FYRO – LUSA, com foto
Após um lançamento pouco empolgante, há cerca dois anos, o sistema de bicicletas do Rio de Janeiro, que chegou a ter suas atividades paralisadas, voltou para ficar, com adesão maciça de cariocas e estrangeiros.
Totalmente remodelado e com 50 novas estações, a versão modernizada do programa Bike Rio foi relançada há dois meses - tempo suficiente para que mais de 18 mil pessoas realizassem o registo no sitio de internet para adquirir um passe mensal.
Ao todo, foram cerca de 70 mil viagens feitas nesta período sendo que um único domingo somou 2.800 retiradas de bicicletas.
Lançado inicialmente em janeiro de 2009, o sistema de aluguer de bicicletas sofreu com furtos e vandalismos logo após a abertura das primeiras estações. Ao todo, eram 19 pontos de retirada que ofereciam 200 bicicletas.
Nesta etapa, que funcionou até agosto deste ano, o projeto teve cerca de 600 utentes inscritos e o uso das bicicletas não ultrapassava 200 viagens por dia.
"A falta de patrocinador para viabilizar economicamente o projeto, que não recebe recursos públicos e depende exclusivamente da receita dos usuários e de investimentos privados, foram os principais problemas da primeira versão", destacam os responsáveis do novo sistema, que agora conta com o patrocínio de uma rede de bancos privada.
Os responsáveis destacam que as bicicletas foram remodeladas, bem como o sistema de traves de segurança. As estações passaram a ser interligadas por rede GSM e 3G que permitem que a central controle os velocípedes 24 horas por dia.
"Eu gosto demais, achei a ideia sensacional. É bom para a qualidade de vida e para a sustentabilidade do planeta", elogia a funcionária pública Mónica Borges, que disse utilizar para lazer o sistema numa média de três vezes por semana.
A utilizadora admite, no entanto, que o trajeto até ao centro da cidade pode ser "complicado" para quem não conhece bem o caminho, além do inconveniente do trânsito.
"Funciona muito bem para quem é da zona sul [região próxima à orla da praia, que possui ciclovia], e para ir de um bairro a outro pela praia", opina.
A advogada Monique Baeta, moradora de Copacabana, concorda que o uso será mais para as horas de ócio do que para o transporte público.
"Achei o sistema muito interessante e tenho utilizado como lazer. Agora, para o trabalho, não acredito que ninguém use. Não dá para imaginar você saindo toda arrumada para ir trabalhar e ir de bicicleta nesse calor de 40 graus do Rio de Janeiro", observou.
As informações sobre as estações de maior fluxo confirmam a tendência. As que registam maior retirada de bicicletas encontram-se próximas à orla de Copacabana ou no redor da Lagoa Rodrigo de Freitas - as preferidas dos cariocas para a prática de desporto.
O pico de uso, no entanto, indica que pode haver muita gente que as utiliza como meio de transporte. A maior parte da viagens ocorre entre as sete e dez da manhã e, em seguida, entre as cinco e oito horas da noite.
O suíço Matthias Barfuss está entre os que se animam a usar o meio de transporte para se movimentar. "Uso como transporte para ir à praia e encontrar com amigos que moram em outro bairro. Agora vou até Ipanema, onde vou jogar futebol", afirmou o professor de alemão, há um ano a viver no Rio.
O projeto Bike Rio enquadra-se na estratégia de incentivo do uso da bicicleta adotada pela Prefeitura do Rio de Janeiro que vê no meio de transporte a melhor alternativa para reduzir as emissões de carbono e melhorar o trânsito caótico da cidade.
Nesse momento, estão em andamento diversos projetos de expansão da malha de ciclovias da cidade, que deverá duplicar sua extensão dos atuais 150 quilómetros para 300 quilómetros, até o final de 2012.
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