terça-feira, 2 de agosto de 2011

RAPIDINHAS DO MARTINHO – 27




MARTINHO JÚNIOR

EXUBERANTE FASCISMO

O estado do mundo pode-se resumir numa curta síntese: à medida que a riqueza e o poder se vai concentrando, por via da lógica capitalista levada ao extremo do império, em cada vez menos mãos, mais as expressões fascistas tomam conta, de forma cada vez mais avassaladora, do quotidiano do comum dos mortais, das comunidades, das sociedades, de todas as nações e povos da Terra.

Nação alguma fica de fora dessa tendência, nem aquelas que têm sido manipuladas pelas forças poderosas que impulsionam a psicologia neo fascista que se vai apoderando da humanidade, que aliás são as primeiras na prossecução de tanta insensatez criminosa, as primeiras a experimentar a nível interno essa insensatez feita de trevas e preconceitos, feitas de divisão e arbitrariedades, feitas de sangue e morte.

Os problemas internos que subsistem e crescem nos Estados Unidos são o exemplo mais flagrante da expressão fascista que começa por vitimizar o próprio povo norte americano e são sequência do fim das civilizações autóctones e do sem fim do racismo que caracteriza ainda hoje muitos lugares do espaço nacional, particularmente aqueles juntos à fronteira sul, a fronteira com o México e, por essa via, a fronteira com toda a América Latina.

Nesse sentido a Florida e uma cidade como Miami são requintados “ghetos” dos salvados do império e de sua acção com impactos sociológicos dominantes ao longo de largas décadas na América Latina.

Nos Estados Unidos a sociedade capitalista e consumista está em crise desde que meia dúzia de bancos de família se apoderaram da Reserva Federal na década de 30 do século passado e essa crise, de contornos difusos, está a tornar-se mais ostensiva que nunca, na medida em que os rombos financeiros nos dinheiros públicos e nos programas das administrações se vão tornando irreparáveis, desencadeando ondas de choque na sociedade.

A dívida pública é apenas uma banalidade que integra a vasta crise.

Apesar disso, os consórcios das grandes empresas, nas mãos da aristocracia, cada vez têm mais lucros, enquanto cada vez mais vão parar ao desemprego e à marginalidade.

Aqueles que fora das fronteiras ousam resistir com êxito à monstruosidade neo fascista, como Cuba Revolucionária, são alvo de todas as sevícias, bloqueios e pressões, sofrendo a propaganda mais abjecta que se possa imaginar.

Os actos de resistência de Cuba Revolucionária, em particular aqueles que resultam em mais saúde e educação para o seu povo e para todos os povos oprimidos do mundo, são uma “afronta” para os poderes fascistas, pois o fascismo jamais conseguirá superar os desafios que se colocam perante as políticas com sentido e cultura de paz e de vida.

A cultura de paz e de vida não faz parte da essência do fascismo que pela via financeira coloca em causa até os pressupostos que criou para a “democracia representativa”!

A aristocracia financeira mundial habituou-se às manipulações que procuram inibir quantas vezes pela força a possibilidade de réplica ou alternativa, manipulações que provocam artificiosas contradições.

Tornou-se incapaz de conceber a humanidade e o planeta como algo precioso, como um todo que tem de ser gerido mais do que com harmonia, com amor, solidariedade, equilíbrio e respeito.

Para essa poderosa casta, de geração em geração, o homem nunca foi a prioridade; a prioridade foi sempre o lucro, o lucro que pendesse para os seus bancos, para os seus bolsos, para o seu poder, o lucro sem fim, mesmo que os recursos da Terra sejam finitos.

Por isso o mercado se tornou o deus de referência, pois é através dele que se fazem as grandes operações que nada têm a ver com a democracia e que se impõem as regras sobre as sociedades, regras a que nenhuma democracia resiste.

O lucro andou sempre de braço dado com o fanatismo: a prática e a filosofia em causa são uma amálgama que polvilha as classes dominantes nos Estados Unidos, tendo grupos que praticam o fundamentalismo cristão como alguns dos seus principais impulsionadores.

