sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

SÃO PAULO DESLOCADA




Mair Pena Neto – Direto da Redação, com foto

Que São Paulo está politicamente deslocado do Brasil, todos já sabem. Porém, os sinais de doença social que vêm da maior cidade do país, aquela que deveria ser a nossa síntese, mas que se perdeu no caminho, são preocupantes. Do elitismo desenfreado, que rejeita estações de metrô em certos locais para evitar contato com "gente diferenciada", à ação truculenta do Estado na administração dos conflitos, seja de que natureza for, São Paulo externa tudo o que temos de pior e que precisamos rejeitar a cada dia para nos tornarmos um país cidadão.

Chega a parecer fora da realidade que estejamos nos deparando com uma política pública de um estado brasileiro de tratar um dos maiores flagelos sociais, o vício do crack, infligindo "dor e sofrimento". Devastados pela droga, os usuários, entre os quais mulheres e crianças, são tratados a bombas e tangidos como gado, de lá para cá, sem que se lhes aponte uma alternativa ou forma de tratamento.

Se alguma coisa acontecia no coração do compositor quando cruzava a Ipiranga e a Avenida São João, agora ele se depararia com hordas de zumbis, tratados a ferro e fogo por ordem do estado. Uma cena de envergonhar qualquer pessoa com um mínimo de sentimento de humanidade. E, ao menos até o momento, foram poucas as vozes que se levantaram contra a atrocidade. O silêncio de São Paulo diante da chacina do Carandiru está se repetindo. A cidade se mostra mais uma vez fria e indiferente ao destino dos desvalidos. Algumas reclamações devem surgir porque no ataque à Cracolândia, os dependentes já chegaram a Higienópolis, o higienista bairro da elite paulista que não gosta de quem não é da elite.

São Paulo resvala para o fascismo como estado policial. Para todos os seus problemas, a solução é a polícia. Sejam estudantes da USP, viciados em crack, e até mesmo os policiais quando se manifestam por melhores salários. O remédio é a força, que nada resolve. Essa política gera abuso sobre abusos. Como o do policial militar que em meio a uma conversa com estudantes da USP parte para cima de um deles e o agride com tapa no rosto e chega a puxar a arma diante do início de tumulto. E isso numa sala tranquila, com meia dúzia de pessoas. Imagine o comportamento desse policial em meio a um conflito de grandes proporções?

A maior metrópole do país vive em estado de neurose permanente. Condomínios nos bairros nobres determinam revistas aos próprios moradores. Já não basta viver trancafiado entre grades, distante da vida real, numa forma de convivência que é gênese de anomalias sociais. É preciso assegurar que se está seguro. E isso significa revistar os próprios vizinhos. O marido que provocou um acidente na noite do reveillon, matando sua mulher e o bebê que ela esperava, alega que avançou o sinal fechado por medo de um assalto. Verdade ou não, seu depoimento soa verossímil aos que vivem o clima de pavor que domina a cidade.

O estágio de insanidade e truculência de São Paulo nos pede uma reflexão. A cidade é parte de nós e, talvez, nosso maior espelho. Se o que há de desumano em nós se revela ali é para lá que temos que nos voltar agora. Para debater, ouvir, cobrar e propor mudanças que ajudem a transformar uma realidade que entristece a todos os brasileiros.

* Jornalista carioca. Trabalhou em O Globo, Jornal do Brasil, Agência Estado e Agência Reuters. No JB foi editor de política e repórter especial de economia.

3 comentários:

Anónimo disse...

LIXO ... LIXO ..... ESSE CARA SÓ ESCREVE LIXO !!!!

Anónimo disse...

Nunca antes na história destepaiz, como diria aquele, na história de São Paulo e, quero crer, na história de qualquer outro país, aconteceu algo como o que está em curso, neste momento, na região conhecida como cracolândia.

Defensores públicos, ACREDITEM, liderados por Carlos Weis, SIMPLESMENTE FECHARAM A RUA HELVETIA, que compõe o quadrilátero da morte, e, apoiados por viciados, impedem a ação da polícia. E o fazem, dizem eles, em nome do “direito de ir e vir”.

DO BOLSO DE UMA DAS DEFENSORAS, HÁ O TESTEMUNHO OCULAR DE ALGUÉM QUE ESTAVA LÁ, CAIU UM CONVITE PARA A TAL “CHURRASCADA” ANUNCIADA POR UM GRUPO QUE PEDE A LEGALIZAÇÃO DAS DROGAS.

Os defensores querem criar um confronto físico com a polícia. Atenção! Eles não têm o direito de fazer isso; essa ação não está entre as suas prerrogativas. Se a PM agir, sairão gritando aos quatro ventos que o Estado de São Paulo está reprimindo os defensores públicos. Pior: parte da imprensa vai vocalizar essa denúncia estúpida.

Qual é a conseqüência prática da ação dos defensores? Ora, eles estão simplesmente recriando a Cracolândia. Pergunto: vão impedir também o tráfico de drogas do local? Se os consumidores estão ali reunidos, a tarefa dos vendedores será facilitada. Os defensores revistarão todas as pessoas que por ali perambulam para saber se levam consigo a droga para vender? Não! Tanto é assim que, atenção, uma tenda foi armada na rua. Debaixo dela, neste momento, há uns 80 viciados consumindo a droga!

A ação dos defensores, ao recriar a cracolândia, condena os viciados à desgraça e, é forçoso admitir, facilita a vida dos traficantes.

Estamos diante de um acinte e de uma óbvia transgressão legal e constitucional. Um defensor não tem o direito de criar obstáculos à ação legal da polícia. Mais: isso que estão chamando de “direito de ir e vir” de traficantes e viciados, é evidente, corresponde à cassação do direito de ir e vir de quem não é nem traficante nem viciado.

É preciso deixar claro à população de São Paulo quem quer o quê na cracolândia. E, evidentemente, é preciso apelar à Justiça para que estes senhores sejam processados por abuso de poder.

Denuncie este escárnio!

A Defensoria se tornou o braço de um partido político, o PT, que comanda, de Brasília, a resistência à ação correta da polícia.

Atenção, governador Alckmin! Já que o senhor não pode convocar uma rede estadual de TV, reaja de maneira inusitada ao inusitado: vá à televisão, em anúncio pago se preciso, e denuncie a impostura e a violência promovidas neste momento em São Paulo. Converse com a população do seu estado. Eu tenho a certeza de que a esmagadora maioria apóia a democracia, a Constituição Estadual e a Constituição Federal. E não hesite em recorrer à Justiça para punir os que promovem a baderna e a crime.

Leitores, entrem na Rede da Legalidade!

Por Reinaldo Azevedo

Anónimo disse...

PREFIRO MORAR EM SÃO PAULO DO QUE EM UM LIXO CHAMADO RIO DE JANEIRO, JORNALISTA CARIOCA !!!!

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