quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Ativista Rafael Marques depôs em Lisboa em caso contra altos dirigentes angolanos



RTP – Lusa, com foto

O ativista angolano Rafael Marques depôs hoje num "processo de averiguação preventiva" relacionado com "branqueamento de capitais", envolvendo "vários dirigentes angolanos", que decorre no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), disse o próprio à Lusa.

Rafael Marques informou a Lusa que depôs hoje, como testemunha, em Lisboa, no "processo de averiguação preventiva n.º 85/11-PG", interposto por "um cidadão angolano residente em Portugal", que pediu para não identificar.

Este cidadão apresentou queixa contra "uma longa lista", que inclui "membros da família presidencial" angolana, entre os quais Welwitschea José dos Santos (conhecida como "Tchizé" dos Santos), uma das filhas de José Eduardo dos Santos, Presidente da República angolano, disse Rafael Marques.

De acordo com Rafael Marques, os visados são ainda "vários dirigentes angolanos", entre os quais Manuel Vicente, presidente do conselho de administração da petrolífera Sonangol E.P., e Hélder Manuel Vieira Dias Júnior, general conhecido como "Kopelipa", ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República.

A queixa visa cerca de 20 cidadãos angolanos com "investimentos e propriedades em Portugal", acusando-os de "branqueamento de capitais", acrescentou Rafael Marques, que diz ter sido chamado a depor como testemunha neste "processo de averiguação preventiva" pelo que tem investigado sobre "a corrupção em Angola".

"Fui prestar declarações. Acho importante que haja preocupação das autoridades judiciais portuguesas em apurar os factos sobre investimentos angolanos em Portugal", declarou à Lusa, em Lisboa.

Em menos de dois meses, o ativista angolano apresentou, na Procuradoria-Geral da República de Angola, duas queixas-crime contra altos quadros angolanos, incluindo "Kopelipa" e outros generais, e o presidente da Sonangol.

"Inundaremos a Procuradoria-Geral da República de queixas. (...) É uma questão de princípio. Todos os dias os dirigentes angolanos saqueiam este país. Então, todos os dias deve haver queixas (...), até que haja mudanças", sustentou, em declarações à Lusa prestadas a propósito da apresentação da segunda queixa, no passado dia 06.

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