O fundamentalismo cristão, com o fascismo encoberto ou descarado, é também e além do mais a expressão dum roubo.

Em “War is a racket”, “A Guerra é um roubo”, (http://www.rebelion.org/noticia.php?id=133135) Amy Goodman, recorrendo a uma síntese de 1935 da autoria do Major General Smedley Butler (http://www.ratical.org/ratville/CAH/warisaracket.html), explica:
“Según el economista ganador del Premio Nobel Joe Stiglitz, los costos de las guerras de Irak y Afganistán superarán los cinco mil millones de dólares.
Con costos así, ¿por qué la guerra no se encuentra en el centro del debate sobre la deuda nacional?
El dos veces ganador de la Medalla de Honor del Congreso Mayor Smedley Butler tenía razón hace setenta y cinco años cuando dijo sobre la guerra: Probablemente es la estafa más vieja, de lejos, la que deja más ganancia y seguramente la más despiadada.
Es la única cuyas ganancias se cuentan en dólares y sus pérdidas en vidas y que se lleva a cabo para beneficio de unos pocos, a expensas de muchos.
Mientras el Presidente Obama y el Congreso argumentan que la Salud Pública y la Seguridad Social son los dos factores que desestabilizan el presupuesto, el pueblo debería exigirles a ellos que dejen de solventar la guerra”.
Os Estados Unidos, onde flui a cultura anglo-saxónica da origem dos grandes banqueiros de família, tornaram-se incapazes de outro exercício para além de se tornar num polícia do mundo instrumentalizado pelos grandes poderes económicos e financeiros, ao seu inteiro dispor e serviço.

A aristocracia financeira mundial continua em concorrência, desde a IIª Guerra Mundial em concorrência desleal (por que isso lhe proporciona a espiral de lucros), com o resto da humanidade e, para que esse exercício seja levado a cabo, “precisa de se defender”, precisa de orçamentos incomensuráveis para o Pentágono, precisa de continuar a inventar novos armamentos, tecnologias bélicas e conceitos militares, precisa de alimentar 800 bases militares espalhadas pelo mundo, precisa de aumentar ainda mais a sua dívida que prende outros ao abismo em que se encontra, precisa de dividir nações e povos, precisa de caos, de fome, de miséria, precisa de tudo menos de amor, paz e solidariedade: a extrema fraqueza dos outros, o estado de torpor em que eles se encontram, o subdesenvolvimento crónico, as tensões, o medo, essa é a garantia psicológica do seu domínio, de sua vontade e dos imensos crimes contra a humanidade que sucessivas administrações vêm praticando por que é isso que lhes dá lucro.

Será que Hitler, no auge do poder das potências do Eixo e em plena IIª Guerra Mundial, possuía 800 bases espalhadas pelo Mundo?

Esse poder avassalador de hoje, capaz de expansão militar a esse ponto em nome duma hegemonia “contra natura”, como pode deixar de ser considerado de império neo fascista e ave de rapina?

O fascismo que se fez expandir no âmbito das culturas anglo-saxónicas conduz à guerra permanente em qualquer parte do mundo e, quando os recursos fogem ao controlo dos poderosos, todos os terrores podem ser desencadeados, sem restrições, sem dó nem piedade pela morte de milhões de inocentes vítimas directas e indirectas do holocausto permanente, a única forma que passaram existencialmente a conhecer para ter lucros.

Como são as nações e povos que professam religiões islamizadas que detêm uma parte substancial dos recursos de petróleo e gás do planeta, à medida que esses recursos escasseiam, desencadeiam-se contra eles tensões e guerras intermináveis de incalculáveis repercussões em termos de perdas humanas e materiais para os povos e nações do Terceiro Mundo.

