sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

RAPIDINHAS DO MARTINHO – 66



Martinho Júnior, Luanda

RELAÇÕES SALUTARES!

No momento em que o capitalismo neo liberal causa impactos nocivos de toda a ordem na sociedade angolana, Cuba marca a alternativa dando a sua notável contribuição em socorro de Angola, como nos tempos da luta contra o colonialismo e o “apartheid”.

Os médicos cubanos foram durante a luta contra o colonialismo e o “apartheid” muito importantes para os Serviços de Assistência Médica e Medicamentosa, “SAMM”, das FAPLA, servindo conjuntamente com os médicos angolanos por todas as principais unidades hospitalares militares do país e ali onde os angolanos não possuíam ainda quadros especializados formados.

A saúde em Angola, se considerarmos a necessidade de luta contra o subdesenvolvimento num quadro em que o homem é a prioridade de todas as atenções, está longe de corresponder aos níveis desejados:

- Por um lado os impactos do neo liberalismo incentivam a que na saúde se instale uma mentalidade mercenária que é contra a ética e a deontologia profissional.

- Por outro, dez anos depois do calar das armas, as estatísticas das várias organizações da ONU dão conta que os Índices de Desenvolvimento Humano revelam que há insuficiências gritantes em termos das humanidades e sobretudo no que diz respeito aos campos da saúde e educação.

É impossível avaliar quanto os impactos nocivos da globalização neo liberal estão na base da continuação dos obstáculos que se manifestam contra a vida em Angola, quando a morte pela utilização de armas deixou de existir, mas quando ela está tão presente com o paludismo, com as doenças diarreicas, com a SIDA, com a tuberculose, como resultado de todo o tipo de problemas, desde aqueles que se referem à má qualidade da água para consumo, até àqueles que dizem respeito à ausência de condições fito-sanitárias e a um urbanismo salutar, sob os pontos de vista humano e ambiental…

Mas é possível quantificar a ajuda cubana, tanto na educação como na saúde, uma ajuda imprescindível na luta contra o subdesenvolvimento e continuando os resgates que é necessário fazer em relação às sequelas históricas que advêm do passado remoto e próximo.

Segundo o Jornal de Angola num artigo de César André (http://jornaldeangola.sapo.ao/20/0/cuba_envia_mais_medicos):

“O embaixador de Cuba em Angola, Pedro Ross Leal, anunciou ontem, em Luanda, a vinda este ano para o país de mais 1.300 médicos, dos quais 265 devem chegar já nos próximos dias.

O diplomata cubano fez este anúncio à imprensa depois de ter sido recebido em audiência pelo Vice-Presidente da República, Fernando da Piedade Dias dos Santos, e esclareceu que este número pode ser superior, uma vez que Cuba tem disponibilidade para tal. Aliás, existe um plano para ampliar a cooperação neste domínio, mas achamos que o importante é também formar médicos angolanos, adiantou.

Pedro Ross Leal esclareceu que existem alunos de cerca de 36 países a estudar Medicina no seu país, e que os angolanos são os estrangeiros que têm melhor aproveitamento e estabilidade na Universidade de Santiago de Cuba.

Sublinhando o crescente desenvolvimento das relações de colaboração entre os dois países, referiu que existem cinco escolas de Medicina em Angola, nas províncias de Cabinda, Benguela, Huambo, Lubango e Malange, com 1.700 jovens angolanos que estão a ser instruídos por especialistas cubanos, no total de um quadro de professores composto por 1.300 médicos”…

É notável, mas esta vai ser uma longa batalha: é fácil construir, trabalhar recorrendo ao cimento, ao alcatrão e a todos os outros materiais; construir e trabalhar o homem, com o homem e para o homem, é um exercício árduo, abnegado e a muito longo prazo, à medida do relacionamento entre os povos de Angola e de Cuba!

De nada valia construir tantas estruturas e infra estruturas, neste caso tantas escolas e tantos hospitais, se não se começasse a cuidar do homem, dos professores, dos médicos, dos enfermeiros, que temos urgentemente de colocar lá dentro!

