Vladimiro Dias – O País (ao)
Luisete Macedo Araújo tem companhia e concorrência do mesmo género na sua luta pelo cadeirão da Cidade Alta. Acaba de entrar em cena Maria Natércia Miguel de Sousa, apresentada como cabeça de lista do Partido Democrático Nacional (PDN) na última segunda-feira, em conferência de imprensa.
O encontro com a imprensa serviu também para apresentar os resultados do congresso realizado recentemente, bem como a nova bandeira do partido.
Maria Natércia Miguel de Sousa, 60 anos, formada em filosofia pelo Instituto Superior de Ciências da Educação de Luanda, que é presidente fundadora do partido, disse que a sua indicação para concorrer às eleições presidenciais resulta da vontade do partido saída do congresso de renovação dos órgãos internos. Explicou de igual modo que a situação de carência dos angolanos nos mais diversos sectores da vida, “que se agravou após a realização das primeiras eleições de 1992”, levou a concluir que os interesses e as expectativas dos angolanos continuavam relegados para segundo plano, facto que a motivou a fundar um partido. A candidata disse ainda que até à realização do último congresso não pensava concorrer às eleições presidenciais, porém o figurino constitucional adoptado por Angola dita que para concorrer à presidência da República necessariamente o candidato deve ser o cabeça de lista. Aponta como linha de força do partido prestar maior atenção aos recursos humanos que deverão gerir a nação, porque depreende que os angolanos são o resultado daqueles que governam o país. A presidente do PDN, na sua intervenção, não deixou de tecer algumas críticas ao desempenho do Executivo, todas elas circunscritas ao sector da água, “que tem funcionamento deficiente”.
A propósito argumentou que “o PDN não consegue compreender que em pleno século XXI os angolanos continuem a acarretar água com bacias à cabeça. Não compreendo uma sociedade onde um governo não consegue dar água aos seus concidadãos. Não da energia, só falo da água, porque a energia eléctrica tornou-se um luxo e nem vou sair da cidade de Luanda”. Quanto à polémica que envolve a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) na sequência da escolha de Suzana Inglês para presidente, o PDN está solidário com o posicionamento dos partidos da Oposição. Na avaliação do estado geral da nação, a líder partidária considera “não existir tantos problemas no domínio da segurança, da economia e em muitos outros”.
Maria Natércia Miguel de Sousa diz-se pronta para o pleito eleitoral, uma firmeza que encontra sustento na actual condição do partido que afirma estar implementado “em todas as províncias de Angola”. Num claro aceno ao eleitorado, proclamou que os cidadãos podem contar com ela para combater a corrupção, bem como outras inquietações que apoquentam os angolanos.
Nova bandeira
O acto serviu igualmente para apresentação da nova bandeira da organização, uma mudança ditada em parte pelo facto de haver muita coincidência com os símbolos de outras formações políticas reconhecidas legalmente pelo Tribunal Constitucional.
Referiu que a estratégia de divulgação da nova bandeira passará pelo apoio dos meios de comunicação social.
Sobre o assunto, o vice-presidente do partido, Domingos Nguvulo, explicou que, há alguns anos, o Tribunal Supremo, nas vestes do Constitucional, legalizou três partidos com a mesma bandeira, contrariando o postulado da Lei dos Partidos Políticos, que proíbe a existência de partidos com símbolos, denominações e cores da bandeira iguais.
O PDN foi criado em 1996 e concorreu nas eleições de 2008, integrando a coligação União da Tendência Presidencial (UTPA), aliança que vigorou até ao congresso.
Motivada por novas ambições políticas, o partido desligou-se da coligação e reitera que tem as condições criadas para a participação, em dignidade, nas eleições gerais deste ano.
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