Esse poder avassalador procura até que hajam “sociedades pétreas” como a da Arábia Saudita, para a partir delas expandir as contradições que provocam a conveniência das tensões e das guerras…

Como África continua a ser aquele “continente inerte onde cada abutre vem depenicar o seu pedaço”, proliferam holocaustos como os do Ruanda, da RDC, do Sudão, da Somália…

África é a continuação do jogo bélico do Médio Oriente e Ásia Central, particularmente no Sudão e na Líbia, bem como nas costas da Somália, por onde passam as grandes rotas do petróleo.

Mais cedo do que tarde, esse jogo contaminará outros produtores de petróleo, a Nigéria, ou Angola, havendo muitos factores de crise disponíveis, à mão de semear…

Os fundamentalistas cristãos que se enquadram no Partido Republicano estiveram ligados a John Garang dirigente máximo do “Sudanese People Liberation Army”, como ao “freedom fighter” que deu pelo nome de Savimbi.

A título de exemplo: em Junho de 2002, o “Persecution Project Foundation” publicava seu “Africa Messenger” exclusivamente dedicado à guerra no sul do Sudão, segundo a perspectiva de entidades como Brad Phillips, Howard Phillips e Joe Musacchio, bem como à morte de Savimbi.

Os fundamentalistas cristãos norte americanos têm sido um suporte ideológico e de acções instrumentalizado desde a “doutrina Reagan” e adaptável no tempo aos interesses e conveniências da hegemonia em direcção a África.

O seu ponto de partida na direcção de África pode ser avaliado no livro “The Cold War guerrilla”, de Elaine Windrich, que pode ser encontrado na biblioteca electrónica Amazon.

No caso do Sudão eles, integrados nos instrumentos de ingerência norte americanos, contribuíram para o começo do “novo desenho” do mapa “étnico-político-religioso” de África, impulsionando tacitamente uma “nova” Conferência de Berlim ao sabor do Império, da rapina do petróleo e do gás e aceite de forma apassivante por muitas nações e estados africanos, uma parte deles rendidos aos expedientes do AFRICOM.

Referenciando “A ofensiva dos Estados Unidos em África”, o analista Jesus Chucho Garcia (http://alainet.org/active/48112), sintetiza:

“Sudan y la nueva repartición de África.


No es casual, ni por obra religiosa del conflicto entre musulmanes y cristianos, que se haya producido la repartición de Sudan entre el Norte y el Sur.

La estrategia del Pentágono fue clara desde hace mucho tiempo con sus estudios prospectivos de recursos energéticos en África subsahariana: dividir este continente por sus recursos energéticos creando nuevos territorios o, en este caso, crear una nueva República, Sudan del Sur, donde están las mayores reservas petroleras de ese país, cerca de un 75% y los mejores recursos naturales.

Desde hacia tiempo el afroamericano y exsecretario de Estado Collin Power y el General Scott Gration venían trabajando en ese proyecto global como lo hizo para Irak, Etiopia-Somalia-Djibuiti e intentó en Cuba, Bolivia y Colombia.

Son estrategias globales que al imperialismo le está dando fruto y resultados concretos ante la crisis energética mundial, donde la Agencia Internacional de Energía (AEI), ante la escases de petróleo a tenido que disponer para este mes sesenta millones de barriles de petróleo de sus reservas para solventar la crisis de abastecimiento que se les creo con la Invasión a Libia.

Ellos saben de la potencialidad petrolera de la Nueva Sudan del Sur.

Obama en su salutación al nuevo gobierno sudanés el sábado 9 de julio expresó: Estoy seguro de que los lazos de amistad entre el sur de Sudán y Estados Unidos sólo profundizará en los próximos años.

Como Sur Sudanés emprender el trabajo de construcción de su nuevo país, Estados Unidos se compromete en la búsqueda de la seguridad, el desarrollo y nuestro Gobierno puede cumplir con sus aspiraciones y respetar sus derechos humanos.