A luta contra o subdesenvolvimento passa necessariamente pela luta contra os preconceitos e as práticas mercenárias na saúde e no ensino, por que essa é a pedagogia única possível que socorre o sentido da vida e aquilo que se aprendeu com o movimento de libertação!

3 comentários:

Anónimo disse...

Saia justa em Cuba

Em fevereiro de 2010, o preso político Orlando Zapata morria na prisão de Cuba durante visita oficial do então presidente Lula a Raul Castro (depois, foi abraçar Fidel). O ex-chefe do Executivo, na época, dizia "não haver tortura em Cuba" e escapava, como também o então chanceler Celso Amorim, de tecer comentários sobre direitos humanos lá. No Brasil e no Exterior, foram publicadas matérias condenando a atitude de Lula. Agora, Dilma Rousseff desembarcará em Havana no próximo dia 31 e terá de enfrentar situação de saia justa: o jornalista Guillermo Fariñas, prêmio Sakharov 2010, está preso de novo depois de participar do protesto pela libertação de outros ativistas. A blogueira Yoani Sanchez, que ainda não conseguiu falar com Dilma, garante que nem água dão a Fariñas, que já fez 24 greves de fome, em solidariedade a outros dissidentes presos.

Anónimo disse...

PROPAGANDA DA AGRESSÃO!!!

Há 50 anos que há um bloqueio que atinge não 1, nem 100, nem 1.000, nem 1 mihão de cubanos: são várias gerações de cubanos que estão afectados por tal medida, ou seja, largas dezenas de milhão!

O que dizem os direitos humanos em relação a isso?

NADA!!!

Os EUA e seus aliados semeiam ingerências, manipulações, tensões, conflitos e guerras por todo o mundo; o que dizem os direitos humanos a isso em nome dos milhões e milhões de inocentes que sofrem por causa dessas situações extremas?

NADA!

A propaganda em nome dos direitos humanos é também UMA FORMA DE AGRESSÃO!

O comentário anterior, não dá a conhecer a parte cubana do argumento e dá viva voz à PROPAGANDA DA AGRESSÃO, em nome duma democracia que não existe e dum modelo de vida que é cada vez mais traumatizante para 99% da humanidade!!!

Se há razões por parte de Cuba em defender a sua revolução, as razões daqueles que estão por detrás de determinados "activismos" em Cuba perdem-se no imenso oceano desta globalização atroz, desequilibrada e injusta.

Lamentamos a perda de vidas, especialmente por causa de tal tipo de fundamentalismos, mas "activismos" em nome duma "democracia" que é um beco sem saída para toda a humanidade, mesmo que as autridades cubanas não o queiram, correm este tipo de riscos.

Com o argumento do comentário anterior ressalta o seguinte: ele fez 24 vezes GREVE DA FOME; então quem o terá SALVO ESSAS 24 VEZES?

Martinho Júnior.

Luanda.

Anónimo disse...

Ayudando a sanar el cuerpo y el alma

JUAN DIEGO NUSA PEÑALVER, ENVIADO ESPECIAL

Una de las vertientes de la colaboración de Cuba en Haití en la salud se localiza en la medicina física y rehabilitación, un servicio prácticamente inexistente en este devastado país, aguijoneado por la pobreza y el subdesarrollo.

El licenciado en terapia física y rehabilitación Luis Rodolfo Barzaga Cutido ayuda al restablecimiento del haitiano Jean Claude Mesadien, afectado por una parálisis total del lado izquierdo de su cuerpo.
Precisamente la mortal sacudida de la tierra haitiana de enero del 2010 provocó graves lesiones físicas en este sufrido pueblo, emergencia en la que resultó todo un reto para los especialistas cubanos de la fisiatría, nombre por el que también se designa esta disciplina, la atención a más de 75 600 pacientes en el servicio de rehabilitación en apenas cinco meses...

http://www.granma.cu/espanol/nuestra-america/28marzo-desde-haiti.html

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