quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Moçambique: DHLAKAMA ANUNCIA SEGUNDO ENCONTRO COM CHEFE DE ESTADO



RTP

O líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, disse que as manifestações, que visam derrubar o Governo em 24 horas, "não estão devidamente estruturadas" e que deverá manter um novo encontro com o Presidente moçambicano, Armando Guebuza, até sábado.

"Não posso liderar coisas que julgo que ainda não estão devidamente estruturadas. Tenho que ver com cuidado se o processo está, de facto, bem amadurecido. Senão a responsabilidade será toda atribuída à minha pessoa se as manifestações não tiverem o propalado caráter pacífico", disse aos jornalistas Afonso Dhlakama.

Falando, em Nampula, na terça-feira, no seu regresso das províncias da zona centro do país, o líder do maior partido da oposição moçambicana disse ter sido objeto de muita pressão, por parte dos ex-militares e membros do seu partido para não desistir das agendadas manifestações. Entretanto, argumentou que as mesmas ainda não estão devidamente organizadas para evitar que venham a descambar em conflito armado.

Na sexta-feita, o líder da RENAMO assegurou em Chimoio, Manica, que iria anunciar a data da "revolução" em Moçambique na segunda-feira, o que não aconteceu.

Na região centro, Dhlakama garante ter-se reunido com os desmobilizados de guerra e delegados políticos a vários níveis para lhes acalmar os ânimos e transmitir-lhes a melhor forma de promover a manifestação sem recorrer à violência.

O presidente da RENAMO referiu que encontros idênticos deverão acontecer brevemente nas províncias de Inhambane, Gaza e Maputo.

Dhlakama considerou ser um imperativo a realização de manifestações, à escala nacional, para conceber uma nova ordem política, criar um governo de transição e preparar as eleições, em dois anos, para evitar ganhos fraudulentos da FRELIMO, no poder, e trazer uma "democracia genuína".

Entretanto, Afonso Dhlakama assegurou aos jornalistas que terá um novo encontro com Armando Guebuza, que se seguirá ao do passado dia 08, na capital provincial de Nampula, para abordar "alguns pontos constantes das exigências da RENAMO" e que constituem a causa do desencadeamento das alegadas manifestações pacíficas.

"Entendo que há um visível recuo por parte da FRELIMO e do Governo em termos de tratamento. Pois que já não há aquela arrogância, aquele discurso de desrespeito e desprezo em relação à minha pessoa e à RENAMO. E se isso tivesse acontecido, por exemplo, há um ano, não estaríamos agora a falar em convocar manifestações", referiu.

"Note-se, a propósito, que já falo com o Presidente Guebuza de três em três dias, o que não acontecia antes. E até é possível que daqui a três ou quatro dias volte a ter um novo encontro com ele", afirmou Afonso Dhlakama.

À sua chegada à cidade de Nampula, o líder da RENAMO foi recebido efusivamente por uma multidão que o acompanhou num percurso de cerca de três quilómetros a pé até à sua residência oficial.

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