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Montevideu, 21 dez (Lusa) - Os países do Mercosul acordarama proibição da entrada nos portos do bloco aos navios de pavilhão das Ilhas Malvinas (Falkland), sob domínio britânico e que são reivindicadas pela Argentina.
Os presidentes do bloco assinaram uma declaração neste sentido, anunciou o Presidente do Uruguai, José Mujica, no final da XLIII Cimeira dos Chefes de Estado do Mercosul, integrado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, realizada na terça-feira,
"As Malvinas não é uma causa argentina, é uma causa global, porque estão a levar-nos recursos de pesca e petróleo. Quando terminarem estes recursos, os países que têm recursos pensarão que as nações que têm força poderão ir buscá-los, onde estejam e de qualquer forma", disse a Presidente argentina Cristina Kirchner.
Em novembro de 2010, a União das Nações Sul-Americanas (Unasul), da qual fazem parte os países do Mercosul, já tinham subscrito um compromisso similar de proibição da entrada em seus portos de barcos com bandeira das Ilhas Malvinas.
O Governo britânico considerou hoje "preocupante" e "injustificado" o bloqueio em seus portos a navios com bandeira das Ilhas Falkland por parte dos países do Mercosul.
"Estamos preocupados por esta tentativa da Argentina de isolar os habitantes das Ilhas Falkland e prejudicar o seu modo de vida, não tem justificação", afirmou, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico.
A nota referiu que "não está claro que, neste momento, o efeito, se é que há algum, que esta declaração pode ter", mas, em todo o caso, o Governo britânico vai contactar "urgentemente" os estados do Mercosul.
"Ninguém deveria pôr em dúvida a nossa determinação de proteger o direito dos moradores das Ilhas Falkland a determinar seu próprio futuro político", acrescentou o comunicado.
Situada no Atlântico Sul, ao largo da costa Argentina, as Ilhas Malvinas são povoadas por britânicos, e constituídas por duas ilhas grandes e várias menores, tendo sido colonizadas ainda no século XIX.
Reino Unido e Argentina travaram uma guerra, em 1982, na qual os argentinos - que reivindicam o território como seu - saíram derrotados.
*Foto em Lusa
1 comentário:
Quem defende uma porcaria dessas, não tem direito de questionar o bloqueio dos EUA à Cuba.
Na prática, o que se deveria fazer era a Argentina evitar confronto, atuando de forma que os Kelpers - moradores do arquipélago - não se sentissem isolados da América do Sul. O que se precisa é atraí-los para uma integração gradual, através de vantagens econômicas e respeito à autodeterminação.
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