Isabel Gorjão Santos, com agências – Público – Foto Tatyana Makeyeva/Reuters)
Protesto contra alegada fraude eleitoral
Milhares de pessoas juntaram-se hoje em Moscovo para protestar contra a alegada fraude eleitoral no escrutínio de 4 de Dezembro que deu vitória ao partido do primeiro-ministro Vladimir Putin. Nas ruas ouviu-se gritar “A Rússia sem Putin” ou “Novas eleições, novas eleições”.
A oposição garante que saíram para a rua cerca de 120 mil manifestantes, a polícia reconhece apenas cerca de 29 mil. O protesto atingiu, no entanto, uma dimensão maior do que aquele que se realizou há duas semanas, pouco após as eleições em que foi dada vitória ao partido Rússia Unida de Putin, sublinhou a AFP.
A avenida Sakharov, no centro da capital russa e não muito longe do Kremlin, ficou repleta e estima-se que ali possam caber cerca de 60 mil pessoas, adiantou a agência francesa. O Governo tem negado as acusações de fraude e o Presidente Dmitri Medvedev anunciou nesta semana reformas políticas que não chegaram para desmobilizar o protesto. A vitória do Rússia Unida abre caminho ao regresso de Putin à Presidência após um mandado de interregno em que o cargo foi ocupado por Medevedev.
Os manifestantes enfrentaram temperaturas abaixo dos zero graus Celsius para se manifestarem não só em Moscovo mas também em São Petersburgo. Na capital o protesto foi acompanhado por fortes medidas de segurança, com a polícia a usar detectores de metais na zona de acesso à avenida onde os protestos se concentraram, adiantou a agência noticiosa Interfax.
Os protestos contaram com o apoio de Mikhail Gorbatchov, artífice da Perestroika e antigo Presidente russo, ou de Alexei Navalni, opositor e autor de um blogue contra a corrupção na Rússia que esteve detido durante 15 dias depois de ter participado em protestos logo após as eleições. Navalni criticou os líderes russos, que considerou “vigaristas e ladrões” e denunciou uma lista de “vítimas de injustiça” na qual incluiu o magnata russo Mikhail Khodorkovski, que esteve detido, ou o advogado anti-corrupção Sergei Magnitski, que morreu na prisão.
“Somos pacíficos, mas não podemos aguentar isto para sempre”, disse Navalni, citado pela BBC. O opositor adiantou ainda que o próximo protesto terá “a força de um milhão” de pessoas, mas a data da nova manifestação não foi ainda divulgada.
Numa entrevista ao jornal Novaia Gazeta, publicada na sexta-feira, Gorbatchov tinha defendido que não se pode construir o futuro com base em mentiras”, e perguntou: “Como é que se poderá manter esta Duma [a câmara baixa do Parlamento] por mais cinco anos durante um período tão difícil da nossa história?”
Os manifestantes receberam também o apoio do antigo ministro das Finanças, Alexei Koudrine, que ainda na semana passada Putin tinha descrito como “um amigo”. Neste sábado Koudrine juntou-se aos protestos, apelou à realização de “legislativas antecipadas” e denunciou a “falsificação de resultados” no escrutínio de 4 de Dezembro em que foi atribuído à Rússia Unida cerca de 50 por cento dos votos, muito abaixo das expectativas do partido e de resultados anteriores.
O antigo ministro defendeu o diálogo como forma de evitar uma revolução na Rússia. “É preciso criar uma plataforma de diálogo, se não haverá uma revolução, perderemos a hipótese que está diante de nós para uma mudança pacífica na Rússia”. Koudrine deixou o Ministério das Finanças depois de ter apelado a reformas e entrado em conflito com Medvedev.
Putin é candidato à presidência nas eleições previstas para Março de 2012, e foram contra ele boa parte das palavras de ordem ouvidas durante a manifestação deste sábado. “Querem que Putin seja novamente Presidente?”, perguntou à multidão o escritor russo Boris Akounine, o primeiro a intervir. Como resposta obteve um sonoro “não”.
