sábado, 28 de janeiro de 2012

Iniciativa "Cabo Verde sem Plástico" lançada no Sal e na Praia



SF - A Semana

Foi lançada esta sexta-feira, em simultâneo na Praia e no Sal, a campanha "Cabo Verde sem Plástico", da Associação para a Defesa do Ambiente e Desenvolvimento, ADAD. O projecto é uma declaração de guerra aos sacos de plástico utilizados para tudo no nosso país, mas que depois entram nos mares, enrolam-se nas árvores, degradam a paisagem cabo-verdiana e produzem materiais tóxicos prejudiciais à saúde.

A ideia é fazer com que o país passe a substituir o plástico por tecidos reutilizáveis ou por sacos de papel, materiais que degradam com mais facilidade na natureza. O plástico leva 400 anos a decompor-se.

A partir do Sal, o edil Jorge Figueiredo discursou através de vídeo-conferência. Para o autarca o plástico deve ser abolido da ilha e do país. “Se nós pudermos eliminar, de facto, este material seria muito bom. Sabemos o que implica o plástico para a natureza, para a degradação do ambiente e os estragos que pode provocar no sector do turismo”, sublinhou.

Além disso, defende Jorge Figueiredo, com menos produção e importação de plástico, Cabo Verde estará também a promover mais oportunidades de negócios. “Se conseguirmos eliminar o plástico e introduzirmos os sacos tradicionais de pano - quando era miúdo, usávamos sacos de tecido para comprar pão, por exemplo. Ao fazer voltar as nossas bolsas de pão, de compras, os famosos sakutelos, estaremos a dar mais oportunidades a sectores como o artesanato. Além disso, acredito que se tivermos uma ilha sem plástico seremos muito mais visitados”, considera o presidente da Câmara do Sal.

Para Figueredo, o Sal é uma das primeiras ilhas a abraçar este projecto, cuja implementação deve passar pela proibição da entrada de plástico no país. “O início deste processo deve acontecer de imediato e com as Alfândegas. O plástico vem embrulhando tudo e mais alguma coisa, temos que aumentar drasticamente os impostos ecológicos e determinar legalmente que o plástico não pode entrar no país. Assim poderemos reduzir em quase 80 por cento a poluição no país”, perspectiva.

De acordo com o edil, o plástico representa cerca de 11 por cento do lixo doméstico produzido no Sal: “O pior é que parte desse lixo não vai para a lixeira. Vai para o mar, para os terrenos baldios, temos por aí verdadeiras árvores de Natal de sacos de plástico. É aí que reside o problema. E mesmo o plástico que vai para a lixeira acaba por ser prejudicial para o ambiente. Porque, como sabemos, o plástico é feito à base de petróleo e leva 400 anos para se decompor na natureza. Até lá, onde está vai produzindo lixiviados, metais fortes que destroem e envenenam os solos, produzindo fumos tóxicos”.

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