A Semana
Continua por reparar a moradia da dona Carminda Antónia Zego, cujo tecto desabou desde Agosto. Esta mãe, chefe de família, aguarda há mais quatro meses pela prometida visita de uma equipa técnica da Câmara Municipal do Sal. Abrigada em casa de amigos, esta família de cinco pessoas passou as festas separada sem direito ao aconchego do próprio lar.
É com tristeza que dona Carminda fala destas festas de Natal e de Fim de ano. Não pôde proporcionar aos filhos um Natal em família. Há quatro meses que depende da boa vontade dos amigos e vizinhos para dormir. “Não pude fazer tudo aquilo que fazia todos os anos para os meus filhos. As guloseimas, a ceia. É triste não ter um lar para passar as festas”, lamenta esta mulher que depende de um salário “mísero” que ganha numa loja chinesa.
Carminda não tem data prevista para voltar à casa. O tecto que desabou no dia 25 de Agosto continua sem betão, apenas com uma vigas de ferro a baloiçar. Os restantes cómodos estão ainda mais rachados do que da última vez que esta reportagem esteve no lugar. A família estava a contar com a ajuda da autarquia, conforme lhe foi prometido. Mas até agora nem um sinal.
No dia em que o tecto desabou, recorde-se, o vereador da CMS, Antero Alfama esteve no local e prometeu que no dia seguinte enviaria uma equipa de engenheiros para analisar a situação da casa e que só depois daria o devido apoio àquela família. Segundo a dona Carminda, nunca chegou a receber visitas de engenheiros. Antero Alfama também prometeu dar abrigo à família o que também não aconteceu.
“Desde aquele dia que vou à Câmara para saber sobre a minha situação. Já falei várias vezes com o vereador e sempre me diz que já vão tratar disso. Falei até com o presidente mas ele disse que vai tomar conhecimento desta situação e que depois me diria alguma coisa. Estou insistentemente a tentar falar com alguém da Câmara, mas até hoje nada. Não posso continuar nesta situação”, reclama Carminda Zêgo.
De referir que Carminda morava nas habitações sociais construídas pelo governo, através do IFH em 1998. Na altura o complexo foi transferido para a Câmara que gere e cobra para cada família uma quantia simbólica. Quando o valor do imóvel, que rondam os 200 contos, for saldado a residência passa para o nome do morador. Durante 12 anos e meio, várias intervenções foram feitas pelos moradores e pela própria Câmara Municipal. O facto é que houve erros de construção que estão a pôr em causa a vida dos moradores que pagam 1500 escudos por mês para ter um tecto.
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