Maria Lopes – Público
Quando comunicou ao cronista Gonçalo Cadilhe que o programa Este Tempo ia acabar, o então director-adjunto de Informação, Ricardo Alexandre, disse-lhe que se iria demitir.
Gonçalo Cadilhe, um dos cinco cronistas da rubrica de opinião Este Tempo, foi esta tarde ouvido na ERC - Entidade Reguladora para a Comunicação Social. À saída disse aos jornalistas que foi avisado no dia 23 de Janeiro por Ricardo Alexandre que o programa iria acabar nessa mesma semana.
"O Ricardo Alexandre estava muito incomodado. Disse-me 'o programa vai acabar'. Percebia-se que não foi um telefonema de quem prepara uma comunicação. Foi um telefonema a quente", descreveu Gonçalo Cadilhe, acrescentando que o então director-adjunto "falou de forma lacónica".
Na mesma conversa, Ricardo Alexandre "disse que se ia demitir", contou o colunista. "Pelo tom de voz não me parece que fosse uma birra. Afinal, ele era o autor, coordenador, mentor do programa. Pareceu-me que estava incomodado a nível de questões da sua própria ética."
Questionado pelos jornalistas, Gonçalo Cadilhe disse não se lembrar se Ricardo Alexandre lhe justificou a razão para o final do programa - "Se o referiu, não tenho memória." Escusando-se a comentar o facto de Pedro Rosa Mendes alegar que o programa terá acabado para o silenciar, o colunista de viagens afirmou que "não estava a par do que se estava a passar [polémica sobre as críticas de Rosa Mendes à RTP e a Angola]". Realçando que o seu tema - falar sobre viagens - era completamente "inócuo", Cadilhe garantiu que nunca teve "qualquer tipo ou perspectiva de orientação" do seu trabalho.
Sobre o seu contrato, o colunista contou que "nunca houve qualquer formalidade em relação à renovação". "Aparecia lá em casa por correio, umas vezes antes, outras depois da data da renovação", afirmou Gonçalo Cadilhe, especificando que a denúncia do contrato tinha que ser feito "por escrito até 15 dias antes do final do prazo". Porém, quando questionado sobre se tenciona tomar alguma medida sobre o assunto, Gonçalo Cadilhe respondeu que essa é uma questão do "foro pessoal".
Rita Matos ligou fim do programa à reestruturação
"O Ricardo Alexandre estava muito incomodado. Disse-me 'o programa vai acabar'. Percebia-se que não foi um telefonema de quem prepara uma comunicação. Foi um telefonema a quente", descreveu Gonçalo Cadilhe, acrescentando que o então director-adjunto "falou de forma lacónica".
Na mesma conversa, Ricardo Alexandre "disse que se ia demitir", contou o colunista. "Pelo tom de voz não me parece que fosse uma birra. Afinal, ele era o autor, coordenador, mentor do programa. Pareceu-me que estava incomodado a nível de questões da sua própria ética."
Questionado pelos jornalistas, Gonçalo Cadilhe disse não se lembrar se Ricardo Alexandre lhe justificou a razão para o final do programa - "Se o referiu, não tenho memória." Escusando-se a comentar o facto de Pedro Rosa Mendes alegar que o programa terá acabado para o silenciar, o colunista de viagens afirmou que "não estava a par do que se estava a passar [polémica sobre as críticas de Rosa Mendes à RTP e a Angola]". Realçando que o seu tema - falar sobre viagens - era completamente "inócuo", Cadilhe garantiu que nunca teve "qualquer tipo ou perspectiva de orientação" do seu trabalho.
Sobre o seu contrato, o colunista contou que "nunca houve qualquer formalidade em relação à renovação". "Aparecia lá em casa por correio, umas vezes antes, outras depois da data da renovação", afirmou Gonçalo Cadilhe, especificando que a denúncia do contrato tinha que ser feito "por escrito até 15 dias antes do final do prazo". Porém, quando questionado sobre se tenciona tomar alguma medida sobre o assunto, Gonçalo Cadilhe respondeu que essa é uma questão do "foro pessoal".
Rita Matos ligou fim do programa à reestruturação
Quando o ex-director-adjunto telefonou a Rita Matos para lhe dizer que a sua crónica dessa semana seria a última porque o programa ia acabar, a cronista relacionou o facto com a anunciada reestruturação da grelha de programas. "Sabia-se de antemão que com a reestruturação alguns programas iriam acabar", afirmou esta tarde Rita Matos à saída da sua audição na ERC. A colunista não sabia, porém, que o programa Este Tempo estava a ser avaliado. A única explicação que Ricardo Alexandre lhe deu foi que era "uma decisão da direcção", e Rita Matos nem se lembrou de questionar qual a direcção a que se referia.
Tal como os outros colunistas, também o contrato de Rita Matos especificava que a sua denúncia tinha que ser feita até 15 dias antes do fim. Mas em todas as ocasiões anteriores "os aditamentos foram feitos em cima da hora".
A colunista afirmou também que nunca teve "qualquer interferência em termos de conteúdos".
Além de Cadilhe e de Rita Matos, também António Granado, cuja crónica tinha como tema a tecnologia, foi ouvido na ERC, mas não quis prestar declarações.
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