El Pentágono y el Departamento de Estado de USA para Sudan del Sur ya definieron sus puntos clave para entrar en cintura a este país a través de USAID:

1-Crear un entorno propicio para la promoción de la inversión privada en el sur del Sudán;

2-Fortalecer el sector agrícola para convertirse en un verdadero motor del crecimiento en el Sudán meridional;

3-Desarrollar una plataforma común en la estructura institucional de la comunidad internacional a participar en este nuevo país; y

4- Construir el capital humano necesario para gobernar y prestar servicios”.

Os instrumentos que assentam no poder dos Estados Unidos, da Grã Bretanha e de outros que se tornaram seus aliados-fantoches, no quadro da OTAN, como da ANZUS, a título de exemplo, ao actuar em nome da minoria que concentra o poder, a riqueza e as finanças globais, foram capazes por isso de fazer o melhor uso de ideologias fascistas, tisnadas de conceitos próprios da Idade Média, quando os cristãos abençoados por Roma partiam em hordas de cruzados para combater os infiéis na “Terra Santa”.

Os fundamentalistas cristãos têm um amplo campo de manobra na “civilização ocidental”: têm portas abertas com crescente à-vontade para que seus conceitos estejam no cerne da instrumentalização do poder dos poderosos estados que construíram à custa de quanto sangue, estabelecendo o fascismo que se aproveita dos grupos e dos comportamentos conservadores, alguns deles perdurando há séculos, transmitidos de geração em geração desde os tempos das cruzadas e da Santa Inquisição.

Algumas formas de sociedade favorecem essa atitude, desde as castas dos bancos, do petróleo, dos diamantes ou da indústria do armamento, até às corporações profissionais que têm terreno fértil na Europa.

Muitos partidos sociais democratas estão a tornar-se servidores do fascismo encapotado, pondo em causa a essência da “democracia representativa”, submetendo-se e submetendo milhões à vontade de quem tem o poder económico e financeiro.

As crises na Europa são cada vez mais lucrativas para uma minoria que continua irremediavelmente sedenta e as sociais democracias, especialmente quando elas conseguem garantir sucessivos governos de turno, são a melhor forma de criar a ilusão democrática que esconde o roubo.

Fazendo mover seu imenso poder militar, a OTAN é um dos instrumentos ideais para manipular estados, sociedades, a juventude das sociedades das culturas anglo-saxónicas e de seus aliados-fantoches em direcção às guerras de rapina, por via da mobilização de ideologias fascistas de pendor medieval.

As forças armadas de países que constituem os estados aliados-fantoches, são hoje instrumentos mercenários de recurso, que engrossam as fileiras em acções de guerra em teatros operacionais cada vez mais longe do Atlântico Norte!

Este fascismo faz-nos regressar ao tempo das cruzadas a tal ponto, que até os migrantes que procuram na Europa a côdea da sobrevivência, são alvo das maiores provas de racismo, de marginalidade, de “gheto”, desse fascismo omnipresente que afinal os vitimiza e os persegue desde seus próprios países de origem, desde o ventre de suas mães, desde o seu berço…

Na Europa esse racismo, essa marginalidade, é condicionada por leis, por decretos, quantas vezes de forma difusa pelas comunidades receptoras e isso parece ser mais suportável que a fome, a miséria, o subdesenvolvimento típico de suas origens e as guerras que pendem nos horizontes ou que já experimentaram.

Para os muitos, se isso é mesmo assim insuportável, há uma alternativa: a mobilização militar e o seu serviço nas guerras de rapina vão abrir portas que, para os sobreviventes, de outro modo seria muito difícil abrir.

É dessa maneira que alguns deles conseguem a sua nova nacionalidade!

Por essa razão, em condições precárias eles são capazes de atravessar oceanos, mares e fronteiras quase impenetráveis, arriscando tudo por tudo, quantas vezes a própria vida.

A chegada à Europa de tantos milhões de migrantes provenientes de outros continentes, tem sido motivo para que a expressão neo fascista assuma contornos políticos com o crescimento de organizações e partidos de extrema direita.

