Público – Lusa
Presidente dá entrevista a diário austríaco
O Presidente da República sublinha, em entrevista a um diário austríaco, o esforço do Governo em cumprir o programa da troika e a responsabilidade dos portugueses, mas reconhece que o que causa maior “apreensão” são os efeitos da austeridade.
Numa entrevista publicada na edição desta segunda-feira do Die Presse, Cavaco Silva volta a insistir nas diferenças que separam Portugal da Grécia, lembrando que os portugueses estão a implementar o programa de estabilidade acordado com a troika “a 100 por cento”.
“O Governo esforça-se por satisfazer todas as exigências. Só nos anos de 2011 e 2012, o défice estrutural do Orçamento diminuirá 9 pontos percentuais”, salienta o chefe de Estado.
Questionado se as medidas de austeridades serão suficientes para devolver o país à via do crescimento, Cavaco nota que também se está a tentar melhorar a competitividade através de reformas estruturais, apontando o exemplo da reforma no mercado de trabalho. “Esta reforma contribuirá para melhorar o ambiente económico e social, enquanto os esforços de consolidação orçamental são implementados”, diz.
À pergunta se perante “dolorosas reformas”, a população ainda apoia o Governo, o Presidente da República não responde directamente, mas lembra que cerca de 85% dos deputados apoiam o programa assinado com a troika e que o actual Governo de maioria PSD/CDS-PP se comprometeu a honrar as medidas de reforma do anterior Governo socialista.
Além disso, acrescenta, “a população também demonstra grande sentido de responsabilidade, apesar dos sacrifícios” que lhe são exigidos. “Até agora apenas se registou uma greve geral, e foi limitada”, sublinha.
Sobre a forma como está a ser feita a gestão europeia da crise, o Presidente da República reconhece que o que “causa maior apreensão são os efeitos do programa de austeridade”, já que o Governo calcula que o desempenho económico diminuirá 3% neste ano e que só em 2013 a economia deverá voltar a crescer.
Vincando que recessão significa também aumento do desemprego, que em Portugal já estará em cerca de 14%, Cavaco Silva recorda que, por esse motivo, nas negociações com os parceiros europeus, Portugal insiste na necessidade de incluir “uma estratégia de crescimento e emprego” na solução da crise da dívida europeia.
“A determinação de poupar é importante, mas não é tudo. Neste contexto, nós fizemos o nosso trabalho de casa. Agora esperamos que os nossos amigos europeus façam os seus trabalhos de casa”, refere.
Mais 200 mil milhões de euros pela estabilidade
“O Governo esforça-se por satisfazer todas as exigências. Só nos anos de 2011 e 2012, o défice estrutural do Orçamento diminuirá 9 pontos percentuais”, salienta o chefe de Estado.
Questionado se as medidas de austeridades serão suficientes para devolver o país à via do crescimento, Cavaco nota que também se está a tentar melhorar a competitividade através de reformas estruturais, apontando o exemplo da reforma no mercado de trabalho. “Esta reforma contribuirá para melhorar o ambiente económico e social, enquanto os esforços de consolidação orçamental são implementados”, diz.
À pergunta se perante “dolorosas reformas”, a população ainda apoia o Governo, o Presidente da República não responde directamente, mas lembra que cerca de 85% dos deputados apoiam o programa assinado com a troika e que o actual Governo de maioria PSD/CDS-PP se comprometeu a honrar as medidas de reforma do anterior Governo socialista.
Além disso, acrescenta, “a população também demonstra grande sentido de responsabilidade, apesar dos sacrifícios” que lhe são exigidos. “Até agora apenas se registou uma greve geral, e foi limitada”, sublinha.
Sobre a forma como está a ser feita a gestão europeia da crise, o Presidente da República reconhece que o que “causa maior apreensão são os efeitos do programa de austeridade”, já que o Governo calcula que o desempenho económico diminuirá 3% neste ano e que só em 2013 a economia deverá voltar a crescer.
Vincando que recessão significa também aumento do desemprego, que em Portugal já estará em cerca de 14%, Cavaco Silva recorda que, por esse motivo, nas negociações com os parceiros europeus, Portugal insiste na necessidade de incluir “uma estratégia de crescimento e emprego” na solução da crise da dívida europeia.
“A determinação de poupar é importante, mas não é tudo. Neste contexto, nós fizemos o nosso trabalho de casa. Agora esperamos que os nossos amigos europeus façam os seus trabalhos de casa”, refere.
Mais 200 mil milhões de euros pela estabilidade
Na entrevista, Cavaco defende ainda o reforço do mecanismo europeu de estabilidade em mais 200.000 milhões de euros, recordando que a União Europeia já adiou muitas decisões e agora é preciso actuar.
“O mecanismo europeu de estabilidade encontra-se dotado com 500.000 milhões de euros. Eu considero que seria bom dotá-lo com mais 200.000 milhões de euros”, diz.
Notando que essa decisão deverá ser tomada no próximo Conselho Europeu, em Março, Cavaco Silva renova as críticas ao adiamento de decisões por parte da União Europeia, mas sublinha que se aprendeu com a experiência.
Por isso, acrescenta, agora é tempo de “actuar”, insistindo que é preciso que se façam “todos os esforços em defesa do Euro”.
“Nenhum especulador deverá ter a sensação de que esta vontade poderá sequer vacilar. E importante é, também, a ferramenta para o combate à crise: um mecanismo europeu de estabilidade, que seja capaz de servir de ´firewall’ à volta da Grécia, e um Banco Central Europeu activo”, diz.
Pois, continua, “os mercados devem convencer-se de que a Grécia é, e será, caso único”, porque enquanto isso assim não acontecer, “as palavras Europa e crise mantêm-se ligadas”.
Instado a classificar o papel da Alemanha na luta contra a crise, o chefe de Estado lembra o diálogo regular que existe entre as autoridades portugueses e o Governo alemão, que deu o seu apoio a Portugal, recusando a ideia de “rigidez” alemã.
“A chanceler Merkel sublinhou que Portugal é um exemplo positivo”, lembra Cavaco Silva, notando que embora exista um “perigo de contágio” da Grécia, é “óbvio que Portugal e a Grécia não são comparáveis”. Porém, acrescenta o Presidente da República, Portugal é solidário com os gregos e quer que se aquele país se mantenha na Zona do Euro.
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