João Severino – Pau Para Toda a Obra
Assim que ouvi as declarações do "pobrezinho" Cavaco Silva chamei-lhe "coitadinho" . Já sabia que a sua carreira política estava arruinada a partir daquele momento. O ex-primeiro-ministro, ex-líder do PSD, ex-investidor do BPN, ex-colaborador de várias instituições e ex-funcionário superior do Banco de Portugal teria forçosamente de indignar e chocar um país inteiro quando afirmou que as suas reformas não chegariam para as despesas, salientando que tinha 1.300€ de reforma mais uns trocos. Pois é, os trocos somam mais de 12.000 euros [conforme declaração do próprio na declaração de rendimentos] e fora as mordomias que aufere em Belém, onde não tem qualquer despesa, o economista Cavaco Silva só tem um caminho: reformar-se da política e deixar-se de afirmações chocantes. Chocantes? Sim, ou o senhor não entende que a média dos portugueses tem uma reforma de aproximadamente 800 euros, e muitas das vezes, a reforma tem de chegar para a as despesas do casal.
Pessoalmente, sou dos poucos portugueses que, preto no branco, posso chamar ao senhor Silva hipócrita, demagogo e anti-solidário, a partir do momento em que na sua qualidade de presidente das Ordens Honoríficas rejeitou um pedido de um condecorado da República , baseado na Lei vigente, que requereu o subsídio vialício equivalente ao salário mínimo nacional, quando esse cidadão manifestou no respectivo requerimento que não possuia quaisquer bens, incluindo casa para viver, qualquer subvenção estatal, sem reforma e com o conjuge acamado com demência, do tipo Alzheimer. A Lei prevê o subsídio a todos os condecorados em caso de grande necessidade vivencional. Este gesto presidencial foi testemunhado por um jurista e constitucionalista prestigiado que redigiu o requerimento.
E é este mesmo personagem que nos vem dizer que as suas reformas no valor de mais de dez mil euros/mês "não chegam para as despesas". A partir de agora, o povo não quer ouvir falar mais de Cavaco Silva, o hipócrita, alcunha com que ficará para a história.
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