Países, nações e povos prósperos e mais felizes são também arrastados nessa voragem neo fascista, sem limites, nem fronteiras, nem barreiras.

Será necessário para a felicidade na Noruega, que os seus jovens partam para o Afeganistão ou o Líbia, onde são instrumentalizados pelo fascismo no quadro das guerras do Império?

Será necessário inculcar nos seus cérebros ideologias próprias da Idade Média, para que eles funcionem como cruzados em pleno século XXI?

Para que a Noruega precisa de pegar em armas?

Como é que a Noruega integra cerca de 10% de migrantes que engrossaram a sua população de há vinte anos a esta parte?

Como surgem as ideologias capazes de massacres em Oklahoma e na Noruega?

Que crimes não pendem sobre aqueles que tomam as decisões fascistas que consomem tantos recursos, nações prósperas quanto nações vassalas, milhões de jovens que ficarão traumatizados para o resto das suas vidas, a humanidade e o planeta?

O neo fascismo inculcado num monstro como Anders Behring Breivik é uma ínfima molécula da psicologia fascista que move instrumentos poderosos na direcção das tensões e das guerras de rapina em pleno século XXI, quando a humanidade e o planeta, exangues e delapidados, apresentam cada vez mais carências.

O fascismo que nutre as decisões de sucessivas administrações norte americanas, de sucessivos governos britânicos e dos estados fantoches-aliados, em relação ao emprego de leis financeiras injustas, de comércio internacional desequilibrado e injusto, bem como de proliferação de tensões, de divisões, de manipulações e de guerras, é um viveiro que produz também os monstros minúsculos e desprezíveis como Anders Behring Breivik!

Algumas entidades esclarecidas têm-se debruçado sobre o tema dos relacionamentos internacionais marcados pelo fascismo.

Noam Chomski e Edward S. Herman, por exemplo, escreveram um livro a não perder: “The Washington connection and Third World fascism”.

Em África essa sensação atroz persegue-nos e por isso conhecemos como o ar que respiramos: foi o não aceitar desse fascismo que nos obrigou à luta contra a escravatura, o colonialismo e o “apartheid” e nos alertou para as sequelas que advêm do passado, por mais “coloridas” que elas se nos apresentem, por mais “peso” que tenha o seu “vazio”, lembrando uma lúcida crónica recente de Mia Couto.

De Portugal em crise partem para Angola muitos mentores e artífices de fascismo, alguns deles até com responsabilidades reconhecidas “nos tempos da outra senhora”…

A extrema direita assumida e aquela que se move a coberto de partidos com assento parlamentar, tem agora portas escancaradas em Angola por que entre as elites dos dois países os interesses de mercado estão a ser deliberadamente integrados sob o espectro de históricos protagonistas e mentores de protagonismo, como por exemplo Frank Charles Carlucci.

As mensagens da OTAN, como discretos submarinos, estão a chegar por essa via, inclusive influenciando os conceitos dos treinos militares comuns, como no último “FELINO”.

Os organismos de inteligência de Angola estão também sob sua influência, com a introdução dos conceitos convenientes que lhe são afins.

Agora que as políticas de portas abertas, em nome duma apregoada harmonia, são introduzidas com suas ideologias medievas e sua leis mercenárias, agora que o neo fascismo nos surge de cara alegre, disposto aos “jogos africanos” (conforme Jaime Nogueira Pinto), sobre o túmulo fresco dos nossos heróis e mártires, num vácuo de dignidade, o movimento de libertação faz sua prova maior de resistência e de identidade!

A cultura de paz e de vida dá sequência ao movimento de libertação, pois aqueles que lutaram pelo resgate dos povos de África, são os que estão nos caboucos do caminho para uma maior felicidade para seus povos, entre os povos e em proveito de toda a humanidade e do planeta.

Antes dizíamos de arma nas mãos que “fascismo nunca mais” e agora em plena ausência de tiros, somos obrigados a continuar a dizê-lo com a mais decisiva das armas, a da nossa consciência histórica.

