sábado, 18 de fevereiro de 2012

O GATO QUE “SABIA” LER MANUEL ANTÓNIO PINA… ADORMECEU



Redação PG

Hoje, 18 de Fevereiro, o jornal i, publica uma interessante entrevista assinada por Nuno Ramos de Almeida com Manuel António Pina, autor que frequentemente trazemos ao Página Global em compilação de artigos de opinião do Jornal de Notícias.

O título no i online é bombástico, não podemos deixar de o reproduzir aqui em baixo. Isso e um excerto da entrevista onde Manuel António Pina refere episódios com José Sócrates e outros. Também revela que cumpriu o serviço militar com Alberto João Jardim - que já nesse tempo era um… Chico Esperto – dizemos nós. Veja o excerto somente como aperitivo e depois vá ao i online aproveitando a ligação direta que postamos no final. Bom apetite e maravilhe-se.

Manuel António Pina:
“A vontade que tenho era pôr um cinturão de bombas e rebentar com essa malta toda”

Excerto da entrevista:

i - Mas o Graça Moura é um bom poeta.

MAP - Tenho dito isso. Costumo dizer-lhe que só por causa dos poemas dele perdoo-lhe tudo, até ser a favor da pena de morte. A propósito da sua pergunta inicial sobre os políticos, o Jardim sempre que cá vinha telefonava-me e queria almoçar comigo. Eu fiz a tropa com ele, sabe? Até dormíamos no mesmo beliche. A minha mãe costumava dizer que é na guerra e no jogo que se conhecem os homens…

i - E tem boa impressão dele?

MAP - Até fico ofendido com essa pergunta [risos]. Tenho a pior possível. Vou-lhe contar um episódio que revela o comportamento daquele tipo, é o comportamento dos cobardes. Na guerra estávamos na Acção Psicológica. Éramos dez tipos e eram quase todos do piorio, só havia três tipos que não eram fachos. Nós dez contestámos uma prova física que contava para a classificação e combinámos chegar todos ao mesmo tempo. Então fizemos a corrida em passo de cruzeiro, e 100 metros antes da meta o Jardim arranca a grande velocidade e rompe o acordo, o filho da puta, para ver se ganhava uns pontos extra. O azar dele é que arrancou a 100 metros e nós éramos todos mais ágeis que ele, está a ver a figura dele?, e ultrapassámo-lo todos e ele ficou em último lugar. Mas aquilo foi um acto de traição em relação a uma coisa que tínhamos acordado todos. Mas apesar de já lhe ter chamado Bokassa ele nunca me pôs um processo e sempre que vinha cá telefonava-me para almoçar comigo. Os políticos tratam-me sempre bem. São umas putas velhas.


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