quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Primeiro-ministro português admite alargar medidas de austeridade ao setor privado





Primeiro-ministro admite apresentar medidas excepcionais se a economia se agravar.

Lisboa - O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho (PSD), disse, quarta-feira à noite, em entrevista à estação de televisão Sic, que será "muito difícil para as pessoas de rendimento médio passarem o ano de 2012".

No mesmo dia em que a Assembleia da República aprovou - com os votos do PSD e CDS, abstenção do PS, e os votos contra do PCP, BE e Verdes - o Orçamento de Estado para 2012 com um conjunto de medidas de austeridade que têm vindo a ser contestadas por diversos sectores da população, Passos Coelho admitiu que o governo poderá ainda vir a adoptar medidas mais gravosas.

Entre elas, Passos Coelho disse que o governo poderá apresentar medidas execepcionais no primeiro semestre de 2012, tais como um imposto extraordinário para o sector privado, à semelhança do que vai ser aplicado a pensionistas e funcionários públicos no 13º mês.

"O maior risco que enfrentamos nesta altura é o de declínio económico, esse é o maior risco. A nossa previsão é que a taxa de crescimento da economia seja de três por cento. Se isto por razões externas não se vier a confirmar e for pior, (...) claro que teríamos de adoptar novas medidas", disse.

Questionado sobre as críticas que têm sido formuladas pelo presidente da República, Cavaco Silva, ex-primeiro-ministro pelo PSD, a algumas das medidas de austeridade avançadas pelo governo, Passos Coelho disse: "Se nós estivéssemos externamente perante uma posição de dúvida sobre a cooperação que existe, que verdadeiramente existe, entre todos os órgãos de soberania, nós estaríamos muito pior. Portanto, tendo a não valorizar aspectos que podem ser de leitura diferente, como é natural que existam". E acrescentou: "o presidente da República não foi eleito para representar o PSD".

"Não há ninguém neste Governo que esteja com a perspectiva de cuidar da sua imagem e de ter uma avaliação positiva do ponto de vista da imagem e da popularidade porque nós sabemos que o trabalho que temos para fazer não pode estar orientado por essas preocupações", disse o primeiro-ministro na entrevista à Sic.

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