Essa é uma ideologia onde o fascismo não tendo cabimento se vê irremediavelmente arredado, em especial se a batalha das ideias a que não fugimos, levar à refinação dos projectos eminentemente humanos em que todos nos devemos empenhar com solidariedade, justiça social e respeito para com o próximo e para com a Mãe Terra, nossa casa comum, nosso berço e nosso túmulo.

É preciso lembrar que, estando todos de passagem, necessário se torna deixar para os vindouros um mundo melhor e, se tal não for possível, o menos mau que nos for possível.

Martinho Júnior - 28 de Julho de 2011.

Cabo Verde - Presidenciais: Joaquim Monteiro afirma que “o povo já ganhou estas eleições”




INFORPRESS – EXPRESSO DAS ILHAS

O auto-proclamado "candidato do povo", Joaquim Monteiro, garantiu esta segunda-feira, na cidade de Santa Maria, na ilha do Sal, que Cabo Verde vai ter uma grande surpresa nas presidências de domingo, porque "o povo já ganhou estas eleições". "Djack" Monteiro diz-se encantado pela forma como a sua mensagem foi interiorizada pelo eleitorado. Alega ter vivido momentos marcantes nesta campanha, porquanto recebeu elogios e abraços de fraternidade de forma a valorizar "cada vez mais " o seu projecto presidencial.

Durante um contacto directo com o eleitorado de Santa Maria, Joaquim Monteiro emocionou-se ao receber apoio de um empresário algarvio, português radicado nesta cidade turística, que deixou transparecer a sua simpatia para com esta candidatura.

A este propósito, Joaquim Monteiro afirmou que já se sente verdadeiramente acarinhado, tanto pelos jovens, como pelas crianças que já o apelidam mesmo de "Tio Djack", pelo que julga ser uma forma de fazer frente aos restantes candidatos.

Joaquim Monteiro vai mais longe nas suas afirmações, ao asseverar que a sua candidatura e o modo como tem vindo a dinamizar o seu projecto "do povo, para o povo e com o povo" vai ficar na história de Cabo Verde e da Humanidade.

Para auto-designado "candidato do povo" não há comício ou qualquer concentração de massa que consegue superar a sua estratégia para passar mensagem ao eleitorado.
"O povo vai votar nele próprio, porque sempre insisti nesta filosofia que não sou eu o candidato presidencial, mas o povo de Cabo Verde a se candidatar às presidenciais e assumir o seu destino, para o bem dele próprio", especificou Joaquim Monteiro.

O candidato, cujo lema de campanha é "Continuar Cabo Verde, Melhorar Cabo Verde, Projectar Cabo Verde", afirma que espera alcançar um resultado histórico nestas eleições, que vai servir de lição e de exemplo aos candidatos dos partidos políticos porque, segundo ele, "o povo já tomou consciência da necessidade de uma candidatura independente e talhada para servir o interesse do Estado, enquanto representante do povo".

 *Foto em Expresso das Ilhas

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Cabo Verde: “QUERO CONTINUAR A SER ÚTIL”, afirma candidato Manuel Inocêncio Sousa




José Sousa Dias, da Agência Lusa

Cidade da Praia, 02 ago (Lusa) -- Manuel Inocêncio Sousa resume numa só frase a motivação: "quero continuar a ser útil a Cabo Verde". E garante ser o único dos quatro candidatos às presidenciais de 07 de agosto que assegurará a estabilidade política e social.

Ministro desde 2001 até março último nos sucessivos governos de José Maria Neves, tornando-se ministro de Estado nos últimos anos, Inocêncio Sousa assegura, em entrevista à Agência Lusa, que a sua experiência governativa ajudará ao processo de desenvolvimento de Cabo Verde.

"O que pretendo é continuar a ser útil a Cabo Verde, trazer mais uma vez o meu contributo para o processo de afirmação e desenvolvimento do país. É a única e verdadeira motivação da minha candidatura", afirma, sublinhando que, se for eleito, irá exercer uma "presidência de ação".

