RTP
O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, garantiu hoje que a compra da posição da italiana Eni na Galp "foi completamente
No início do ano a petrolífera brasileira chegou a confirmar estar a estudar a possibilidade de comprar a posição da italiana Eni na Galp Energia, mas não chegaram a acordo.
A Eni, que detém 33,3 por cento do capital, é a par da Amorim Energia, um acionista de referência da empresa portuguesa.
Já em relação aos projetos de exploração em águas profundas portuguesas, o responsável lembrou que a petrolífera brasileira tem uma parceria com a Galp e está a operar em sete blocos, mas que "continua em fase de interpretação sísmica". Em 2012, vão começar as perfurações.
Questionado se a crise internacional pode afetar os planos da Petrobras para 2012 e seu plano de negócios para 2011-2015 de 224,7 mil milhões de dólares, Gabrielli rejeitou ao destacar que, no cenário de 2012, "a crise financeira não será um grande problema para a indústria do petróleo", disse.
"A maior parte das indústrias do petróleo estão a aumentar os investimentos. O mercado de combustíveis está a aumentar no Brasil e no mundo, embora esteja a cair o consumo de derivados de petróleo na Europa, Estados Unidos e Japão, mas está a aumentar o consumo na África, na China e nos países da América do Sul", declarou.
Para José Sergio Gabrielli não há expetativa de que em 2012 haja uma redução da procura de petróleo.
Do ponto de vista do acesso ao crédito, as empresas de petróleo estão a conseguir recursos. Neste ano, só a Petrobras captou mais do que havia planeado, 18 mil milhões de dólares, enquanto que a meta em cinco anos era entre 7 e 11 mil milhões dólares.
"Não antecipamos nenhum grande problema de captações em função da crise. Vamos viver uma situação de estabilidade de crise e financiamento do setor público nos Estados europeus, uma retoma lenta da economia americana e estabilidade da economia japonesa", afirmou Gabrielli.
Enquanto o governo brasileiro estima o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional entre três e 3,5 por cento em 2011, só o crescimento líquido da procura de combustível da Petrobras em novembro fechou em oito por cento.
A título de comparação, de 2009 a 2010 a procura da gasolina cresceu 18 por cento no país, enquanto de 2010 a 2011 o crescimento foi de 23 por cento.
Segundo o diretor financeiro e de relações com investidores, Almir Barbassa, a Petrobras tem uma "estratégia para enfrentar a situação de crise e manter a alta liquidez".
Segundo este responsável, a companhia tem "liquidez suficiente para ultrapassar essa fase e esperar para chegar a um porto mais seguro. Os nossos projetos da indústria de petróleo têm maturação de longo prazo e a crise deve ser resolvida nesse intervalo", garantiu.
*Foto em Lusa
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