domingo, 25 de dezembro de 2011

PADRE PORTUGUÊS REÚNE LIVROS PARA APOIO AOS ESTUDANTES



LYR – LUSA, com foto

Nampula, 25 dez (Lusa) - José Luzia Gonçalves, padre católico há 40 anos em Moçambique, lidera uma "operação" de angariação de livros literários e de investigação científica em várias editoras e livrarias portuguesas para apoiar estudantes do ensino secundário, universitário e técnico-profissional em Nampula, norte.

O projecto visa proporcionar aos amantes da leitura, oportunidades de acesso ao material bibliotecário e contribuir para o avanço da educação, cultura e consequente adesão às novas tecnologias de informação e comunicação numa província com cerca de 12 mil estudantes.

Antigo diretor da Rádio Encontro e da Escola Polivalente São João Baptista de Marrere, Padre Luzia é um dos fundadores da Naiwanana (se nos unirmos), Associação para o Apoio a Estudantes que na quinta-feira abriu formalmente uma biblioteca, com mais de duas mil obras, na capital provincial de Nampula.

"Alguém pensou em multiplicar universidades, mas não pensou em criar livrarias", disse à Lusa José Luzia Gonçalves.

"Se soubermos somar as nossas energias individuais poderemos fazer deste espaço uma coisa muito bonita", considerou.

De acordo com o sacerdote, a biblioteca faz parte de um rol de projetos que a associação Naiwanana pretende desenvolver a partir do próximo ano. As ações daquela integram ainda a construção de um lar no bairro de Marrere, na fase de conclusão. A infraestrutura, com capacidade inicial para 16 camas, poderá albergar estudantes com problemas de alojamento na cidade de Nampula.

Luzia disse que está a idealizar um programa denominado "Restudante", ou seja, "Residência/Estudante para minorar o drama de falta de acomodação" por parte de muitos estudantes que pretendem prosseguir com os seus estudos em Nampula.

O "Restudante" vai abrir espaço para que várias famílias obtenham créditos, através de instituições financeiras, para construírem pequenos apartamentos que possam arrendar aos estudantes, mediante um pagamento simbólico.

De resto, esta experiência já está a ser implementada na cidade do Maputo desde 1996, pela extinta Associação dos Estudantes do Norte, atualmente transformada em Naiwanana.

Segundo José Fialho Muissa, médico veterinário, afeto ao distrito de Matutuine, a ideia foi concebida por um grupo de antigos estudantes da Universidade Eduardo Mondlane que, por dificuldades de acomodação na capital do país, se viram obrigados a interromper os estudos.

Até agora, a casa beneficiou de obras de reabilitação, num projeto financiado pela embaixada holandesa, que já conta com um elevado número de estudantes, provenientes de vários pontos do país, particularmente da zona norte.

"Queremos estender esta experiência para a província de Nampula para acomodarmos os nossos compatriotas", disse Fialho Muíssa, que se considera "o primeiro inquilino da casa dos estudantes do norte em Maputo".

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