Além das funções institucionais, como a garantia do cumprimento da Constituição e a regulação e arbitragem do sistema político, Inocêncio Sousa sublinha que pretende ser um Presidente "muito envolvido" nas questões do desenvolvimento, de forma a garantir o sucesso da governação.

Apoiado pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, no poder desde 2001), o candidato garante que nunca será "uma força de bloqueio" à governação, mas garante que estará "muito atento" a qualquer "deslize", quer do executivo, quer do Parlamento.

"Em qualquer circunstância, penso que um Presidente nunca deverá ser uma força do bloqueio, antes pelo contrário. Como líder da Nação, tem obrigação de trabalhar para trazer o seu próprio contributo para que a Nação progrida, se realize e consiga resolver os seus problemas. É esse o Presidente que vou ser", assume.

"Vou cooperar com o Governo, claramente. Essa cooperação, trazendo o meu contributo para o sucesso da Nação, significa em qualquer iniciativa vinda do Governo ou do Parlamento que fira a Constituição eu esteja lá para defender os interesses nacionais", diz.

Defendendo que a estabilidade passa pela manutenção de um chefe de Estado da mesma cor política do executivo, Inocêncio Sousa sustenta que tal permitirá que, quem governa, possa estar "concentrado e focalizado" na governação e "não esteja a desperdiçar energias nas pequenas e grandes crises".

Escusando-se a falar sobre as restantes três candidaturas, Inocêncio Sousa não quis comentar sobretudo a de Aristides Lima, oriunda também da família política do PAICV, e apoiada tacitamente pelo Presidente cessante, Pedro Pires.

"Conseguirei os resultados que os cidadãos decidirem. Estou a apresentar-me aos cidadãos como um Presidente com uma visão própria do exercício da presidência, que vai estar a trabalhar, atento, às aspirações dos cabo-verdianos", responde.

"O que proponho, ao fim e ao cabo, é dedicar todas as minhas energias, usar toda a minha experiência para, com uma forte vontade e motivação, contribuir para que o país se realize, que os cabo-verdianos se realizem", conclui.

*Foto em Lusa

COMANDO NORTE-AMERICANO NUNCA TEVE INTENÇÃO DE DETER BIN LADEN




TSF - Hoje às 07:33

O comando norte-americano que acabou com a vida de Osama Bin Laden em Maio, não tinha como objectivo deter o líder da Al-Qaeda, mas sim matá-lo, revela a revista The New Yorker.

«Nunca esteve em causa se se devia deter. Não foi uma decisão tomada numa fracção de segundo. Ninguém queria detidos», afirmou um responsável das operações especiais à New Yorker, que esta semana publica um relato pormenorizado da Operação Gerónimo que terminou com a morte do líder da Al-Qaeda.

A versão oficial da administração americana sempre sublinhou que a operação desencadeada no Paquistão tinha como missão capturar Bin Laden, mas o terrorista terá oferecido resistência e por isso foi aberto fogo contra ele, como explicou diversas vezes o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

Bin Laden morreu com dois tiros, um no tronco e outro na cabeça, de um dos soldados das operações especiais que participou na missão e que depois de comprovar que o terrorista tinha sido abatido informou via rádio o comando da missão utilizando a linguagem código "Gerónimo E.K.I.A", acrónimo em inglês de "inimigo morto em combate".

A operação de 40 minutos decorreu numa vivenda de Abbottabad, a 50 quilómetros de Islamabad, tendo os soldados chegado ao complexo a bordo de dois helicópteros Black Hawk.

Além de Bin Landen foi ainda morto um dos filhos do homem até então o mais procurado do mundo, e uma das mulheres do líder da Al-Qaeda ficou ferida numa perna.

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POLÍCIA DESALOJOU ÚLTIMOS CONTESTATÁRIOS ACAMPADOS NO CENTRO DE MADRID




TSF - Hoje às 09:29

A polícia desalojou, esta manhã, os "indignados" e participantes no movimento de protesto 15-M que permaneciam acampados no Passeio do Prado e na Puerta del Sol, em Madrid.

