... de Jorge Álvares à China
DM - LUSA
Macau, China, 24 dez (Lusa) - Lisboa vai ser palco em maio de 2013 de uma conferência internacional e interdisciplinar sobre Macau que visa assinalar os 500 anos da chegada do navegador Jorge Álvares à China.
Durante os três dias da iniciativa - fruto da organização do Centre for English, Translation and Anglo-Portuguese Studies (CETAPS), Centro de História de Além-mar da Universidade Nova de Lisboa e Fundação Oriente - pretende-se "estudar as narrativas de Macau", sejam elas "arquitetónicas, toponímicas, históricas, historiográficas, sociológicas e antropológicas", disse à Agência Lusa o investigador Rogério Puga.
Não obstante a distância temporal a percorrer, a conferência suscitou já interesse em várias latitudes, nomeadamente nos Estados Unidos, Canadá, Taiwan, Macau e "obviamente" Portugal, apontou, ao realçar que "só nestes dias" já se verificou "uma boa representatividade em termos geográficos".
Dado que o prazo para a entrega de propostas finda apenas em setembro de 2012, esta precoce manifestação de intenções deixa a organização "com muita esperança sobre a adesão", observou o investigador do CETAPS.
A ideia de realizar a conferência resultou da "necessidade óbvia de assinalar os 500 anos da chegada dos portugueses à China, de Jorge Álvares, que depois se substanciou na permanência dos portugueses em Macau até 1999, desde cerca de 1557", sublinhou Rogério Puga.
Em simultâneo, pretendeu-se "aproveitar as sinergias dedicadas a Macau que já existem", tais como o seminário permanente de estudos sobre o território que o CETAPS organiza numa base quase mensal.
Além de assinalar os 500 anos da chegada dos portugueses à China, o objetivo passa por "juntar académicos de todo o mundo para fazer um ponto de situação acerca dos estudos sobre Macau quatro anos depois [da primeira conferência internacional sobre Macau, em 2009], de forma a haver também uma partilha das diversas investigações que estão a ser feitas em várias partes do globo".
Para Rogério Puga, a comissão científica "espelha mesmo esse escopo internacional", pois integra personalidades do Havai, Estados Unidos, Itália, França, Reino Unido, Macau, Hong Kong, Portugal e também a interdisciplinaridade, ao ser composto por sociolinguistas, linguistas, historiadores, críticos literários, sociólogos, antropólogos", entre outros.
As narrativas a apresentar não se circunscrevem apenas ao passado. "Podem ser contemporâneas, pode ser um estudo antropológico sobre o quotidiano de Macau, sobre a cidade enquanto textura narrativa que também se narra a ela própria, sobre o urbanismo, arquitetura, textura e morfologia".
"Queremos também que as narrativas do presente ou até do futuro tenham o mesmo peso, pois muitos desses estudos apontam soluções ou caminhos com base no passado e no presente", assinalou Rogério Puga.
O congresso terá ainda oradores convidados - três no mínimo -, mas os convites não foram oficializados, afirmou o investigador, ao indicar que é objetivo da organização publicar as atas num ou dois volumes, dependendo do número de participantes, em princípio em inglês, apesar de o português e o espanhol também figurarem como línguas oficiais do evento.
Como salientou Rogério Puga, "as pessoas são sempre livres", mas a diáspora, a cultura lusófona e macaense, o orientalismo, o comércio da China ou estudos pós-coloniais são temáticas que devem marcar presença na mesa de debate.
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