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A Guiné-Bissau vai escolher o próximo Presidente a 18 de março, depois da morte do anterior Presidente Malam Bacai Sanhá, vítima de doença. Mas até lá as autoridades guineenses terão muitos obstáculos pelo caminho.
Exemplo das dificuldades que o país enfrenta são os confrontos da segunda-feira entre polícias e militares. O governo guineense e a chefia militar minimizaram esses confrontos, que tiveram lugar frente à Comissão Nacional de Eleições (CNE), em Bissau, classificando-os de "um incidente".
Milhares de jovens não vão poder votar
Milhares de jovens não vão poder votar
Um grupo de jovens seguiu Ibraima Jaló, candidato a Presidente da República pelo CNA (Congresso Nacional Africano), à CNE, exigindo votar nas eleições, provocando desacatos na rua. Os jovens que se manifestaram afirmavam que pertenciam ao movimento "No misti vota" (nós queremos votar), e protestavam por não poderem votar, visto que as eleições presidenciais foram antecipadas e a CNE alegou que não tem tempo para fazer um novo recenseamento.
A Polícia de Ordem Pública (POP) foi chamada a intervir, dispersando os manifestantes com gás lacrimogéneo, mas pouco depois chegou um primeiro grupo de militares, que insultou e espancou alguns polícias.
CNE queixa-se de falta de dinheiro para preparar o escrutínio
Várias personalidades ligadas à CNE manifestaram repetidamente o seu descontentamento face à falta de meios para realizar as próximas eleições. Também o Primeiro Ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, já viajou a Portugal, onde pediu apoio financeiro para a realização das eleições presidenciais de março. Raimundo Pereira, presidente interino da Guiné-Bissau, também tentou sensibilizar os seus homólogos da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para a situação da Guiné-Bissau" e conseguiu apoio por parte da Nigéria e da organização regional que contribuíram com três milhões de dólares para a realização das eleições presidências.
União Europeia envia missão de peritos eleitorais
União Europeia envia missão de peritos eleitorais
A missão "já está em preparação e chegará em breve ao país", informou a delegação da União Europeia. O objetivo da missão da UE é avaliar as eleições.
O envio desta missão de peritos surge no seguimento de um pedido nesse sentido feito pela CNE.
A União Europeia já enviou missões de observação à Guiné-Bissau, nomeadamente às eleições de 2005, 2008 e 2009.
Autor: António Cascais (com agências) - Edição: António Rocha
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