensões e desmobilização dos efetivos militares", afirmou o ministro, citado pela agência Angop.
Segundo Georges Chikoti, que falava à imprensa na quinta-feira à noite, após a visita de Carlos Gomes Júnior, o restante deste valor deverá ser doado pela comunidade internacional, uma vez que a Guiné-Bissau não o possui.
O chefe da diplomacia angolana esclareceu que o processo vai requerer uma sincronização entre a CPLP, CEDAO e o governo da Guiné-Bissau, na qualidade de dono do projeto, para que se possa instaurar o setor de defesa e segurança, com a reabilitação das infraestruturas, e também o fundo de pensões para os efetivos militares que devam ir para a reserva.
Georges Chikoti sublinhou que a missão de Angola na Guiné-Bissau surge em virtude de um convite formulado pelo governo guineense, e as ações estão a ser desenvolvidas, segundo os acordos firmados.
À chegada a Bissau, Carlos Gomes Júnior referiu-se também às conversações tidas com José Eduardo dos Santos sobre o processo de reforma do setor da Defesa e Segurança, tendo afirmando que Angola "mantêm todas as promessas feitas nesse domínio".
"Obtivemos a garantia do presidente José Eduardo dos Santos em como Angola vai continuar a tudo fazer para que essa reforma seja uma realidade. Há algumas dificuldades ainda por ultrapassar, mas com essa garantia ficamos mais reconfortados em saber que os nossos irmãos de Angola vão continuar a apoiar a Guiné-Bissau", disse Gomes Júnior.
"E ainda Angola vai tentar fazer contactos com outros parceiros, nomeadamente o Brasil e a CPLP para continuem a levar avante tudo o que estiver programado no âmbito da reforma do setor militar", acrescentou o primeiro-ministro guineense.
Angola, que detém a presidência da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), tem estado a apoiar a Guiné-Bissau, em termos financeiros e de formação - tendo para o efeito uma missão militar, MISSANG, desde março deste ano no país - a reforma dos setores de defesa e segurança do país.
*Foto em Lusa
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