A intervenção policial começou às 6h00 locais (5h00 em Lisboa) e decorreu de forma tranquila, segundo fontes da polícia de Madrid.

Depois do desalojamento dos "indignados", os serviços de limpeza municipais vão retirar os objectos e estruturas instaladas pelos contestatários.

A polícia mantinha cercado o centro da praça da Puerta del Sol, ponto emblemático dos protestos do movimento 15-M e vigiava os acessos.

O movimento 15-M (que assim é denominado por ter começado a 15 de Maio) pede uma mudança no sistema político, social e económico, e denuncia a corrupção e o que consideram falta de democracia e transparência politica e económica.

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JUROS DA DÍVIDA SOBEM NOS PRINCIPAIS PRAZOS, ITÁLIA E ESPANHA BATEM RECORDES




IRINA MELO - LUSA

Lisboa, 02 ago (Lusa) -- Os juros da dívida soberana portuguesa estão hoje a subir nos principais prazos no mercado secundário, numa manhã em que a dívida soberana italiana e espanhola está a bater recordes em algumas maturidades.

Pelas 08:31, os juros exigidos pelos investidores para transacionar dívida soberana portuguesa a cinco anos atingiam os 15,465 por cento, acima dos 15,143 por cento da média do dia de segunda-feira, segundo os dados compilados pela agência de informação financeira Bloomberg.

O 'spread' face à dívida alemã atingia os 1.391 pontos base nesta maturidade.

© 2011 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Império decadente: Norte-americanos "parasitam" a economia mundial, considera Putin




SIC NOTÍCIAS, com Lusa

O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, considerou hoje que os Estados Unidos abusam da sua "posição monopolista com o dólar" e que o compromisso para a dívida atingido em Washington apenas adia as reformas inevitáveis do sistema.

"Graças a Deus, (a desvalorização do dólar) não aconteceu, eles tiveram  bom senso e responsabilidade. Mas, em termos gerais, não há grandes novidades,  trata-se de um simples adiamento da tomada de decisões mais profundas",  declarou Putin no Fórum "Seliguer-2011", que reúne juventude ligada ao Partido  Rússia Unida. 

Além disso, o primeiro-ministro russo assinalou que a dimensão colossal  do défice do orçamento norte-americano mostra que "o país vive de dívidas".

"Isso significa que o país vive acima dos seus meios", precisou, acrescentando  que os Estados Unidos "em certo sentido, parasitam a economia mundial".

Putin defendeu o aparecimento de novas divisas de reserva internacional,  incluindo o rublo. 

"E claro que o rublo irá conquistar o seu lugar digno", precisou, sublinhando,  porém, que as possibilidades de uma moeda são determinadas pela qualidade  da economia do país, e não pelas "notas".

*Título alterado por PG

MAIS DE 20 MORTES MARCAM INÍCIO DO RAMADÃO NA SÍRIA





As cidades sírias de Hama e Damasco voltaram hoje a ser bombardeadas pelas tropas do regime. Morreram seis pessoas. Ontem, 24 civis morreram na segunda-feira na Síria, dez dos quais foram mortos a tiro pelas forças de segurança, na noite do primeiro dia do Ramadão, segundo os dados do Observatório sírio dos Direitos do Homem.

Um vídeo amador captou imagens dos momentos seguintes a um ataque a uma mesquita, no centro de Hama.

Testemunhas falam em vários tiros e bombardeamentos de tanques. Depois do massacre de domingo, em que mais de 140 pessoas morreram, o Conselho de Segurança da ONU reuniu de emergência, mas não chegou a acordo quanto à adopção de medidas contra o regime de Bachar al-Assad.

Decisão diferente foi a da União Europeia, que aumentou as sanções contra a Síria, com o congelamento de bens do Presidente sírio e a proibição de viagens para a Europa de vários militares e funcionários do governo.

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