Os protestos, os maiores desde a chegada de Putin ao poder em 2000, foram organizados sobretudo através da Internet e juntam várias facções, dos partidos nacionalistas aos liberais, passando pela extrema-esquerda, organizações não governamentais, associações ou personalidades da área da cultura.
A avenida Sakharov, no centro da capital russa e não muito longe do Kremlin, ficou repleta e estima-se que ali possam caber cerca de 60 mil pessoas, adiantou a agência francesa. O Governo tem negado as acusações de fraude e o Presidente Dmitri Medvedev anunciou nesta semana reformas políticas que não chegaram para desmobilizar o protesto. A vitória do Rússia Unida abre caminho ao regresso de Putin à Presidência após um mandado de interregno em que o cargo foi ocupado por Medevedev.
Os manifestantes enfrentaram temperaturas abaixo dos zero graus Celsius para se manifestarem não só em Moscovo mas também em São Petersburgo. Na capital o protesto foi acompanhado por fortes medidas de segurança, com a polícia a usar detectores de metais na zona de acesso à avenida onde os protestos se concentraram, adiantou a agência noticiosa Interfax.
Os protestos contaram com o apoio de Mikhail Gorbatchov, artífice da Perestroika e antigo Presidente russo, ou de Alexei Navalni, opositor e autor de um blogue contra a corrupção na Rússia que esteve detido durante 15 dias depois de ter participado em protestos logo após as eleições. Navalni criticou os líderes russos, que considerou “vigaristas e ladrões” e denunciou uma lista de “vítimas de injustiça” na qual incluiu o magnata russo Mikhail Khodorkovski, que esteve detido, ou o advogado anti-corrupção Sergei Magnitski, que morreu na prisão.
“Somos pacíficos, mas não podemos aguentar isto para sempre”, disse Navalni, citado pela BBC. O opositor adiantou ainda que o próximo protesto terá “a força de um milhão” de pessoas, mas a data da nova manifestação não foi ainda divulgada.
Numa entrevista ao jornal Novaia Gazeta, publicada na sexta-feira, Gorbatchov tinha defendido que não se pode construir o futuro com base em mentiras”, e perguntou: “Como é que se poderá manter esta Duma [a câmara baixa do Parlamento] por mais cinco anos durante um período tão difícil da nossa história?”
Os manifestantes receberam também o apoio do antigo ministro das Finanças, Alexei Koudrine, que ainda na semana passada Putin tinha descrito como “um amigo”. Neste sábado Koudrine juntou-se aos protestos, apelou à realização de “legislativas antecipadas” e denunciou a “falsificação de resultados” no escrutínio de 4 de Dezembro em que foi atribuído à Rússia Unida cerca de 50 por cento dos votos, muito abaixo das expectativas do partido e de resultados anteriores.
O antigo ministro defendeu o diálogo como forma de evitar uma revolução na Rússia. “É preciso criar uma plataforma de diálogo, se não haverá uma revolução, perderemos a hipótese que está diante de nós para uma mudança pacífica na Rússia”. Koudrine deixou o Ministério das Finanças depois de ter apelado a reformas e entrado em conflito com Medvedev.
Putin é candidato à presidência nas eleições previstas para Março de 2012, e foram contra ele boa parte das palavras de ordem ouvidas durante a manifestação deste sábado. “Querem que Putin seja novamente Presidente?”, perguntou à multidão o escritor russo Boris Akounine, o primeiro a intervir. Como resposta obteve um sonoro “não”.
Os protestos, os maiores desde a chegada de Putin ao poder em 2000, foram organizados sobretudo através da Internet e juntam várias facções, dos partidos nacionalistas aos liberais, passando pela extrema-esquerda, organizações não governamentais, associações ou personalidades da área da cultura.
Sem comentários:
Enviar um comentário